Brunno Monteiro Apresenta o “Lado A” de “Duplo”

Em primeira mão, músico comenta cada canção do lançamento

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Fotos: Juliana Rocha

Dois lançamentos individuais que formam juntos um álbum completo – a ideia de Brunno Monteiro começa a ser executada hoje, 14 de julho, com o lançamento de Lado A, a primeira parte de Duplo.

Em primeira mão no Monkeybuzz, o carioca apresenta as cinco faixas do EP, que traz entre elas a já conhecida Café Pedra de Gelo e participações de Ventre, Carlos Posada (Posada e o Clã) e Gabriel Muzak. Além do áudio, ele contou ao site um pouco sobre cada uma delas.

Além de conhecer mais sobre cada uma das canções, é material suficiente para ouvir e reouvir até o Lado B, um disco mais minimalista e Eletrônico, vir a público na próxima semana.

Café Pedra de Gelo

“É a minha manada de elefantes abrindo o disco. Começar o DuploO com o Quinteto da Paraíba e essas cordas tensas, nervosas, cortando minha parceria com o Rabujah, era a forma mais precisa para abrir esse segundo mergulho no mundo. É a tensão que queria pra acompanhar essa angústia de certa forma patética que a letra traz, essa melancolia de ‘procuro a sua escova e no meu ralo os seus cabelos'”

O Filho de Deus (com Ventre)

“Gosto demais da gravação do Romulo Fróes pra essa canção do Nuno Ramos, e por isso escolhi regravá-la. Não só pela letra, que tem essa onda de crônica de jornal popular, pela desconstrução de um certo Cristo, mas porque aquela gravação bateu em mim. Mas aqui ela me chegava mais violenta, e queria muito levar aquele evangelho de sarjeta pra esse lugar sujo, pesado. Então convidamos o Ventre e o tiro saiu exato: um Filho de Deus torto e presente, rasgando e girando”

Nublado (com Posada)

“Aqui a explosão: acho que consegui juntar a melancolia e a força da primeira música, o peso da segunda e chegar ao grito. É uma música de condenação (‘eu fui condenado a viver assim, nublado’), mas de espantar fantasmas também. É assim que a gente faz na música, né, e acho que fizemos isso, Posada e eu. É a perda da paz gritada aos sete ventos!”

Exatamente Isso (com Gabriel Muzak)

“É o sol do Lado A, ou ele chegando. Essa guitarra super característica do Muzak traz isso, e aí entram o trompete do Leandro Joaquim ecoando Beatles e o coro. Uma base que contrasta, e por isso sublinha, a letra densa, esse arrependimento. O mais engraçado é que o Rabujah, quando estava compondo essa música, ia deixá-la de lado e eu insisti pra ele gravar. Depois, não resisti e tive que regravá-la!”

Percurso

“Eu diria que essa já é uma transição natural para o Lado B. É mais mínima, puxa muito o álbum Plastic Ono Band com temperos da viola caipira do Ricardo Vignini. Tem uma leveza flutuante, mas não é alegre. É uma canção de tempo também, fala de um passada onde não cabe, de um presente inseguro, trêmulo, mas há sempre o amanhã, onde eu acho que posso “saltar sem sentir a queda”, o que acho que faço em seguida. Mas esse é um papo pro Lado B!”

Em tempo: Os shows de lançamento de Duplo acontecem no Rio de Janeiro nos dias 28 de julho (BNDES) e 7 de agosto (Circo Voador).

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.