A Escandinávia Também É Indie

A península escandinava nunca foi famosa por ser um grande expoente do gênero, porém a região vem se destacando na Internet como um grande epicentro de música de qualidade

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Fotos: O trio sueco Peter Bjorn and John é um dos destaques desta cena escandinava

Quando você pensa em Escandinávia, o que te vem à cabeça? Vikings, frio? Elfos e qualquer outra criatura mágica do Tolkien? À minha vem música, e de qualidade. O cenário do norte europeu está cada vez melhor: desde a explosão dos Synthpop com A-ha e companhia, não se via tantas bandas boas surgidas na região.

O local, que era mais conhecido como importador do gênero, prova com o crescimento da Internet que os anos de só trazer música de fora acabaram, pois a quantidade de bandas que tem surgido lá é incrível. Para não irmos tão longe, vamos voltar aos anos 2000: quem não se lembra de The Hives? Ao avançar mais um pouquinho, em 2006: quem não conhece o icônico assovio de Young Folks, do Peter Bjorn and John? Quem não conhece o Pop dançante do The Asteroids Galaxy Tour? Sim, essas bandas são todas de lá.

Comprovando o efeito bumerangue da música Pop: o que eles começaram, ou pelo menos ajudaram a criar nos anos 80, vai para América e se modifica, se espalha pelo mundo e depois de muito tempo volta como uma das grandes inspirações para os novos artistas. O Indie Rock e, principalmente, o Indie Pop locais estão sofrendo grande influência dos novos artistas e novas tendências do Pop atual. Que tal passear pelos países dessa península e ver o que de bom está surgindo por lá?

Dinamarca

The Asteroids Galaxy Tour é um dos maiores representantes do Indie Pop Dinamarquês. Com dois discos lançados, a banda conta com a marcante voz de Mette Lindberg e tem como principal atrativo conseguir misturar o Soul com o Pop, fazendo uma música bem animada. A banda apresentou seu mais novo disco, Out of Frequency, no Brasil no fim do ano passado, no Festival Rock in Rio.

O duo The Raveonettes é outro destaque dinamarquês. Com guitarras Lo-fi e harmonias vocais sobrepostas, a dupla conseguiu grande notoriedade logo no debut, Whip It, de 2003, eleito o melhor disco do ano pela crítica local, ganhando assim destaque em várias revistas especializadas. Desde então, o The Raveonettes já lançou mais cinco álbuns, sendo o mais recente deles Raven in The Grave, lançado em 2011.

Outras bandas dinamarquesas que ainda valem a pena ser citadas: o Indie Rock alternativo do Mew, o pop dançante do Alphabeat, o Post Rock com toques eletrônicos do Efterklang, o pop eletrônico experimental da Oh Land e o Neo-Soul eletrônico do Quadron.

Suécia

A Suécia também tem nomes importantes para o cenário. Peter Bjorn and John é um trio que já existe desde o final dos anos 90, mas somente no meio dos 2000 conseguiu alcançar o grande sucesso. Young Folks foi uma música arrebatadora naquele verão de 2006, já que saiu do meio Indie e ficou conhecida no mundo todo, principalmente pelo característico assovio. Em 2011, a banda lançou Gimme Some, sexto disco que teve o não menos arrebatador hit Second Chance.

Outra das grandes hypes suecas é o trio Miike Snow. Formado em 2007, o trio tem uma sonoridade eletropop e já foi apontado como o encontro entre A-ha e Animal Collective. O disco homônimo de estreia (2009) foi muito bem recebido, ganhando notas altas nas avalições de diversos sites e blog especializados. Este ano a banda lançou seu segundo álbum Happy to You, que não foi tão bem assim.

Além disso, vale a pena ouvir os seguintes suecos: o duo de trovadores Folk Friska Viljor, o Garage Punk dos já conhecidos The Hives, a hype Indie Pop da Lykke Li, o Synthpop espectral do The Knife, o Electropop da Robyn, o Folk do The Tallest Man on Earth e também, o duo de Synthpop The Sound of Arrows.

Noruega

A Noruega é um dos países que mais revelam bandas boas, sendo o A-ha, banda icônica do synthpop dos anos 80, uma delas. O Kings of Convenience é um dos melhores exemplos de música norueguesa, produzindo Indie Folk quase sempre feito somente com dois violões. O grupo é conhecido pelas suas belas melodias, vozes calmas, sutis e delicadas harmonias. Erlend Øye e Eirik Glambek Bøe fizeram uma breve turnê pelo Brasil em 2011.

Do outro lado da moeda o Indie Pop festeiro do Kakkmaddafakka (sim, o nome é difícil, mas a música é de qualidade) faz mistura entre o Jazz, Funk e Rock, e disso tudo sai um Indie Pop vibrante perfeito para as pistas de dança. Hest, de 2011, condensa tudo isso em um disco só, mostrando o que de mais festeiro a Noruega pode ter.

Entre os nomes da nova geração no local, vale a pena citar o pseudo Rock da Ida Maria, que flerta mais com o Pop do que com o Rock, mesmo possuindo toda aquela postura Rock and Roll. O “Ambient Trip Hop Downtempo” do Röyksopp também é bem interessante, sendo que o duo também é conhecido por fazer diversos remixes.

Finlândia

Num país dominado pelo Metal como a Finlândia, o nascimento de bandas como o Satellite Stories é quase inimaginável. Mas eis que surge a banda e, logo de cara, vira uma grande hype. Com dois EPs e somente seis músicas lançadas ao todo, os garotos finlandeses começaram a espalhar seu som pela Internet. Eles são um grande resumo do melhor do Indie Pop dos últimos anos em uma só banda. Enérgico, alegre e festeiro, seu som é perfeito para qualquer embalo Indie e suas canções dançantes denunciam o gosto da banda por festas.

Com um clima mais calminho, o Husky Rescue tem a cara de seu criador Marco Niberg, que foi inspirado por filmes, arte, fotografia e pelo clima frio de sua terra natal. Com melodias hipnóticas, a banda já alcançou certa notoriedade desde seu primeiro disco Country Falls, de 2002.

O arrebatador de corações (pelo menos por lá) The Crash, com seu Pop Rock radiofônico, o Rock vigoroso do Damn Seagulls e os não menos roqueiros do Lodger são outros nomes de destaque em um país que é dominado pelo Metal.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts