Músicas que despertam qualquer ouvido para beleza, novos sons ou novas ideias, sem datas de validade. Assim é a coluna Acorde.
A cada edição, a equipe Monkeybuzz dá três dicas de faixas capazes de mudar vidas. Duvida? Experimente.
Taro
Enquanto as incomuns interações de voz entre os integrantes de Alt-J parecem revelar o comum, um instrumental crescente constrói o mantra mais relaxante da banda. Serve pra fechar os olhos, “inspirar e expirar” – como ja havia sido dito em Bloodflood. A penúltima faixa de An Awsome Wave é feita, na verdade, pra guardar junto de sua coleção predileta de escapismos sonoros diários.
(por Gabriel Rolim)
Três Dias
“Se tiver insônia, sonha”, Marcelo Camelo acalanta em voz cansada, sugerindo a fuga para todo aquele que ainda não encontrou “destino para a solidão tamanha”. É bonito como os timbres choram a falta de um refrão propriamente dito, para além da simplicidade de “Se faltar a paz, Minas Gerais”. É uma música pré-sono, cabeça deitada no colo com carinho compreensivo em um dia – ou fase – ruim. Cinco minutos que passam em poucos segundos e valem por um disco inteiro.
(por André Felipe de Medeiros)
Neighborhood #1 (Tunnels)
Não é a toa que está é a primeira faixa do primeiro disco de Arcade Fire e, portanto, o contato inicial de muita gente com a banda. Ela reúne, até hoje, quatro discos depois, a essência da música do grupo canadense e seus principais elementos. A temática, o jeitão épico de construir a canção, as letras que te chamam pra desvendá-las aos poucos e a sensação de perda de fôlego após seus quase cinco minutos já estavam lá. É literalmente o ponto de partida para uma discografia impecável.
(por Lucas Repullo)