Tomorrowland: Qual sua Importância para o Brasil?

Nosso país foi escolhido para sediar o maior festival de música Eletrônica do mundo. O que vem junto?

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O que era só boataria virou realidade. Acompanhamos o barulho que foi nas redes sociais o anúncio feito diretamente da Bélgica – e pelo mestre do EDM David Guetta – que o Brasil sediará o festival Tomorrowland em maio do ano que vem. O festival acontece desde 2005 na Bélgica e arrastou, em sua última edição, 195 mil pagantes de 250 nacionalidades diferentes para ver o “cardápio” de 400 DJs em seus vários dias de submersão. E tem para todos os gostos. São geralmente 16 palcos espalhados para agradar fãs de Techhouse, Dubstep, Drum’n’bass, Electro, Progressivo e Trap, tudo isso feito de forma mística, apelando pelo mistério lúdico de uma fábula, um conto, que mistura o mundo da fantasia com realidade e música, muita música.

Saindo de Boom para Itu (SP), acontecerá nos dias 1, 2 e 3 de Maio e toma uma forma menos ambiciosa em sua primeira edição. Serão seis palcos espalhados em uma área de 1,2 milhão de metros quadrados para comportar suas 150 atrações. Pra se ter uma ideia, aquele terreno que aconteceu o SWU será somente espaço para o camping. Mas o que está por trás dessa expectativa?

A vinda de um festival desse porte ao Brasil muda, e muito, o cenário da música no país, não só Eletrônica, assim como seu comportamento e a economia. A começar como a forma que o brasileiro enxerga os festivais. O Rock in Rio já arriscou trazer vários dias de festa, o Lollapalooza Brasil já chegou de sexta a domingo, mas pouquíssimos vem com uma experiência completa e imersiva quanto o Tomorrowland. Aqui existe p espaço Dreamville onde, além de decorada, você dorme e passa todos os dias em contato com a natureza e música dando espaço à felicidade sem deixar o conforto de lado. Com certeza, existirá, assim como sua versão original, baías gastronômicas diversas, experiências diversas com música, tendas, e várias outras possibilidades de extender seu contato com o que o festival representa, a busca pela felicidade, plenitude e novas sensações. Ainda no quesito “comportamento”, Tomorrowland reforça uma visão já usada bastante por festivais gringos: a possibilidade de hospedagem dentro do próprio evento durante todos os dias de duração – lembrando que isso não é inédito. Acontece há bons anos e com bom reconhecimento, por exemplo, Universo Paralello, na Bahia, um festival que mistura música, arte e artesanato, em que seus participantes também acampam durante seus dias e tem possibilidade de extender a experiência assistindo a apresentações teatrais, tendo espaço reservado para crianças e também para expositores. A diferença é que aqui entra ativação de marcas e luta entre elas para que se ganhe o público entre ações e campanhas mais chamativas e bem boladas, que envolvam comportamento e música.

Continuando, quando você teria a oportunidade de ver os melhores e mais bombados DJs e produtores do mundo em um só evento? Rock in Rio tivemos alguns picados, Lollapalooza já trouxe uma cena bastante moderna mas concisa. NoTomorrowland, ver Skrillex, Avicii, David Guetta, Steve Aoki, The Bloody Beetroots, Hardwell, Dimitri Vegas, Chuckie, Nervo, Carl Cox e outras 140 atrações parece ser motivo mais que suficientes para que se transite até Itu. É uma celebração do que acontece de mais novo na música Eletrônica de forma simultânea. Isso nos leva ao terceiro fator importante: a projeção da Eletrônica na cultura do brasileiro, agora de maneira agressiva e apelativa. Um evento dessa magnitude aumenta ainda mais a curiosidade do público quanto ao gênero, à busca pelo trabalho dos artistas e pela cultura “PLUR”.

Em paralelo a isso, a chegada de uma marca internacional, que inevitavelmente é uma vitrine para o mundo inteiro, no Brasil vai ajudar a projetar os DJs locais. Botar num release que faz parte do time que integrou um evento desse nível alavanca a carreira de qualquer profissional, ou seja, Tomorrowland ajudará com certeza a exportar o som dos nossos talentosos produtores e DJs para ouvidos (e selos) gringos.

Esse cenário todo ajuda na inserção do nosso país na rota dos maiores produtores e festivais e investidores do mundo. O Brasil foi escolhido justamente por comportar a maior legião de fãs do gênero no mundo. Estudaram o público e onde deveria expandir a filial da marca e encontraram, em nosso país, o maior número de pessoas que engajam nos eventos, que buscam pela experiência e que estão abertas a esse tipo de experiência. Foram anos falando nessa possibilidade e estamos a dez meses de realizar o sonho de milhares de fãs de música Eletrônica pela América do Sul. Botar as terras tupiniquins em evidência assim aos amantes da música Eletrônica só cresce ainda mais a possibilidade de vir cada vez mais filiais de festivais que deram certo lá fora e que, aos poucos, vamos provando que temos um perfil de público tão vantajoso quanto ou até mais.

A experiência vai ser a mesma tão bem falada quanto à europeia? Só o tempo vai dizer. Boa parte da mágica do Tomorrowland, e o que fez o evento ganhar esse nome todo, envolve a dificuldade de acesso, inclusive e principalmente, dos estrangeiros à compra de ingressos. Mas, com certeza, ter esse festival mais perto vai nos dar a oportunidade de vivenciar uma experiência completamente diferente da que estamos habituados, tanto em relação a música, quanto a evento, a line up e a festivais em geral. E de aspectos positivos, estamos cheios. A produção está ambiciosa e otimista com isso, mas não só isso. Cria-se uma expectativa enorme em cima de 2015: o ano em que o Brasil mostrou para o mundo inteiro que merece sediar o maior festival de música Eletrônica mundial. Que nasça uma tradição!

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Publicitário que não sabe o que consome mais: música, jornalismo ou Burger King