Alguns Poucos Motivos para você Relembrar “Gimme Fiction”

Quinta obra de Spoon foi marco em sua carreira e um dos melhores discos de 2005

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Não que você precisa de mais motivos para ouvir uma obra como Gimme Fiction, mas listamos quatro deles pelos quais você, talvez, deveria prestar um pouco mais de atenção nessa obra tão importante na carreira de Spoon.

E para você que ainda só conhece They Want My Soul, o mais recente disco de Britt Daniel e companhia, talvez esse seja belo começo e, quem sabe, um convite para se esbaldar na ótima discografia do grupo.

Sem mais enrolação, aí vão eles:

Um disco inesperado na carreira da banda

Gimme Fiction surgiu como aquela “bonança” que vem depois da tempestade – ou seria aquela agitação do mar no pós-tormenta? A verdade é que a obra foi lançada após um período conturbado na carreira do grupo: hiato, uma década completa de banda, além deste ter o peso de suceder Kill the Moonlight, disco que marcou o ano de 2002. Britt Daniel e companhia não tinham outra opção senão deixar tudo isso para trás e fazer um novo álbum, um que fizesse sentido para o grupo naquele momento: o resultado foi incrível.

O disco é muito mais ambicioso e bem construído que qualquer um dos quatro outros feitos pelo grupo até então. Ao mesmo tempo em que é mais refinado, é também mais tenso, obscuro, denso – mais teatral, eu diria. Essa misteriosa figura de capuz vermelho que estampa a capa é um indício disso, mostrando tanto e tão pouco de uma só vez. Ilustração perfeita para um disco que carrega esses mesmos atributos.

Não se compara a nenhuma outra banda Indie da época

O meio da década passada foi marcado, entre outros estilos, pelo frisson causado pelo “novo Indie Rock”. Bandas e mais bandas surgiam com uma nova perspectiva do que significava fazer Rock & Roll no novo século. Muita coisa boa surgiu naquela época e isso é indiscutível, mas quantas delas realmente resistiram ao teste do tempo? Quantas delas não só continuam ativas hoje em dia, mas continuam relevantes?

Spoon é, sem dúvidas, uma delas, uma das que se destacam num seleto grupo, não diria de sobreviventes, mas de formadores musicais. O mais interessante é que o grupo chegou a patamar exatamente ao tentar fugir do que rolava na época. Se os neófitos imitavam as tendências como The Strokes e Franz Ferdinand, o quinteto texano buscaria se expressar de sua própria maneira, buscando um Rock requintado (cheio de pianos, cordas e timbres ímpares de guitarra), porém afiado. Ouça o encerramento do álbum, Merchants of Soul, e vai entender o que estou falando.

Voz de Britt Daniel

Sim, esse é mais um bom motivo para você ouvir o álbum. A voz de Britt se torna polivalente e bem maleável aqui, se moldando ao clima de cada de faixa e as oferecendo ainda mais força. Ainda que vistas como duas coisas separadas, me arrisco em dizer que o vocal é mais um elemento dos orquestrais arranjos do grupo, um elemento de suma importância, com seu charme especial, mas que é também parte de algo muito maior.

Voltando as capacidades de Daniel, aqui, o músico consegue mostrar sua versatilidade faixa atrás de faixa. Em um momento está cantando em um falsete (I Turn My Camera On), em outro num estilo mais clássico do Rock (Sister Jack), em outro brincando livremente com seus timbres (The Beast and Dragon, Adored). Britt é um show à parte neste álbum.

Aniversário de uma década

O último motivo pelo qual você deveria ouvir Gimme Fiction é justamente o aniversário de dez anos dessa obra prima. Comemore em grande estilo a década deste ótimo álbum, completa nesta semana.

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ARTISTA: Spoon
MARCADORES: Aniversário

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts