Superorganism: “Fazer um som legal é o que mais nos motiva”

Vocalista Noroto Noguchi comenta processo criativo e fama repentina do octeto

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Daqui de longe, no Brasil, o nome Superorganism ecoou fortemente após ser tão comentado no festival South by Southwest, no início de março nos EUA, tanto pelo som divertido e despretensioso que a banda faz, quanto pela sua proposta curiosa: Oito pessoas de nacionalidades e idades diferentes que moram juntas em uma casa e compõem de maneira orgânica.

Foi naquela mesma época que saiu seu primeiro álbum, também chamado Superorganism, impulsionado pelos elogios e por uma sonoridade bastante Pop dentro do Indie como não era ouvida há alguns bons anos (lembra daquelas bandas divertidas da década passada, tipo Los Campesinos!?), algo que hits como Everybody Wants to Be Famous denota. Cerca de um mês após o lançamento e o festival, a vocalista Orono Noguchi falou ao Monkeybuzz por telefone sobre essa época e o processo criativo do grande grupo.

“Acho que ainda não digeri aquela experiência”, comenta a norte-americana de 17 anos sobre o SXSW, “foi ótimo, porque as pessoas parecem ter gostado do nosso som. Para nós, foi tão positivo quanto intenso. Foi bastante estressante, mas também muito recompensador”. Sobre o retorno das pessoas sobre seu show e sobre o disco, Orono comenta que ele “tem sido ótimo. Quando terminamos o álbum, não nos importava o que as pessoas pensariam dele, porque estávamos orgulhosos do que fizemos. Não nos importaria se não curtissem. Mas as pessoas gostaram, e isso é legal, estamos felizes”.

Sobre o jeito dos oito trabalharem juntos, ela conta que “é só uma questão de estar com meus amigos fazendo música que nós gostamos. Sei que isso é cafona pra caralho, mas… (risos). Nenhum de nós começou a banda falando ‘vamos ser a nova hype e tocar no SXSW’, foi mais ‘vamos fazer uns sons legais juntos, porque temos tempo e estamos entediados’, e ficou legal o que fizemos. Nosso jeito de trabalhar ainda é esse, fazer um som legal é o que mais nos motiva”.

Orono descreve Superorganism como “música Pop”, mas avisa: “Não gosto muito de rótulos, no geral, não gosto quando um artista se apresenta de um jeito muito definido falando ‘esse é quem eu sou, é assim que você deve me interpretar’. Às vezes, essas palavras podem ser uma ferramenta. Eu gosto como Brockhampton diz ser uma boy band, mas nós preferimos que as pessoas apreciem a música, a arte e tudo o que fizermos de uma maneira mais múltipla. E é isso o que é legal na música Pop, por isso eu chamo de Pop mesmo”.

O som de inspirações diversas que a banda faz, feito por pessoas também tão diferentes, acaba atraindo um público igualmente variado: “Você percebe gente que vai aos shows para dançar, e sempre tem um pessoal mais introspectivo no meio. Essa diversidade toda é o que eu mais gosto da banda”, conta ela.

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ARTISTA: Superorganism
MARCADORES: Entrevista

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.