Não Dá Para Parar de Ouvir “Vampire Weekend”

Álbum de estreia da banda continua divertido e viciante até hoje

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Uma das descrições que mais ouvi sobre Vampire Weekend nos últimos anos é de ser uma banda que não tenta muito chamar a sua atenção. De fato, os garotos do Brooklyn conseguiram, desde este primeiro disco, misturar uma quantidade de referências do mundo em um estilo bem particular e contemporâneo, sem se esforçar demais para parecer descolada e atualizada.

Sim, muito do que é visto aqui já foi feito antes e, como sempre, cabem muitas comparações. Mesmo assim, não tem como negar que Ezra, Rostam, Baio e Chris Tomson conseguiram a façanha de tornar-se a primeira referência de comparação que vem à cabeça na hora de descrever uma banda que tenha um som meio Vampire Weekend, sabe?

Se você quiser conhecer um pouco mais minha visão sobre o início da carreira da banda, vale visitar o artigo A Trilogia Pop de Vampire Weekend. Hoje, o foco é um papo mais descontraído apenas sobre o disco de estreia.

Minha sensação de adolescente conhecendo isto há seis anos, confesso que foi de estar ouvindo algo bem esquisito, diferente do Indie Rock que eu ainda apreciava de maneira menos intensa do que hoje. Aquele vocal meio bizarro de Ezra, a ausência de refrões mais grudentos e convencionais e aquelas batidas africanas me atraíram pela curiosidade de explorar mais todas as referências daquela banda.

Foi nas audições seguintes que o teor divertido de tudo aquilo faria mais sentido para mim. Oxford Comma e M79 tornaram-se de cara as minhas favoritas. A primeira pela pela maneira gradual com que cada elemento vai se apresentando na música, como atores numa peça, e vão aos poucos se envolvendo mais, se misturando numa melodia crescente e contagiante até o refrão viciante – sem esquecer da guitarrinha no minuto 1:51. A segunda pela familiaridade que já tinha com a melodia por causa de algum comercial que a utilizava na época e também por uma das performances vocais mais legais que Ezra já gravou – lembrando que o próprio não se considera um bom vocalista.

Após os quatro shows que já assisti da banda, não teve jeito, Walcott pulou pra uma das três primeiras posições entre minhas preferidas da banda. A potência que aquele tecladinho inicial tem ao vivo é absurda – sem contar quando a guitarra se junta a ele na faixa dos 2 minutos -. É uma faixa que tem várias etapas, o que dá uma sensação de narrativa, principalmente quando ligamos a letra a tudo isso, com aquele tom de conselho que Ezra dá a Walcott durante toda a faixa, mudando o tom conforme a gravidade da situação.

Vampire Weekend foi crescendo como banda nos últimos anos, foi aumentando sua popularidade e importância, migrando do Pop com influências africanas para um som muito mais reflexivo – não menos divertido – em Modern Vampires Of The City e minha admiração por eles foi crescendo junto. É bom perceber a maturidade que ganharam ao longo dos anos, fazendo, na minha opinião, sempre discos melhores que os anteriores, mas mesmo assim, ainda me impressiono e me emociono com o quanto gosto de “Vampire Weekend” e o ouço do começo ao fim.

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MARCADORES: Fora de Época

Autor:

Nerd de música e fundador do Monkeybuzz.