Portugal. The Man: “Temos muito orgulho de nossos shows, são nosso maior diferencial”

Kyle O’Quin fala ao site sobre o disco “Woodstock” e momento atual da banda

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Grande demais para ser chamada de “Alternativa”, mas trabalhando com uma liberdade nem sempre vista no tal do mainstream – Portugal. The Man bateu os treze anos de carreira com um novo ritmo de trabalho, outras intenções nas letras e um aspecto todo mais dançante ao lançar o disco Woodstock, que saiu bem na entrada do verão no hemisfério norte, o que garantiu mais uma vez a presença do grupo nos palcos mais disputados da temporada.

“Somos uma banda ‘ao vivo’, sabe?”, comentou o tecladista Kyle O’Quin por telefone ao Monkeybuzz. “Acho estranho quando um grupo tem discos melhores que os shows”, ele continua, “temos muito orgulho de nossos shows, passamos 300 dias por ano em turnê e acho que são nosso maior diferencial”.

“Acho que as pessoas vão ao show porque conhecem só uma ou outra música, mas aí se surpreendem com as outras”, diz Kyle, “e também ficam impressionadas quando descobrem que temos tantos discos lançados (risos)”.

O novo álbum, seu oitavo, tem entre suas intenções o amparo desses grandes públicos, mas tenta também ir além disso. “Nós gravamos sem parar, estávamos fazendo um disco por ano”, conta ele, “mas o mundo muda muito e percebemos que as músicas que tínhamos eram muito legais, mas não eram mais tão relevantes, não refletiam bem o mundo onde vivemos. Foi aí que recebemos a dica de Mike D (Beastie Boys), que veio com sua atitude Hip Hop para cima do nosso Rock e nos encorajou a escrever sobre o que vivemos, para ilustrar o nosso mundo”.

“Há um tom mais sério nas coisas que estamos dizendo. Para isso, chamamos algumas das pessoas mais incríveis com quem já trabalhamos, como Danger Mouse – eu acho ele ótimo -, Mike D, John Hill, que trabalhou em nosso primeiro álbum, Asa Taccone (Electric Guest)… Todos eles trouxeram vida ao disco”.

“Às vezes, estamos no estúdio e rola aquela coisa de ‘ei, isso aqui vai ficar massa em um festival'”, comenta Kyle, “há um diferencial também de termos na produção algumas pessoas que têm suas bandas, que já tocaram em Lollapalooza. Danger Mouse às vezes falava: ‘Pensa quando você for tocar essa música em um palco assim’, essa experiência fez toda a diferença”.

Sobre a variedade musical presente no disco, o tecladista comenta que “nós pensamos na época quando éramos mais novos, no começo dos anos 2000, e tínhamos em nossa coleção de CDs Missy Elliott, The Beatles, Wu Tang Clan, tudo misturado, sem ligar muito para o gênero. Queríamos que Woodstock tivesse esse clima”. “Pessoas diferentes serão tocadas por aspectos diferentes do disco”, conclui ele.

Sobre o show no Lollapalooza Brasil 2014, Kyle conta que Portugal. The Man só tem boas lembranças: “Foi insano. As pessoas do Brasil nos escrevem mais do que as de qualquer outro lugar, e aquele foi nosso único show no país”. Ele comenta também que não vê a hora de voltar e fazer uma apresentação “ainda melhor”, em suas próprias palavras.

“Estar em São Paulo é muito louco. É como estar em Tóquio, dá para passar semanas explorando tudo, e nós só estivemos lá por um dia”. Sobre a vontade de retornar ao Brasil, ele brinca: “E a comida era ótima, o melhor bife da minha vida. Melhor ainda que o da Argentina (risos)”.

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MARCADORES: Entrevista

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.