“Inside In / Inside Out”: A Porta De Entrada Para Um Novo Universo

Disco lançado em 2006 contribui para formar o gosto musical de muita gente

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Sabe aquele disco lançado há algum tempo que você carrega sempre com você em iPod, playlist e coração, mas ninguém mais parece falar sobre ele? A equipe Monkeybuzz coleciona álbuns assim e decidiu tirar cada um deles de seu baú pessoal e trazê-los à luz do dia. Toda semana, damos uma dica de obra que pode não ser nova, mas nunca ficará velha.

The Kooks – Inside In / Inside Out (2006)

Os anos de 2006/2007 foram para mim muito importantes na definição do meu gosto musical, que cada vez mais fugia para o campo alternativo, mas que até então sempre esteve atrelado aos caminhos mais roqueiros da música moderna. Lembro que na época eu era viciado em descobrir coisas novas (na verdade, ainda sou) e perambulava entre os mais diversos sites e blogs atrás de novidades. Em uma dessas buscas encontrei uma banda que me abriu os olhos para uma série de outras que não necessariamente faziam Rock, mas que flertavam com o estilo de formas bem interessantes.

Essa banda era The Kooks, que, com seu som híbrido entre Pop e Rock, fazia uma música enérgica e cheia de animação. Seu teor, digamos, mais popularesco prendia essas canções na cabeça instantaneamente e não era nada incomum me pegar cantarolando aquelas melodias na rua ou em qualquer momento que a cabeça se esvaziava. Você estava distraído e, do nada, aquelas melodias açucaradas e incrivelmente pegajosas brotavam na sua cabeça. Ainda hoje, é só pensar em Naive que harmonias da guitarra e as batidas da bateria voltam a mente, isso mesmo sem ter ouvido a faixa há muito tempo.

Na época, tudo o que tinha para se ouvir do grupo era seu primeiro disco, lançado em 2006, e que, creio, que assim como aconteceu comigo, apresentou esse Indie Rock/Pop para muita gente. Lembro também que na época pelo Indie ser algo em um nicho consideravelmente menor que é hoje em dia, encontrar alguém que ouvia a mesma a banda ou que gostava do mesmo estilo era um motivo para se comemorar e alguns dos amizades que tenho até hoje foram feitas ouvindo esse disquinho ou falando sobre ele na Internet.

Fora aos atributos “sociais” do álbum, o que mais me chamava a atenção na época era a grande versatilidade das faixas, ora soando acústicas, ora plugadas, ora mais roqueiras, ora mais Pop – isso sem contar a influência do Reggae e Dub que pode ser sentida em algumas das canções. Esse tipo de música ainda guardava grande frescor na cena Indie, que nos anos passados tinham sido dominados por grupos mais roqueiros, como Arctic Monkeys, The Strokes, The Libertines, Interpol e tantos outros encabeçavam as listas de bandas preferidas entre o público.

Outro fator interessante era dissecar as letras. Elas estavam bem longe de serem profundas, mas longe também de serem bobas. Pode pegar faixas como Sofa Song, Jackie Big Tits ou mesmo o grande hit Naive e isso ficará bem claro. Ainda assim, canções interessantes para um público adolescente. Sonoramente agradáveis e fáceis de acompanhar cantarolando por aí, elas faziam muito sentido para quem estava procurando músicas para se ouvir sem compromisso ou sem pretensões de encontrar uma lirica profundamente poética. Música divertida e que faria sucesso seja no seu iPod ou nas pistas de dança.

Apesar de não voltar com tanta frequência a este álbum e achar que a banda perdeu um pouco de seu dinamismo nos discos lançados em 2008 e 2011, ainda guardo bastante apreço por Inside In / Inside Out, um dos principais responsáveis por me fazer ouvir outros estilos que não o Rock e moldar o que meu gosto musical naquela época.

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ARTISTA: The Kooks
MARCADORES: Fora de Época

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts