DGTL São Paulo: Mapa musical

Fique por dentro de todas as atrações da versão do festival holandês em São Paulo

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Fotos: Divulgação

No dia 5 de maio, São Paulo recebe pela segunda vez o festival holandês DGTL, que irá trazer um line up de 22 atrações voltadas principalmente ao Techno e ao House. Serão três palcos com Honey Dijon, Dixon, Henrik Schwarz em formato live Vermelho, Zopelar, Cashu, Davis, Ben Klock, Rødhåd B2B Daniel Avery, Job Jobse, DVS1, entre outros.

Em solo natal, o evento acontece num antigo estaleiro no norte de Amsterdam, o NDSM, um hangar de 20.000 metros marcado por galpões, além de jardins com estúdios e instalações de arte. Na versão brasileira, é a vez da Fábrica 619, uma desativada fábrica de livros no bairro do Jaguaré. O endereço escolhido deve trazer um pouco do clima da locação original na gringa.

Conforme informações do evento, desde as origens, em 2013, a organização do DGTL investe em alternativas que não agridem o meio ambiente. Além de primar por visuais de arte digital de alta tecnologia e em formato modular. Em Amsterdam, o DGTL promove o concurso Kinetic Art Pitch, no qual escolhe projetos de instalações artísticas. Por aqui, altas chances de visuais surpreendentes. Em São Paulo, os bares não servirão comidas com carne animal. Culinárias do mundo todo estarão disponíveis no cardápios de opções vegetarianas. Mais informações sobre ingresso estão no site oficial do evento.

A reportagem do Monkeybuzz fez roteiro especial contando um pouco sobre cada atração dos três palcos do festival, Modular, Generator e Frequency.

ÁREA 1 – Modular

19h30-21h15 – Max Underson

Escalado para abrir a pista, o DJ Max Underson é integrante da Coletividade NÁMÍBIÀ e residente da CARLOS CAPSLOCK. Ele deve trazer um set envolvente e emotivo, que se desloca em meio a várias vertentes do Techno, sempre com texturas e ambiência instigantes. Max tem lançamentos pela Conteúdo Records, Paunchy Cat Records, Sudd Records, Psychosomatic, Primitive State Records e Sketches Records.

21h15-23h – Carrot Green

O produtor carioca é especialista em pesquisar ritmos brasileiros de raiz com grooves surpreendentes. A lista de festivais pelos quais Carrot passou é extensa: Nomade, no Chile, Dekmantel Selectors na Croácia, Dekmantel Showcase no Rio e o Dekmantel São Paulo, Novas Frequências, Mareh, Meca e outros. Mas é no universo underground de festas independentes que ele constrói a reputação de talentoso “fazedor de pista”. Com lançamentos pelos selos The Magic Movement, Frente Bolivarista, Permanent Vacation, Carrot é um dos autores, junto da Selvagem, de uma interessante releitura para “Cântico Brasileiro Nº3 (Kamaiurá)”, da cantora Maria Rita Stumpf, distribuída pelo selo Selva Discos da dupla Trepanado e Millos Kaiser. Vale a pena ouvir o EP “Dança das Crianças”(2016), que saiu pelo The Magic Movement.

Outro destaque fica para a mix que ele fez para Gasolina, do grupo TETO PRETO.

23h-0h – Red Axes feat. Abrão

Arzi e Sadovnik formam a dupla Red Axes. A forte conexão entre os dois amigos se traduz em faixas que fundem muito bem o rock ao Techno, House e Ítalo-Disco, fortemente influenciados por bandas pós-punk de Tel Aviv. Nas apresentações e produções, rolam synths, drum machines, flautas peruanas, baterias e até guitarras. Eles se conheceram aos 14 anos, quando Sadovnik deu um show jogando ping-pong numa festa na casa de Arzi. Não foi à toa, o músico foi uma das promessas do tênis profissional, ainda adolescente já figurava entre os 800 melhores do ranking da ATP.

Formaram um grupo chamado Red Cotton, de rock mais new wave, que não durou a primeira tour pela Europa. Motivo: a temporada na Holanda fez com que eles pirassem nos clubes e festas Eletrônicas. Desistiram do formato tradicional roqueiro. Daí nasceu a dupla, conhecida por álbuns como The Beach Goths (2017) e Ballad Of The Ice (2014). O mais interessante é que eles conheceram o cantor brasileiro Abrão, que empresta seus vocais soturnos e delicados a faixas como as do EP Kicks Out Of You.

0h-01h30 – Vermelho

Provavelmente, esse será um dos melhores sets do festival. Duvida? Quem estava na pista durante a apresentação do DJ Márcio Vermelho no ano passado, com certeza vai ficar ligado no timetable. Integrante de diversos projetos, como Vermelho Wonder e Sphynx, o DJ e produtor orquestra os passos de dança ao jogar na roda faixas como Rock the Box, que já virou um hit nas pistas undergrounds paulistanas.

1h30-3h30 – Adriatique

O duo se chama Adriatique por causa do nome dos integrantes: Adrian e… Adrian! Eles se destacaram ao fazer parte do selo alemão Diynamic ao caírem no gosto do DJ Solomun. Formulação de sets que aludem ao formato de transe hipnótico são a marca da dupla. Hoje, eles também cuidam do selo Siamese.

3h30-4h30 – Henrik Schwarz (live)

Em 2015, o produtor integrante do respeitado selo alemão Innervisions impressionou a crítica internacional em função do álbum Instrumental, no qual desempenhou a missão de aliar música Eletrônica à Clássica ao lado da Metropole Orkest. Techno, Jazz e música instrumental estão na lista de influências e pesquisas. De espírito inquieto, Henrik já se apresentou em formato banda, teve parcerias com o pianista norueguês Bugge Wesseltoft, tocou com a companhia de dança Berlin State Ballet, Filarmônica de Luxemburgo, Orquestra de Câmara de Stuttgart, e mais uma extensa lista de projetos que fogem do Eletrônico convencional. No DGTL São Paulo, ele se apresenta solo em formato live.

4h30-6h30 Rødhåd & Daniel Avery

Eis um B2B de respeito. Ambos já tocaram separadamente em pistas daqui na festa ODD. Daniel Avery foi residente por anos do lendário clube inglês Fabric e é dono do elogiado disco Drone Logic (2013). O berlinense Rødhåd tem no espírito a vivência na zona Ocidental, outrora separada pelo muro. As origens influenciam as sonoridades de suas performances. Arquiteto de formação, ele articula verdadeiras narrativas em sets que beiram o transe, quase sempre numa atmosfera muito mental e abstrata. É essencial ouvir o disco Anxious (2017).

6h30-8h30 – Dixon

Ao lado do DJ Frank Wiedemann aka Âme, Dixon é um dos criadores do prestigiado selo Innervisions, uma ramificação do Sonar Kollektiv. Avesso a entrevistas e sem fazer um som comercial, curiosamente, Dixon foi durante anos eleito por voto popular o melhor DJ pelo site Resident Advisor durante quatro anos seguidos.

Cerebral e intenso nas performances, a residência por clubes como WMF, Tresor e Weekend, desde o início da carreira, nos anos 90, mostraram o gosto do alemão por fazer long sets memoráveis. Ex-jogador de futebol profissional, uma lesão o fez mudar de rumo para a música. Pode parecer inusitado, mas Dixon começou discotecando Jungle em festas da banda Atari Teenage Riot, até ir se rendendo aos poucos para a House. Todos anos, Steffen Berkhahn faz um retiro de meses incomunicável e sem ouvir música na Índia, o que ele acredita ser essencial para seu processo criativo. Apesar de ter vindo recentemente a São Paulo, no ano passado, as passagens do DJ pelo país são sempre muito aguardadas por uma legião grande de admiradores.

ÁREA 2 – Generator

19h30-21h15 – RHR

Seguindo uma trajetória consistente, o jovem RHR está chamando a atenção com produções impecáveis.

Integrante do selo OMNIDISC a convite do DJ Danny Daze, RHR aposta nos Electro beats rápidos, sujos, aliados a sonoridades marginais amarradas pelo groove de quem foi criado por uma família de capoeiristas. Altas chances de rolarem faixas inéditas e novidades nesse set.

21h15-23h – Cashu

Uma das organizadoras do coletivo Mamba Negra, Cashu é das DJs brasileiras com maior destaque internacional no momento. Ela divide o tempo na organização da Rádio Vírusss e do selo Mamba REC. E já tocou em clubes como o Berghain, em Berlim, e o De School, em Amsterdam. Está escalada no line up do Dekmantel em Amsterdam, em agosto, que ainda terá a dupla Selvagem.

23h-0h30 – Zopelar

O músico sobe ao palco após o recente lançamento Stepping Stone To The Future Of Space Exploration, que é uma viagem interplanetária com batidas Acid do selo In Their Feelings. Integrante dos projetos Sphynx, ao lado de Márcio Vermelho, TETO PRETO, Gaturamo, junto de L_cio e My Girlfriend, com Benjamim Sallum, o produtor mineiro deve executar as faixas do novo trabalho.

0h30-2h30 – Len Faki

Em 2017, o DJ de origem turca baseado em Berlin deu luz a um EP comemorativo de dez anos da faixa My Black Sheep, através do selo Figure. Nele estão remixes feitos por Deetron, Jimmy Edgar, Truncate, Cleric e Matrixxman. Batidas aceleradas e intensas de Techno alemão são a força-motriz da performance do DJ, ex-residente do Berghain em 2004.

Intenso produtor, Len Faki começou se aventurar pelo universo dos selos quando geria o Monoid e Feis. Após criar uma série de lançamento por uma label temporária, era a hora de apresentar o Podium, em 2006, outra empreitada do prolífico artista.

2h30-4h30 – DVS1

Outro adepto do Techno, Zak Khutoretsky imprime um clima etéreo ao estilo musical, com sonoridades hipnotizantes que poderiam beirar o contemplativo, se não fossem tão ágeis e intensas como de costume.

DVS1 foi residente do Berghain e mantém dois selos, o Hush, focado em sonoridades mais obscuras, e Mistress, mais voltado a House, que acabou de trazer uma nova coletânea.

4h30-6h30 – Dax J

Mentor do selo de Techno chamado Monnon Black, Dax J comanda um programa na BBC Radio 1 e acabou de lançar, neste mês, a faixa Acid Ascention pela coletânea GROOVE 171 / CD 80 do selo alemão Groove.

A participação em rádios piratas na adolescência despertaram a vontade de discotecar. A cena do Drum and Bass influenciou os primeiros passos, assim como a Jungle. Formado em Música e Tecnologia, Dax J ainda é exímio produtor de mixagem e masterização de álbuns em seu estúdio.

6h30-8h30 – Ben Klock

Residente do Berghain, a trajetória de Ben Klock se entrelaça com a do clube, onde se tornou mestre em fazer long sets memoráveis de Techno. Curador do Klockworks, após produzir uma série de eventos do selo pela Europa, o produtor alemão resolveu criar uma iniciativa audiovisual que criasse uma verdadeira experiência sensorial ao público. Desta ideia surgiu o Photon que alia iluminação e música, projeto que faz ao lado do mesmo iluminador que trabalha nas pistas do Berghain.

ÁREA 3 – Frequency

19h30-21h – Linda Green

Para abrir a pista que terá mais elementos da House, a DJ Linda Green, que adotou São Paulo como residência ao dar os primeiros passos na discotecagem em Brasília. Adepta da House, Disco, do Electro e das sonoridades de raízes brasileiras, ela é residente da festa House of Divas, ao lado das DJs Andrea Gram e Amanda Mussi.

21h-22h30 – Luiz Pareto

Falar sobre Luiz Pareto é contar a história da cena House paulistana. Desde os anos 90, Luiz Pareto investe numa pesquisa primorosa sobre o estilo musical, sem deixar de circular por demais estilos, como Disco, Breakbeats e outros.

Na época, criou a lendária festa independente Rebolado, na qual se apresentava caracterizado com perucas coloridas e ainda trazia atrações internacionais. No festival, Pareto será garantia de pista animada.

22h30-0h30 – Honey Dijon

Nascida em Chicago, Honey Dijon é uma DJ que impressiona não só pelo repertório, mas também pelo apuro nas técnicas de discotecagem. Ícone transexual, desde adolescente, ela frequentava clubes escondida da mãe para ver lendas do nível de Frankie Knuckles. Ela despontou como DJ ao se mudar para Nova York, nos anos 90, onde conheceu Danny Tenaglia e aproveitou a cidade antes de ter várias restrições no funcionamento de boates.

Influenciada pelo ambiente familiar extremamente musical, aos três anos ela já curtia selecionar discos infantis, e incentivada pela amizade com DJs como Derrick Carter e Mark Farina, Honey soube elevar a House music a outro patamar. No ano passado, ela participou de um programa de incentivo à cena LGBT feito por uma marca de bebida, no qual DJs trans foram selecionados para uma imersão com Honey Dijon, Peggy Gou e outras artistas. Entre os resultados, está uma regravação do clássico Stars, feito por um dos primeiros músicos andróginos da Disco, Sylvester.

Em 2017, Honey lançou seu primeiro álbum, The Best Of Both Worlds, pelo selo Classic, capitaneado por Derrick Carter e Luke Solomon. No mesmo ano, Honey tocou no Brasil no festival da Red Bull Music Academy, onde mostrou uma performance vibrante, marcada por vocais certeiros e viradas fora do usual. No universo da moda, ela é um referência ao ter feito trilha-sonora para desfiles da Louis Vuitton e tocado em festas de Riccardo Tisci, além de ter sido entrevistada em diversas revistas importantes do gênero, como a Vogue Americana.

0h:30-2h30 – Prins Thomas

Grande nome da House e Disco, Prins Thomas é um DJ e produtor versátil, que começou a discotecar ainda adolescente, após tocar em bandas de rock de Heavy Metal a Gospel. Se for necessário mais precisão, podemos dizer que a brisa do norueguês é a Space-Disco. Desde 2003, ele se aliou com o conterrâneo Hans-Peter Lindstrøm para tocar os selos Feedelity, Full Pupp e Internasjonal. Neste ano, ele lançou um delicioso EP pelo Prins Thomas Musikk.

2h30-4h30 – Gerd Janson

Na biografia desse cara, abundam referências positivas. Ex-residente do notável clube Robert Johnson, em Frankfurt, ele ainda é jornalista musical e escrevia para importantes revistas alemãs, como a Groove e Spex. Um dos mentores do selo Running Back, no ano passado, ele lançou um EP junto com Shan no Regraded.

4h30-6h30 – Davis

Integrante da banda The Drone Lovers, com Pedro Zopelar e Érica Alves, e um dos responsáveis pelo aclamado selo In Their Feelings, Davis já se apresentou em pistas icônicas como a da Fabric, em Londres, Berghain, em Berlim, e Robert Johnson, em Frankfurt.

Por festivais, ele tem passagens pelo BPM, The Garden Festival, Unknown, Hide Out, ADE e outros. Vale destacar os lançamentos feitos em selos como o Innervisions, Soul Clap Records e Get Physical. Um dos residentes e organizadores da festa ODD, ele deve conduzir a pista por sonoridades cuidadosamente escolhidas entre o Techno, a House e outras vertentes.

6h30-8h30 – Job Jobse

Nascido em Amsterdam, desde adolescente Job Jobse frequentava o Club 11. Esses rolês alimentaram a vontade em ir para atrás dos pick-ups. Essa passagem rolou de forma muito especial, anos depois, ele tocou por um bom tempo no Trouw, lendário clube inaugurado após o fechamento do Club 11. Desde 2012, ele é residente do Do School. Além de ter tocado em festivais como o Burning Man, Job Jobse protagonizou interessantes performances em B2B com Midland, Cinnaman, John Talabot e Wilhelm.

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