Entrevista: Vivendo do Ócio

Quarteto adianta um pouco do que ouviremos em “Selva Mundo”, seu terceiro álbum

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Selva Mundo é o nome do terceiro álbum da banda Vivendo do Ócio, talvez o mais aguardado de toda sua carreira. Isso acontece por dois motivos: Primeiro, porque ele foi realizado através de financiamento coletivo, ou seja, o envolvimento dos fãs nunca foi tão grande. Ao mesmo tempo, a evolução apresentada pela banda desde seu primeiro trabalho (Nem Sempre Tão Normal) até o recente EP Som, Luzes e Terror faz com que a curiosidade acerca desse lançamento atinja um recorde na carreira do quarteto (e ter Curumin e Fernando Sanches na produção ajuda no processo).

Jajá Cardoso, Luca Bori, Davide Bori e Dieguito Reis adiantaram um pouco do novo disco em algumas palavras ao Monkeybuzz, enquanto ele não chega (o lançamento está marcado para setembro).

Monkeybuzz: Como é poder chegar ao terceiro álbum como banda independente no Brasil hoje? O que significou realizar financiamento coletivo pro disco?
Jajá Cardoso: Nosso terceiro disco marca o inicio de uma nova etapa na nossa estrada. Mesmo quando estávamos na gravadora, sempre trabalhamos num estilo independente, nunca esperamos as coisas acontecerem e sempre corremos atrás. Esse período na Deck foi muito importante pra gente sentir e entender como funciona o mercado fonográfico e vimos que hoje o melhor é trabalhar de forma independente, e o financiamento coletivo se encaixa perfeitamente nesse sentido. Além do mais, esse disco foi produzido de forma coletiva, da composição até a finalização, foi uma forma de trazer nosso público ainda mais para dentro da nossa história e também ficamos muito honrados e felizes com a confiança das pessoas na nossa música.

Mb: Quanto de Selva Mundo a gente pode perceber em Prisioneiro do Futuro? Luca Bori: Essa música reflete a versatilidade do disco, tem peso, tem suingue e surpresas.

Mb: Existia durante a produção do disco alguma intenção em fazer algo ou parecido, ou diferente do que a banda já tocou no passado? Jajá: Com certeza de fazer algo diferente. Do Pensamento É Um Imã para cá foram muitas experiências e referências adquiridas, o público vai sentir isso em Selva Mundo.

Mb: Em outra entrevista há alguns anos, conversamos sobre como vocês não querem se apegar a um só estilo musical, que acabam compondo um som como aquele que ouvem. Com isso, o que podemos esperar do novo disco?
Davide Bori: Um disco muito versátil e cheio de energia. Curumin e Fernando Sanches souberam ampliar muito bem nossas intenções musicais, estamos transitando em novos caminhos, mas sem perder nossa essência.

Mb: Vocês estão em São Paulo há um bom tempo já. Como anda a identidade de vocês – continuam se enxergando como uma banda da Bahia, ou algo ainda mais amplo, sem tantas fronteiras?
Jajá: Desde 2009, com o lançamento do Nem Sempre Tão Normal e a mudança para São Paulo, nos tornamos uma banda nacional. Começamos a tocar por todo o Brasil e também exterior, mas a Bahia é a nossa terra, nossas raízes e sempre estará representada em qualquer lugar que a gente passar.

Mb: Ainda sobre identidade, como vocês esperam ser vistos no futuro? Como Vivendo do Ócio quer ser lembrada?
Dieguito Reis: Como a banda que não entrega a cabeça em uma bandeja, como a banda que prefere morrer na peleja.

Mb: Vocês não só fizeram muitos shows nos últimos anos como também se envolveram com produção de festas e discotecagens. O quanto esse contato com música acaba influenciando o som de vocês?
Dieguito: O menino Vivendo do ócio acaba nos puxando sempre para trabalhos relacionado com a música. Mesmo quando ele não está presente, tudo que aprendemos em relação a produção de festivais, baladas, agenciamento de tour, discotecagens, pesquisa, disseminação da música brasileira etc., foi esse garoto que nos ensinou. Atualmente, temos uma festa chamada No Palla que por enquanto está só em Sampa, temos um festival chamado BRock com intuito de divulgar o novo Rock brasileiro, que provavelmente ainda vai rolar neste ano. Além disso, tem a área de design que nós mesmos cuidamos do nosso e às vezes fazemos para outras bandas. É muito bom ter essa fusão de atividades dentro da música, foi o que sempre sonhamos.

Mb: Pra vocês, o que há de melhor na música feita hoje no Brasil? Quais suas melhores características?
Dieguito: No nosso novo disco Selva Mundo tem grande influência da música contemporânea brasileira. Ouvimos muito Curumin, Arnaldo Antunes, Eddie, Karina Buhr, Russo Passapusso, Síntese, Ifá Afrobeat, Emicida, Baiana System, Nomade Orquestra e muitos outros. Esse caldeirão de diversidade só “alimenta o compositor” como diz nossos patcharas da Eddie. Viva a diversidade da música brasileira!

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MARCADORES: Entrevista

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.