Mel Azul Recruta Paulo Miklos na Luta Contra a Mesmice

Clipe de “Rádio Sideral” estreia com exclusividade no Monkeybuzz

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Quem nasceu nos anos 1980 ouviu por toda a década seguinte sobre o saudosismo do tal do Rock brasileiro que tanto educou a geração anterior a ouvir um som em português, mas, em algum momento da história, se perdeu em uma diluição que fez com que o termo ganhasse até uma certa conotação negativa, já que a mesmice tomou conta das rádios e TVs por todo os 1990.

Em 2015, o cenário é outro, mas só em parte. Enquanto uma cena alternativa luta por seu espaço com um som culturalmente relevante, o mainstream apóia a tal da mesmice de sempre em uma postura que, de tão datada, já virou “histórica”. E se alguns grupos apenas lamentam e outros se conformam, Mel Azul decidiu abrir a boca para cantar e comentar a situação.

Rádio Sideral, a faixa em questão, ganhou um reforço de muito respeito com a presença do músico e ator Paulo Miklos, que protagonizou o movimento de trinta anos atrás ao lado de sua banda, Titãs. Na nova composição, ele vem para integrar o côro com conhecimento de causa e engrossa o caldo da discussão em alto e bom som: “Tô pra ver algo original”.

Por email, os músicos da banda comentaram que “ele botou pressão pra caraco” e que “deu voz ao nosso single e expandiu seu significado, tudo de bom”; “Ficamos felizes com o fato do Paulo Miklos ter se identificado com o nosso som e somado com o Mel Azul na luta contra os caretóides” – aliás, Saga Contra os Caretóides é como foi batizada a série de três singles que o grupo paulistano lança em 2015, sendo Rádio Sideral o segundo deles (o primeiro foi Sound of Healing).

Sobre o clipe da faixa, que estreia nesta terça (13) com exclusividade no Monkeybuzz, Mel Azul comenta que ele “fala sobre a falta de questionamento da mídia, a suposta filmagem do homem na lua, a solidificação da ilusão através da propaganda e verdadeiras viagens siderais”, um subtexto interessante para a mensagem contra o mais do mesmo que o mainstream tanto dá ênfase.

Fica a lição também sobre como manter-se relevante: “Achamos importante que artistas como o Paulo Miklos, que possuem uma verdadeira legião de fãs, apoiem novas bandas e, de alguma forma, se envolvam com a nova geração da música brasileira”, continua o grupo no email, que chamou isso de “responsabilidade”. Fica a expectativa de vermos Mel Azul fazer o mesmo em vinte ou trinta anos – embora a esperança seja disso ser desnecessário para o futuro.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.