Tantas Coisas com Emicida

Rapper comenta discos que tem ouvido, shows marcantes e livros favoritos

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Toda semana, o Monkeybuzz conversa com alguém para entender mais do seu trabalho e da sua música através das coisas que compõem sua vida – sejam discos, faixas, outras bandas ou o que quer que tenha ajudado a moldar sua estética e criatividade.

Três perguntinhas, sem enrolação, para…

Emicida

Que discos você mais tem ouvido ultimamente?
“Comprei um monte de discos de vinil de música africana em Lisboa, estou vinilzeiro de novo. Então, tenho ouvido coisas tipo uns sambas e merengues, aliás, acabo de descobrir que o merengue também vem de lá e eu achava a vida toda que a origem dele era aqui pela América Central, reforça minha tese de que a África é o vale do Silício do ritmo mesmo. De coisas mais ‘modernas’, tô ouvindo Leikeli47, Mahmundi, do Rio de Janeiro, é bem bacana também e um rapper português divertido chamado Regula”

Quais os shows que mais marcaram sua carreira?
“São Paulo eu tenho vários marcos, o primeiro sold out que tivemos no Hole Club. Eu nunca tinha visto ingressos esgotados com uma atração do que era chamado de ‘underground’ aqui no Brasil. Então, sempre ia ao show de diversos artistas que enchiam, mas a primeira vez que vi aquilo foi foda, e ver aquela fila dobrando a esquina no nosso show foi realizar um sonho. Ali eu entendi que tínhamos feito algo especial, diferente. Quando o lançamento da segunda mixtape esgotou antes, também foi incrível, estávamos loucos atrás de patrocínio pra fazer o evento e nenhuma marca quis colocar grana num evento de Rap, fizemos sem grana mesmo explodindo nossos cartões de crédito todos, e os ingressos esgotaram uma semana antes do show. Começou a chover patrocinadores interessados em ‘ajudar a fazer a coisa acontecer’. Tocamos o foda-se e fizemos sem nenhum. Aquilo foi lindo demais, levamos o Pepeu para o palco e fazia 16 anos que ele não subia em um palco. De repente, ver aquela meninada de 17 anos cantando Nomes de Menina foi de chorar. Não podíamos fazer muito, então acabamos chorando de alegria mesmo! Tenho uma lista de shows foda, tem que fazer um especial (risos)”

Quais os seus livros favoritos?
Guerreiras da Paz, de Leymah Gboe, Muito Longe de Casa – Memórias de um Menino Soldado, de Ismael Beah, Escravos, de Kangni Alem, Pichon, de Carlos Moore, Cem Sonetos de Amor, de Pablo Neruda, Lili Inventa o Mundo e Da Preguiça como Método de Trabalho, ambos de Mário Quintana, A Fúria da Beleza, de Elisa Lucinda… Isso é o que lembrei agora. De tempos em tempos, eles vão se revezando com outros!”

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ARTISTA: Emicida
MARCADORES: Tantas Coisas

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.