Fat Possum Records – Do Blues ao Indie

Gravadora que começou com um grande celeiro do gênero sulista estadunidense, é hoje uma grande janela para novos artistas como a Melody’s Echo Chamber

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É bem provável que você já tenha ouvido algum artista da Fat Possum Records, mas não imagine que ele faça parte da gravadora. Muitas bandas novas como, 2:54, Tennis e Wavves, estão no catálogo deste selo que mudou muito durante os anos, passando de um celeiro local do Blues a uma corporação de médio porte que vem revelando muita gente legal nos últimos anos.

Sua história está diretamente ligada à sua terra natal, o Mississippi. No começo da década de 90, Peter Redvers-Lee e Matthew Johnson fundaram a empresa para dar oportunidade aos artistas locais de gravarem seus discos. Prestigiando principalmente o Blues e o Soul, os primeiros trabalhos lançados pela Fat Possum seguiam basicamente esses dois estilos. Com o tempo, a gravadora ganhou reconhecimento não só no estado, mas em todo país por “gravar o Blues sulista antes que ele morra de vez”, como disse a New Yorker Magazine na época. Mas o tempo é implacável e as estrelas envelhecem. Com a morte de muitos deles, Peter e Matthew se viram em uma situação que, se não procurassem novos nomes, a empresa acabaria.

Por volta de 2003/04, o recrutamento começou e novos artistas começaram a integrar o seu catálogo, renovando a empresa, mas mantendo o Blues como essência de suas músicas. E quem melhor pra se chamar do que o The Black Keys e seu Blues Rock? O duo trazia exatamente o que os donos queriam: manter a identidade e história da gravadora e, ao mesmo tempo, trazer um novo frescor a ela. Outra banda que entrou na mesma época foi a Heartless Bastards, com sua mistura muito bem feita de Blues Rock e Country em um som “rústico”, para não dizer “caipira”.

Depois dessa explosão do Indie Rock no começo do novo século, era hora de abrir ainda mais as portas para novos artistas. Em uma nova fase, se é que pode ser chamada assim, a Fat Possum começou a trazer mais bandas com guitarras ásperas e barulhentas que definiu uma época Lo-Fi do selo. A reedição do primeiro disco do Wavves e o lançamento de Summer of Hate (2009) da Crocodiles foram os grandes destaques dessa época. Mas essa onda barulhenta e de “baixa” qualidade durou pouco tempo, acabando em 2010/11 quando os dois grupos se mudaram para outras gravadoras.

Com o fim de uma onda, outra nasce. E agora era vez do vez do Indie Pop tomar conta dos estúdios e comandar os negócios do selo. Bandas como Friends, Tennis e Unknown Mortal Orchestra, que começaram a despontar há relativamente pouco tempo, alavancaram a fama da Fat Possum em descobrir e apostar em novos nomes da cena Indie.

Continuado essa tendência de revelar bandas novas, o selo trouxe para seu catálogo bons nomes como o duo 2:54, que lançou seu primeiro álbum homônimo esse ano. A Fat Possum tem também uma grande promessa para 2012: Melody Prochet e seu projeto Melody’s Echo Chamber, que tem uma sonoridade única e ainda ganha a produção de Kevin Parker, do Tame Imapala.

Do Blues ao Indie, do Soul ao Lo-Fi. Essa é a história de um selo que, apesar de seus poucos mais de 20 anos, já tem um catálogo bem extenso. A gravadora, que se viu obrigada a renovar seu artistas, pode ter mudado seu estilo, mas não a busca pela qualidade.

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Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts