Conheça mais sobre o rebolativo mundo do Moombahton

Saiba como surgiu, quais suas vertentes e os variados caminhos que o gênero tomou para ganhar espaço na cena eletrônica mundial

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Tudo começou em uma festa de estudantes bêbados no subúrbio de Washington. Dave Nada foi ajudar um primo com uma discotecagem em que 80% das músicas eram grooveadas no Reggaeton, o som mais latino e rebolante possível. O pensamento do produtor foi logo de desespero, visto que sua case estava preparada pra tocar o melhor do BPM 128 com House e Club. E nessa de pensar bem rápido que o americano abaixou as batidas para 108 por minuto e criou o neologismo que hoje já é uma das novidades mais viciantes da cena eletrônica. Assim nasceu o Moombahton, tudo em clima de improviso e em prol da diversão.

De forma técnica, o gênero é uma mistura do House (ou melhor, o Dutch) com Reggaeton, no que se diz a respeito de percussão e bateria. Em 2010, após aperfeiçoar e fechar o conceito, Nada soltou um EP com cinco faixas apresentando o Moombahton ao mundo. No mesmo ano, o DJ já tinha seu prestígio na cena, mas começou a ganhar atenção e dar inspiração a outros produtores.

Munchi, presente no Brasil em maio para a edição brasileira do festival catalão Sónar, que aconteceu em São Paulo, é um deles. O dominicano hoje é considerado um dos maiores nomes do gênero, justamente por destrinchar o Moombahton e recheá-lo com outros ritmos e gêneros não só da sua terra, como usando batidas características, inclusive, do Funk carioca, como buzinas e samples. E pra quem não sabe, a base de Esta Noche, da mixtape Fantasea, da Azealia Banks, antes de todo o barulho, vem de uma produção do próprio Munchi

A partir daí, os outros visionários perceberam que se tratava de um estilo de música cru, que estava ali pronto para que qualquer um usasse da criatividade para criar suas vertentes, assim como vários outros gêneros (House, Dubstep, Pop…). Dillon Francis faz parte da leva que iniciou sua carreira com as fortes e desconexas batidas do Dubstep e percebeu a “mina de ouro” logo no início. O produtor já conhecido por sua irreverência hoje é um dos ícones de inovação dentro do Moombahton, misturando Electro e Dutch.

Por último, o grande empresário e investidor do gênero: Diplo. O produtor não perdeu tempo e já assinou tanto Munchi quanto Dillon Francis quanto uma porrada de outros Djs/produtores para seu selo e os juntou para uma série de shows para disseminar a ideia. E, não só isso, o próprio Diplo já carregou e abraçou o estilo em suas produções com Major Lazer, que, como já dissemos aqui, adora adotar gêneros pouco conhecidos e dar uma nova roupagem para espalhar para o mundo.

Um som que poucos tiveram coragem de apostar no ano passado, hoje já encontra grandes nomes como Nadastrom, Knife Party, Flosstradamus, gLAdiator, El General, Masters at Work, Bro Safari, &Fer-Nee, entre outros. E por que? Assim como Katy B fundiu Dubstep com Pop, SBTRKT e Nicolas Jaar misturando Dubstep com Jazz, o Moombahton também faz parte dessa batida versátil, adequada para que se brinque e experimente gêneros. Hoje já temos uma variedade interessantíssima que vai desde o Moombahcore (sua mistura com Dubstep) – ouça abaixo Amplifire, faixa do Diplo com Skrillex -, Moombahop com batidas e agressividade do Hip Hop (Iggy com Steve Aoki), ou até Moombahsoul, a vertente que traz influências do Deep House, como esse remix do produtor Torro Torro.

Não é à toa que Moombahton foi considerado o gênero de 2011. Cada vez mais, o estilo vai começar a ter a cara de cada produtor e se fundir às demais vertentes. O que antes era restrito aos guetos latinos, agora vai pro mundo de uma forma completa, versátil e, acima de tudo, ainda bastante rebolante.

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Publicitário que não sabe o que consome mais: música, jornalismo ou Burger King