Quatro Coisas que Ninguém Merece em Shows

Sem eles, eventos de música ao vivo seriam ainda melhores

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Fotos: Gabriel Quintão

Nada é perfeito, mas tem situação que capricha na “treta”, e todo mundo que frequenta shows sabe que tem muito perrengue que às vezes é totalmente evitável. Mais que isso, tem problemas totalmente desnecessários que chegam a desmotivas pessoas que gostariam de frequentar mais eventos assim com música ao vivo.

Ficam quatro coisas que ninguém merece em shows e podem ser melhoradas, seja pela produção ou frequentadores.

Atrasos

Show marcado pras 21h e a casa só abre às 23h: Eu já vi acontecer e todo mundo tem uma história parecida. Em alguns casos, complica a vida de quem comprou o ingresso e depende, por exemplo, de transporte público. Em outros, acaba ficando a impressão de desrespeito com o consumidor.

Algumas casas de show em São Paulo tem se tornado famosas pela pontualidade, o que mostra como alguns produtores mais astutos perceberam que uma boa forma de agregar valor ao estabelecimento é nada mais, nada menos, do que cumprir o prometido.

Necessidade de Estar na Frente

Lembra quando todo mundo em cima do palco era uma “estrela” – um sobre-humano superior a todos e intocável? Pois é, em tempos de redes sociais, em que a maioria dos músicos tem revelado seu lado mais “humano” diariamente, ainda tem gente que quer se espremer para estar o mais perto possível da grade – como se a melhor experiência de receber a música fosse passando aperto.

Uma grande dica: Muitas bandas, mesmo de portes maiores, estão dispostas a conversar com o público – foi assim com Banda do Mar nesta turnê, por exemplo. Entre as menores, então, pode ter certeza que o pessoal está ali no bar do seu lado antes e depois do show. Pode assistir à apresentação confortavelmente que você terá a chance depois de estar perto e conversar não com uma estrela, mas com uma pessoa de verdade.

Celulares pra Cima o Show Inteiro

Muito já foi dito sobre isso e, devo dizer: Pode sim tirar foto de show, pode sim fazer um snapchat e mandar pra alguém – não o tempo todo, porém.

E nem convém falar que é melhor olhar pra frente e aproveitar a performance do que olhar para a tela do celular, o que precisa ficar claro é que o mala que não abaixa a mão com um celular (ou, pior ainda, com tablet – sim, eu já vi isso!) no meio do show atrapalha pra caramba quem está atrás. Sua liberdade de tirar fotos vai até onde começa a liberdade do outro aproveitar o show.

Conversas

O mesmo vale pra quem, tristemente, não consegue ficar quieto enquanto a banda toca. Talvez, isso venha da cultura brasileira de “música ao vivo” em bares e restaurantes, na qual o artista é muitas vezes parte da decoração, não uma atração de fato, e que parte do público leve essa dinâmica para os shows.

Se isso é chato no geral, pior ainda é quando atrapalha ativamente a apresentação, principalmente se ela for uma que traz uma proposta de introspecção ou brinque com o silêncio. Lembro de comentar sobre isso em resenhas aqui no site, como dos shows de Feist e Yo La Tengo, mas esse acaba sendo um tema frequente que conhecidos meus trazem em conversas sobre concertos no Brasil.

Bônus: Bis

Tem coisa mais boba do que a banda fingir que o show acabou pra voltar depois de um minuto e tocar mais duas ou três músicas? Pior ainda é quando o maior hit (ou um deles) ainda não foi tocado, então todo mundo sabe que vai rolar um bis.

Ok, não é um problema, mas é desnecessário.

(A foto que ilustra o artigo faz parte da série Linha de Frente, do fotógrafo Gabriel Quintão)

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MARCADORES: Discussão

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.