Giovani Cidreira comenta como enxerga “Japanese Food” um ano e meio após seu lançamento

Primeiro disco do músico ganhou nova vida nos palcos

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Fotos: Patrícia Martins

É tema frequente em conversas com músicos que seus discos, logo após saírem, ganham o que alguns chamam de “vida própria” nos palcos, visto que tocar aquelas composições repetidas faz com que apareçam novos arranjos ou mesmo nuances diferentes daquelas gravadas. E foi isso o que Giovani Cidreira contou ao Monkeybuzz.

Às vésperas de seu show no Palco Ultra Festival (em 22 de setembro, em Belo Horizonte), e no mesmo dia em que se apresenta com Paes em São Paulo, o músico baiano disse ao site por telefone que as músicas de seu Japanese Food passaram por esse processo muito rapidamente, logo após seu lançamento. Isso aconteceu porque ele, de mudança para São Paulo, recrutou vários músicos da cena local (gente que conhecemos com Maglore, Vitraux, Cidadão Instigado e Bixiga 70, por exemplo) para acompanhá-lo nos shows, e, em suas palavras, cada músico foi deixando sua impressão nos arranjos”.

“Acho que elas melhoraram mesmo com o passar do tempo”, revela Cidreira, “acho que os meninos foram arranjando de um jeito que faz com que as coisas soem mais simples, mais diretas”.

Cerca de um ano e meio após seu lançamento, o cantor e compositor avalia Japanese Food como um álbum “estranho” em relação aos outros lançamentos contemporâneos na cena Alternativa. “Ele tem uma coisa muito orgânica, até meio mal acabada, aquela coisa meio bruta”, conta ele, “e eu não vejo muito isso nas produções. O pessoal é todo muito cuidadoso, faz as coisas de um jeito que eu estou aprendendo agora, mas acho que esse disco tem um lance de olhar para uma composição tradicional, no sentido de fazer uma canção popular brasileira que a galera se liga muito – apesar da estrutura ser completamente maluca nas músicas (risos)”.

“Tem uma coisa nele que é a parada de misturar todas as coisas que eu gostei na vida toda. Quando as pessoas ouvem, não conseguem identificar cada coisa, que uma música lembra isso, acho que é tudo tão embolado que as pessoas até dão nomes, falam ‘parece aquela banda’, Legião, Milton, mas acho que não dá pra você colocar uma referência em cada faixa”.

Com composições feitas entre 2014 e 2016, Japanese Food já deixou de ser novidade para seu autor há muito tempo. Naquela época, “eu estava lidando com outra energia, com outro assunto”, ele conta, “são coisas muito pessoais, é sempre muito forte cantar essas músicas, me trazem lembranças de coisas que eu não queria nem mais saber, de um jeito que eu talvez não diria hoje”. Sendo assim, uma vantagem do tal desenvolvimento das canções é também o de dar uma nova cara para o show que ele faz há tanto tempo.

E a convivência com outros músicos nos bastidores, rolês e festivais tem tido um impacto direto em seu trabalho. Giovani conta que “uma coisa muito legal que começou a acontecer comigo foi começar a compor com outros músicos. As músicas que eu fazia eram com meus amigos de infância. Tendo contato com outro pessoal, fui me soltando mais”.”Eu influencio as pessoas e sou influenciado. É engraçado, porque você faz uma música que é a cara de alguém com quem você convive”, comenta ele.

Serviço: Palco Ultra Festival 22 de setembro, a partir das 13h Praça da Assembleia (Praça Carlos Chagas, Santo Agostinho, Belo Horizonte-MG) Atrações: Djonga, francisco, el hombre, Maglore, Giovani Cidreira, Luan Nobat, Marcelo Veronez, Sara Não Tem Nome e Moons. DJ-set: Aíla Lage Entrada gratuita

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MARCADORES: Entrevista

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.