Tantas Coisas com Fábio de Carvalho

Músico comenta bandas marcantes, discos e lugar favorito no mundo

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Toda semana, o Monkeybuzz conversa com alguém para entender mais do seu trabalho e da sua música através das coisas que compõem sua vida – sejam discos, faixas, outras bandas ou o que quer que tenha ajudado a moldar sua estética e criatividade.

Três perguntinhas, sem enrolação, para…

Fábio de Carvalho

Quais as bandas que você mais ouviu na vida?
“Minutemen, Led Zeppelin, Black Sabbath, My Bloody Valentine e Radiohead. Dessas cinco, as que mais me marcaram foram sem dúvida My Bloody Valentine e Minutemen. Eu descobri Minutemen nas férias de janeiro de 2012 e encontrei uma banda com uma história tão bonita, uma coisa que eu nunca tinha visto. Era uma banda com um talento incrível de todos os integrantes, que tinham uma amizade muito bonita, e uma atitude dentro da música deles que eu desconhecia até aquela época, que é toda a ethos do faça-você-mesmo. A partir daquele momento, eu sabia que queria ter uma banda daquele jeito com meus amigos, sem limitações criativas, sem gênero delimitado, fazer Punk de verdade. Não foi bem o que aconteceu, mas, de toda forma, foi bom e eu criei amizades muito boas a partir daí. My Bloody Valentine foi uma banda que abriu muito minha cabeça também, pra questões de texturas e melodias. Eu nunca tive muito equipamento pra guitarra, então às vezes eu só tento imitar um pouco essa banda e fica tosco demais. Mas eu acho que o que ficou comigo foi a noção de que existe um mundo todo a ser explorado a partir de texturas e produção musical”

Que discos você demorou para ouvir e depois se arrependeu por não ter escutado antes?
“Um disco que eu tenho escutado muito ultimamente e que me arrependo de não ter dado a devida importância na época que me falaram dele é o Niandra LaDes and Usually Just a T-Shirt, do John Frusciante. O disco é pura emoção, é muito cru, muito desesperado e esquisito. Ele não tem consistência nenhuma e eu adoro isso, cada música parece um universo diferente, um conjunto de emoções muito distinto da faixa anterior. No geral, eu não tenho essa relação com discos não. A maioria das músicas entra na minha vida num momento que eu preciso delas. Não tem essa de se arrepender de não ter escutado uma coisa, tudo chega no seu tempo. Foi o caso de Benji, do Sun Kil Moon, Because the Internet, do Childish Gambino, I Wish My Brother Rob Was Here, do Milo, e principalmente da Lupe de Lupe, que desde 2014 é uma das bandas mais importantes da minha vida”

Qual o seu lugar favorito no mundo?
“Passando por um período meio complicado nesse segundo semestre, eu penso nessa questão diariamente, mas de uma forma mais ampla. Quando eu saio de casa, fico sempre pensando nas saídas que eu tenho, nos lugares que eu posso ir onde eu vou me sentir em paz comigo mesmo. O meu lugar favorito no mundo é provavelmente o lugar onde as pessoas que eu mais amo estão, seja aqui em casa com minha namorada, na casa do meu melhor amigo, na casa das minhas avós no natal. O que importa não é o lugar, mas as pessoas. Eu gosto de ir à locadora aqui perto de casa. Eu tenho ido nela desde os cinco anos de idade, então é um lugar que tem uma certa importância pra mim. Eu também gosto de ficar em casa sozinho, embora esse não tenha sido o caso ultimamente. Eu meio que preciso ter pessoas ao meu redor, pessoas com quem eu me importo. Ver e ser visto”

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MARCADORES: Tantas Coisas

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.