Tantas Coisas com Lê Almeida

Músico comenta discos marcantes, primeiro show que viu e livros preferidos

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Toda terça-feira, o Monkeybuzz conversa com alguém para entender mais do seu trabalho e da sua música através das coisas que compõem sua vida – sejam discos, faixas, outras bandas ou o que quer que tenha ajudado a moldar sua estética e criatividade.

Três perguntinhas, sem enrolação, para…

Lê Almeida

(Veja também o Tantas Coisas com Lenine, César Lacerda e Leonardo Braga (Planar), entre outros)

Quais os discos que mais te deram vontade de fazer música?

“Em determinado momento da minha juventude, eu conheci dois discos que mudaram a minha ideia não só de que era possível fazer música sendo pobre, mas de que eu poderia fazer discos. Um foi o Alien Lanes do Guided By Voices, que até hoje eu acho um álbum mágico cheio de coisas indecifráveis e uma textura de som única que eu nunca encontrei em disco nenhum durante os anos. O outro disco foi It Was Hot, We Stayed in the Water do Microphones. Esse me tocou de forma diferente, me incentivou demais a fazer disco, mesmo que errado, mas honesto. Karl Blau é uma valsinha que eu ainda pretendo dançar numa festinha de 15 anos!”

Qual foi o primeiro show que você viu?

“O primeiro concerto real que eu vi e consigo lembrar todos os detalhes é de uma banda carioca chamada Mother Joan’s, lembro que o lugar tinha uma cortina que tampava o palco e, quando a banda começava a tocar, a cortina abria e você sacava a banda. Nesse dia, eu tinha ido sem conhecer saber quem ia tocar e foi um choque quando se abriu a cortina e a banda tinha uma mina no baixo, um cabeludo na guitarra cantando e um batera insano, o som era uma espécie de Superchunk. Foi a partir desse show que eu meio que quis tocar numa banda também e, anos depois, eu fiquei amigo da galera dessa banda, que teve várias formações e eu vi inúmeros shows. O Bigú, que toca baixo comigo, chegou a tocar numa das formações, e eu lembro de ver um show deles no meu bairro com o Bigú na banda e a gente nem se conhecia anda. Demais essa vida!”

Quais os seus livros preferidos?

“O primeirão é o 100 Anos de Solidão, fundiu minhas ideias de escapismo da realidade com a qual eu me baseio no som e nas colagens. Depois, eu passei a vasculhar toda a obra do Gabriel García Marquez e do Realismo Fantástico, dai esbarrei com o Murilo Rubião no Contos Reunidos, que é um livro com vários contos, e o mais demais é que o Murilo era mineiro! Esses dois livros me levaram a universos mágicos, sou muito grato.”

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ARTISTA: Gaax, Lê Almeida
MARCADORES: Tantas Coisas

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.