“Celebration Day” e o retorno triunfante do Led Zeppelin

Depois de 27 anos de espera, o mundo finalmente pode ver uma brilhante apresentação do quarteto que foi essencial para a história da música nos anos 70

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Enquanto a Invasão Britânica ainda estava em alta do lado de cá do Atlântico, com bandas como The Kinks, The Who e The Beatles, surgia, também, na própria Inglaterra, um quarteto que viria para quebrar algumas barreiras Pop da época, adicionando grande peso ao som proposto por esse movimento e também muito do Blues Rock, influência assumida de muitas outras tantas bandas da tal invasão, mas que ganharia ainda mais potência nas mãos de Led Zeppelin.

Uma fatalidade encerrou a carreira da banda, que decidiu decretar seu fim após a perda de um membro. Sem John Bonham, baterista e motor do quarteto, a mágica estaria desfeita, mas não para sempre. A grande reunião do grupo aconteceu em 2007, com Jason Bonham assumindo o lugar de seu pai. Esse show, que recebeu o nome de Celebration Day, foi editado durante quase cinco anos para, finalmente, ser lançado neste ano como um DVD comemorativo desse show histórico.

A espera de mais 27 anos para ver esse encontro mágico e de mais cinco para quem perdeu aquela oportunidade está para acabar. Celebration Day que já está nas telonas desde outubro, vai às prateleiras no dia 19 de Novembro e, com ele, alguns motivos para relembrar uma banda essencial para história da música contemporânea.

Formação Estrelar

Nos anos 60 e 70, não eram incomuns as formações de super grupos, e um deles foi o Led Zeppelin. A banda nasceu das cinzas do The Yardbirds, um ser mitológico na história do Rock, que contava com outra criatura mitológica, chamada Jeff Beck. Com a saída de Beck, os Birds davam seus últimos suspiros criativos e Jimmy Page tentou fazê-lo alçar voo novamente convidando músicos como Keith Moon e John Entwistle (ambos do The Who). Mas foi com John Bonham e John Paul Jones, assumindo bateria e baixo respectivamente, e com Robert Plant, dando sua voz ao grupo, que a sua formação viria a ser completa.

Em 1968, uma curta turnê sob o nome de The New Yardbirds lhes rendeu reconhecimento quase imediato e logo já estariam sob novo nome e apadrinhados por uma das grandes gravadoras da época. Não tardou para que seu primeiro disco estivesse nas prateleiras (e saísse delas também). A partir daí, o grupo se tornou um fenômeno de vendas e se manteve assim quase até seu fim.

Remar contra a maré

Essa nunca foi uma banda fácil quando se tratava de relacionamento com gravadoras e tendências. Uma de suas marcas registradas era não lançar singles para divulgar seus discos, que segundo o quarteto é uma obra indivisível e que, portanto, não poderia ser fragmentada.

Outro ponto importante era a liberdade criativa que o grupo tinha, sem pressão para seguir isso ou aquilo, ou de tocar o que era proposto no mainstream. E esse talvez fosse o ponto que mais o destacava entre tantas outras bandas inglesas que dominaram as paradas até então. Enquanto The Who lançava sua primeira Ópera Rock, Tommy, e The Bealtes rumava ao seu fim, o Led só começava a criar sua sonoridade que misturava Blues Rock, Psicodelia e Folk Rock, os unindo com um peso único.

Precursores de dois estilos que dominariam nos próximos 20 anos

Alguns estudiosos do assunto apontam o grupo como os pais do Heavy Metal e do Hard Rock, que apesar de serem estilos bem distintos tiveram a mesma gênese. E, mesmo que você não esteja tão familiarizado com esses estilos ou mesmo que não goste deles, saiba que eles foram essenciais para a formação do Grunge e Britpop (nos anos 80/90), que levaram a música alternativa para fora do meio independente e fez com que muita gente prestasse atenção nas novas cenas. Então, se não fosse pelo Led Zeppelin, talvez muitas das bandas que conhecemos hoje poderiam não existir.

27 anos de espera para ver um show de verdade

Durante todo esse período, a banda se reuniu mais algumas vezes, principalmente nos anos 80 quando o trio restante se juntou para tocar seus velhos sucessos em algumas ocasiões especiais. Com um fracasso atrás do outro, as apresentações estavam muito aquém daquelas que lotavam estádios e arrastavam multidões para seus shows.

Em 2007, os rumores da volta do grupo voltaram à tona, com grandes shows marcados na O2 Arena e o recorde de interesse por ingressos para esses show, além de uma declaração de Page sobre novo material da banda reacendeu as esperanças dos fãs. Dois anos mais tarde, o músico viria a público novamente, mas desta vez para dizer que o projeto havia, mais uma vez, sido cancelado e que não sabia sobre uma possível nova reunião.

Enquanto um retorno não ocorre (se de fato for ocorrer) podemos nos contentar com o registro incrível desse show, que será lançado em novembro e está sendo exibido em alguns cinemas espalhados pelo mundo desde outubro, além da discografia remasterizada que está sendo preparada por Page – o músico disse ainda que, nessas novas versões, irão aparecer algumas faixas inéditas.

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ARTISTA: Led Zeppelin
MARCADORES: Redescobertas

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts