Tantas Coisas com Larissa Conforto (Ventre)

Baterista comenta shows, discos e seus livros preferidos

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Fotos: Pedro Arantes

Nós já ouvimos as músicas, agora é a hora de conhecermos um pouquinho mais sobre as pessoas por trás dos discos que tanto ouvimos. No Tantas Coisas, os artistas revelam ao Monkeybuzz detalhes de suas histórias, suas carreiras e predileções, tudo sem enrolação.

Larissa Conforto

(A baterista viu recentemente sua banda ir de uma das maiores promessas da música brasileira para um dos nomes mais respeitados no país após o lançamento de Ventre ao mesmo tempo em que se envolvia com o projeto Cheddars)

Quais os shows que mais marcaram sua vida? “São tantos que eu mal consegui fazer um top 5. Eu assisto a shows desde novinha, é algo que eu valorizo muito, mais do que os álbuns de estúdio. Lá vai, sem numeração:

– Radiohead na Apoteose. Eu nunca tinha visto aquilo na vida. Aquelas luzes chovendo em Paranoid Android… nossa. Chorei o show inteiro, foi uma experiência antropológica. E foi lá que eu conheci o Bruno, do Cheddars. Viramos grandes amigos depois daquele dia.

– T.M. Stevens (baixista absurdo) no Rio das Ostras Jazz e Blues, com a Cindy Blackman (maravilhosa, DEUSA) na bateria. Foi a primeira vez que eu vi uma mulher baterista ao vivo. A Cindy é poderosa e inspiradora. Naquele dia, eu percebi que poderia ser como ela.

– Jack White no Lolla. Eu quase tive um treco quando vi o line up, porque sou fã bizarra do JW. Se você me perguntar qual o maior sonho da minha vida, eu vou dizer que é fazer uma jam com ele. Acho tudo o que ele faz um absurdo. Não só as composições, os timbres, o jeito simples, porém explosivo, de tocar guitarra, o alcance, as melodias de voz, o drivezinho quando ele grita. Eu sou fissurada na Third Man Records, no trato que ele tem com os produtos, as capas, as artes, roupas, cabelos. Ele é o ser vivo que mais me inspira no planeta. O show foi um absurdo. Ele escolhe as músicas na hora, a banda inteira toca pra caralho, a iluminação (apesar de toda azul), é brutal. É uma coisa de louco, um espetáculo que todo mundo deveria assistir pelo menos uma vez na vida. E nesse, ele toca a minha favorita do The Raconteurs, Top Yourself. Quase choro lembrando!

– Yeah Yeah Yeahs no Tim Festival. Eu cheguei lá vestida de “Y” as 9 da manhã pra ouvir a passagem de som. Tenho essa camisa até hoje, eu que costurei. Tem uma coisa na Karen O que é inexplicável, só vendo. Somada à bateria do Brian, que tem um quê de jazz, uma toque de Ginger Baker, a imprevisibilidade talvez… Depois desse show, eu tatuei uma mosquinha (chamada Karen) no braço, perto do ombro, onde a Karen tem um zangão tatuado.

– Rage Against The Machine no SWU. Auto-explicativo, né? Meus ídolos de infância. Tom Morello com o boné do MST. “It has to start somewhere It has to start sometime. What better place than here, what better time than now? All hell can’t stop us now”. E eu na grade jogando pedrinhas na polícia, gritando frases de ordem. Lembrar disso nos tempos de hoje, com essa crise política, essa loucura de pedir intervenção militar… me assusta muito”

Quais discos mais te influenciaram a fazer música?

“Considerando que eu comecei a tocar bateria com 13 anos de idade e meus ídolos eram os grunges de Seattle dos 90 e logo depois o New Metal dos anos 00, os discos que me influenciaram pessoalmente a tocar bateria são bem diferentes dos que me influenciam hoje, como música. Como não nego minha origens, lá vai:

In Utero, do Nirvana. – Spit, do Kittie (Mercedes sempre será musa inspiradora) – Slipknot, do Slipknot (Joey Jordison, né?) – The Bends, do Radiohead – Uh Uh Her, da PJ Harvey”

Quais os livros que mais te marcaram na vida?
“Sem dúvidas, Harry Potter (vida), Stardust e toda a saga de Sandman do Neil Gaiman, A Profecia Celestina, A Revolução dos Bichos, A Insustentável Leveza do Ser. Cliché né?”

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ARTISTA: Cheddars, Ventre, Xóõ
MARCADORES: Tantas Coisas

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.