Spinning Top Music: A Casa Da Nova Psicodelia Australiana

Selo é berço de bandas como Tame Impala, Pond, Gum e muito mais

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Já faz algum tempo que as atenções se voltaram novamente para a música feita na Austrália. Se já no começo dos anos 2000 o que era feito na ilha ganhava devotos por ser extremamente dançante, a cena psicodélica do país começou a ganhar força desde o começo dos anos 2010 e tem cada vez mais conseguido ultrapassar suas barreiras geograficas, se expandido para todos os cantos do mundo. O selo Spinning Top Music mantém seu foco principalmente nos artistas mais lisérgicos da região e tem contribuido para o fomento do estilo e dessa nova cultura psicodélica que tem se difudindo pela Internet nos últimos anos.

Ao observar seu catálogo, você vai notar muitos nomes conhecidos, seja dentro da Modular ou da cena de Perth (cidade que é berço de grupos como Tame Impala e Pond). Sim, muitas das bandas do selo tem alguma conexão com Kevin Parker e companhia. Diversos dos grupos assinados pela empresa tem como seus membros integrantes desses projetos e, apesar da sonoridade seguir nos mais variados estilos, a psicodelia está sempre na receita deles.

Antes de dissecar o cátalogo do grupo, vale a pena ver como ele se estabeleceu e, primeiramente, entender o que significa a single ADA. Em inglês, “Alternative Distribuiton Alliance” (algo que no portugês seria trazido como “Aliança de distribuição alternativa”) é um termo que serve para designar braços menores de grandes gravadoras que se mantém totalmente independentes, mas com certo apoio de um “primo rico”. Uma maneira de manter a independencia criativa de seus artistas, porém com um respaldo de um grande nome por trás, oferendo parte da sua ampla estrutura de distribuição. No caso, esse grande nome é a Warner Bros.

Jodie Regan é o principal nome por trás da criação do selo e da parceria com a Warner. Ela administrava uma pequena casa de shows em Fremantle, a The Norfolk Basement, e a experiência em promover shows que adquiriu ali logo foi focada no agenciamento de bandas. Em 2007, ela criou a Spinning Top Music como sua empresa, justamente focada nessa parte mais administrativa das bandas. O negócio deu tão certo que, quatro anos mais tarde, o selo nasceria como o conhecemos hoje – e nem preciso dizer que grande parte do sucesso alncançado pelo selo e cena são frutos na verdade da simbiose criada ali. Se, por exemplo, sem Tame Impala possívelmente nunca teríamos ouvido falar de Spinnig Top, o contrário também é verdade.

Se Tame Impala e Pond já são nomes conhecidos para você, os outros podem não ser tão familiares, mesmo que os rostos sejam.

Allbrook/Avery

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Projeto encabeçado por Nick Albrook (membro do Pond e ex-Tame Impala) e Cameron Avery (Tame Impala e Pond), o duo tem uma sonoridade bem Pop e divertida, que rendeu em um dos primeiros registros do selo, Big ‘Art, de 2011.

Gum

gum

Jay Watson (membro também de Tame Impala e Pond) tem seu projeto solo e por ele lançou o surpreendente Delorean Highway neste ano. Com muito do Rock Psicodélico e Indie Rock, ele não nega que está na cena, mas ao mesmo tempo adiciona suas particularidades. Sendo assim, deve agradar mais fãs de Temples e Boogarins do que os costumeiros Pond e Tame Impala.

Mink Mussel Creek

mmc

Gênese de tudo o que aconteceu por lá, essa é a pedra fundamental da cena de Perth e não seria um exagero tão grande dizer que da Spinnig Top Music também. Se não diretamente, sem os músicos que formaram este grupo, nada do que viria a compor a cena mais tarde se estabeleceria. O primeiro e único disco do conjunto foi gravado em 2011, mas lançado só este ano, e posso dizer que Mink Mussel Manticore tem o DNA base para a música que foi criada a partir de então.

Nicholas Allbrook

nick albrook

Agora, de forma solo, Allbrook pôde dar vazão às faixas que não conseguia em mais nenhum de seus projetos. Longe de qualquer amarra, o músico consegue deixar sua imaginação ir ainda mais longe e criar faixas que viajam por vários cantos diferentes – incluindo algo próximo ao Soul/R&B, como na faixa 100 k’s ‘round Carmel.

Shiny Joe Ryan

joey

Joseph Ryan é um dos colaraboradores origanais do Pond e ao longo dos anos criou para si outra identidade com seu projeto solo. Rebatizado como Shiny Joe Ryan, o músico lançou neste ano seu primeiro disco solo, Shiny Joe Ryan & the Cosmic Microwave Background.

Peter Bibby

peter

Esse é dos únicos projetos que não tem diretamente uma ligação com Tame Impala ou Pond, porém nasceu na mesma cidade que os esses dois. Bibby traz muito da lisergia da cena, porém em uma forma quase Folk, com letras emocionantes e mais confessionais, além de arranjos mais modestos (e muitas vezes Lo-Fi).

Felicity Groom

felicity

Mais uma musicista de Perth, Felicity é a que mais destoa de todo o restante do catálogo. Se inspirando principlamente no Folk e no Rock Alternativo, o som da moça pode soar como uma espécie de encontro entre Nick Drake e PJ Harvey. Com dois EPs e um disco lançados até então, Groom já acumula um bom material e planeja para o futuro um novo álbum.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts