Sabe aquele disco lançado há algum tempo que você carrega sempre com você em iPod, playlist e coração, mas ninguém mais parece falar sobre ele? A equipe Monkeybuzz coleciona álbuns assim e decidiu tirar cada um deles de seu baú pessoal e trazê-los à luz do dia. Toda semana, damos uma dica de obra que pode não ser nova, mas nunca ficará velha.
The Colorful Life
The Colorful Life é o primeiro e único disco lançado pelo quinteto inglês Cajun Dance Party, no já longínquo ano de 2008. A safra naquela metade de década era boa para as bandinhas Indie que flertavam com o Pop, Post-Punk, Shoegaze e mais qualquer outro tempero inglês surgido a mais de três décadas. Inegavelmente, o terreno estava fértil para esse tipo de som e, por uma simples questão da crescente demanda, a oferta se expandiu bastante também, sendo quase impossível não esbarrar com músicas bem semelhantes nas rádios ou baladinhas do estilo.
A onda dessas bandas foi forte, mas poucas resistiram ao teste do tempo. Infelizmente, o quinteto que produziu esta divertida obra é também uma delas. Ainda assim, vale a pena abrir o baú de recordações e tirar de nossa memorabilia esse disco, que mesmo que não mereça uma nota tão alta nos padrões de resenha do Monkeybuzz, foi capaz de embalar muitas danças e arrancar alguns sorrisos naquele ano em que chegou às lojas.
Como o título do disco pode indicar, havia muitas cores na obra. The Colorful Life apresentava um emaranhando de timbres e melodias que flertavam com Indie, Post-Punk e outras tendências Pop em voga na época, mas que era explorado com certo charme, talvez um com um requinte maior em relações ao seus contemporâneos e que o fez o grupo se destacar naquela fervilhante cena inglesa de 2007/2008 – lhes rendendo um contrato com o gigante selo XL Recordings. O som dos violinos e uma produção cristalina contratavam bastante com algumas guitarras ásperas e o vocal enérgico e cheio de personalidade de Daniel Blumberg (que dalí a uns anos formaria outro proeminete grupo, Yuck.
Não se engane, esse não é um disco conceitual ou com faixas muito bem amarradas umas nas outras. Ele pode ser ouvido livremente, pulando de um single para o outro ou mesmo em shuffle, relegando à sorte a edição do repertório. É interessante observar nesse caso que as músicas funcionam tão bem sozinhas, quanto juntas – e é claro que uma tracklist enxuta, com apenas nove canções, ajuda bastante nessa concisão da obra. Seria um erro dizer que músicas como The Race, The Next Untouchable, Amylase e The Firework carregam o álbum nas costas, mas seria um erro também dizer que essas não são os grandes destaques da obra.
Era um som feito por adolescentes para adolescente. Algo hedonista e divertido, sem muita pretensão, mas que mesmo assim foi capaz de arrebanhar um bom número de fãs. The Colorful Life foi a expressão máxima desse quinteto de jovens ingleses que queria apenas se divertir fazendo música enquanto contavam um pequeno relato de suas vidas amorosas. Sem querer ser saudosista, esse é um disco que ainda deixa saudade.