Uma odisseia pelo Space Rock

Há 43 anos, a Lua recebia o primeiro homem e a Terra via nascer o gênero, influenciado pelo sonho e pela vontade de conquistar o Espaço

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Há 43 anos, o homem dava seus primeiros passos na Lua e começava a conquistar territórios fora de nossa órbita. Enquanto isso, aqui na Terra, começava a se desenvolver um estilo musical inspirado nessas viagens espaciais e que, para a época, parecia trilha sonora de filmes de ficção-cientifica. Com o tempo, o Space Rock foi ganhando status de música de vanguarda e segue até hoje em sua jornada, chegando cada vez mais longe.

O estilo apareceu um pouco antes de o homem pisar na Lua, mas parece que foi a partir daí que tomou verdadeira força e começou a crescer, e o que surgiu como uma vertente do Ambient Music com pirações intergalácticas se consolidou e ganhou muitos fãs.

Assim como na corrida espacial, que se acirrava durante os anos seguintes ao seu surgimento, o gênero parece também ter sofrido uma espécie de competição entre os artistas para ver quem chegava mais longe. As bandas brigavam por expandir cada vez mais levar sua música e explorar novos instrumentos e elementos. Os principais deles eram o órgão sintético e as drum machines, além dos sintetizadores – que ganharam exposição com o Kraftwerk e seu som robótico.

A música soava como uma verdadeira viagem pelo espaço, às vezes bem introspectiva e surrealista, e até chegou a ser comparada a alguns movimentos psicodélicos que já faziam sucesso na época. Os primórdios do estilo ficaram marcados por grupos como: Pink Floyd (em seus primeiros discos), David Bowie, com seu Space Oddity (e ainda vale a pena citar o extraterrestre Ziggy Stardust e o astronauta Major Tom vividos pelo músico em suas apresentações), e também o maior sucesso do gênerom que veio com ingleses do Hawkwind, no disco Space Ritual, de 1973.

Uma década depois, surgiu o Space Pop, que não conseguiu tanto espaço no mainstream quanto seu irmão roqueiro, mas que fez bastante barulho no meio underground. Seus principais ícones são Spacemen 3, Stereolab e a dupla francesa Air, principalmente em seu ultimo disco, Le Voyage Dans La Lune, inspirado no filme Viagem à Lua, de Georges Méliès.

Durante os anos 90, o estilo se misturou e se confundiu com vários outros, principalmente Shoegaze, Stoner Rock e Noise Pop, e pipocaram bandas nessa época que bebiam na Psicodelia astronômica que dominara as décadas passadas. Grupos como Loop, Slowdive, The Brian Jonestown Massacre e Spiritualized, além de The Flaming Lips (que já experimentou com muitos estilos) se destacaram por fazer essa mistura.

Mas a viagem continua até hoje. São muitas as bandas que resgatam referências e elementos do Space Rock para compor seu próprio som. Influências podem ser percebidas em diversas bandas, como Mogwai, Angels and Airwaves, The Mars Volta (na fase Noctourniquet) e o nos dinamarqueses do Mew. Então, tenha seu capacete à mão e aperte os cintos, porque a odisséia do Space Rock não indica um fim, com fôlego para seguir por ainda muitos anos/luz.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts