O Indefinível Som de Tono

Com suporte de nomes como Gilberto Gil e Ney Matogrosso, banda cria música de identidade própria

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Tono lançou três discos em um período de quatro a cinco anos (de 2009 a 2013). Esses lançamentos se deram justamente pela necessidade de gerar material novo devido as canções e as ideias que surgiam como consequência das transformações por que passavam a banda e seus integrantes individualmente”. Foi assim que Bem Gil, guitarrista da banda e filho de Gilberto Gil, descreveu a trajetória do som sempre mutante do grupo ao longo dessa meia década.

E as mudanças vistas nesse período foram tremendas. De Tono Auge (2009) até a chegada de Aquário (2013), o grupo passou por algumas (r)evoluções (no sentido de ser uma mudança radical em um curto espaço de tempo) indo de um som eufórico e bastante tropical, ao mesmo tempo que sintético, ao quase extremo oposto, criando algo mais introvertido e intencionalmente tímido. Ainda que as experimentações eletrônicas ainda deem as caras no mais recente disco do grupo é o tom artesanal, como uma colcha de retalhos de sons e melodias, que torna a nova fase do quarteto tão interessante.

Até por essa mutação constante do grupo, defini-lo como participante desse ou daquele movimento estético é uma tarefa difícil e uma seara que nem mesmo o grupo parece entrar: “Pra mim, o Tono passa longe da MPB apesar da colaboração mútua entre a banda e diversos artistas relacionados ao termo. Estamos em outro plano e não buscamos categorização”, diz Bem.

O que faz sentido, ainda mais quando se observa que há também traços de Jazz, Samba, Bossa Nova, Rock e elementos eletrônicos dentro do escopo de sua musicalidade. “Nos três discos, experimentamos formações diferentes (sempre com os quatro que formam a banda hoje) e interfaces variadas para compor e criar. O que deve continuar acontecendo como um processo de evolução natural da banda e de seus integrantes”.

E essa evolução vem de maneira bem natural, quase casual, eu diria. “A ideia de criar um Samba nunca existiu. Nem da nossa parte nem da parte do Gil em relação ao Tono. Certa vez, após assistir a um show da banda, ele comentou com o Rafael (baterista) que deveríamos explorar mais o ritmo dentro do nosso contexto. Provavelmente já identificando o Samba ali presente de maneira mais subliminar. Levamos aquilo conosco e um pouco depois (sem que houvesse uma necessidade de que isso acontecesse) o Samba do BlackBerry surgiu.”

Uma vez imerso no universo sambista, o grupo pôde transitar mais facilmente pelo estilo e seus “agregados”, o que possibilitou a criação de Da Bahia, em parceria de Gilberto Gil, e mesmo na transição para essa fase mais “artesanal” que o grupo assumiu recentemente. “Tudo o que fazemos acaba interferindo naturalmente no próximo passo. O Samba do BlackBerry foi o início da exploração do ritmo “Samba” (e suas variações) de uma maneira mais explícita. Mas, desde Tono Auge, já gravávamos e tocávamos músicas com a influência do Samba mesmo que de maneira oculta”

E por falar em Samba e Gilberto Gil, o músico irá mostrar nos palcos paulistanos, na sexta, 12 de junho, a química que rola com a banda de seu filho. É bem provável que Da Bahia, composta em parceria com a vocalista Ana Claudia Lomelino, e Me Sara, uma das faixas preferidas do músico, não falte no repertório dessa apresentação. Outra notícia boa aos paulistanos é que Ney Matogrosso também será convidado a se juntar à banda. Não Consigo e Samba do Blackberry, gravadas pelo cantor em seu mais recente disco, também devem dar as caras no show.

Como se Tono, Gil e Ney não fossem motivos suficientes para se sair de casa em uma sexta paulistana, Bem adianta um pouco do que se pode esperar desse show: “Estamos felizes com fato de poder tocar mais uma vez em SP e numa casa onde nunca estivemos e que tem recebido grandes shows. Repetir esse encontro com o Ney e o Gil é um privilégio. Tocaremos músicas dos nossos três discos, e algumas delas com o Ney e outras com o Gil. Existe ainda a possibilidade do encontro inédito entre esses dois artistas no palco”.

Serviço: Tono convida Gilberto Gil E Ney Matogrosso

Data: Sexta, 12 de junho
Abertura da casa: 22h
Local: Audio Club SP – Avenida Francisco Matarazzo 694, Água Branca
Ingressos:
Lote Promocional – R$ 40(esgotado)
Segundo Lote Antecipado – R$ 50(esgotado)
Terceiro Lote Antecipado- R$70(esgotado)
Quarto Lote Antecipado- R$90
Camarotes Antecipados- R$120
Compra on-line

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ARTISTA: Tono
MARCADORES: Entrevista

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts