A música eletrônica em 2013

Saiba mais sobre as tendências e descubra o que sai de moda e o que tem tudo para dar certo no ano que entra

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Não é um trabalho fácil, mas analisar as próximas tendências demanda saber o que aconteceu nos últimos anos para que se possa entender no futuro. Esse estudo de cultura é essencial para que se perceba de onde nasce um modismo e onde acaba outro, o que pode acabar e o que pode fazer sucesso, e isso também agrupa suas razões e consequências.

2012 viu EDM crescer de forma absurda. Digamos que foi o ano que o Electropop se consagrou de forma madura e provou que já sabe andar com suas próprias pernas. Mas, em um gráfico, acredito que chegamos no ápice e agora caminhamos ao declínio. Tanto é verdade que alguns produtores já até começaram a fazer suas apostas e misturar suas influências pra conseguir chegar na segunda fórmula do gênero na década – já expliquei como o EDM (ou Electropop) teve início mais gritante nos últimos anos. Britney Spears e Justin Bieber trazendo Dubstep pro comercial, Rihanna e Nicki Minaj abusando da estrutura EDM no Pop, são só alguns exemplos. Alguns diriam que é experimentação para um som “novo”, mas quando isso dura mais de cinco anos, já soa como desespero.

Entretanto, mesmo com todos os pontos negativos dessa fusão pop EDM, indiscutivelmente foi um ano em que muitos se atentaram à música eletrônica. Há dez anos, existia uma cultura específica que acompanhava o estilo e o mainstream não se misturava. Hoje, a cultura Pop já entendeu a fusão e se mostra mais aberta a conhecer sobre outras influências. Isso gerou um enorme espaço na indústria fonográfica do estilo, assim como em eventos/festivais, venda de faixas e álbuns e reconhecimento. David Guetta e Calvin Harris foram os precursores dessa demanda atual do EDM e preferiram mudar suas antigas influências para se dedicar ao comercial. Deu certo. Skrillex veio com um estilo, até então, “alternativo”, mas o apresentou completamente mastigado para que não houvesse tanto choque. Deu certo. Hoje, Zedd sai da sua zona de talento no Electro, pra ir pro comercial. A aposta no EDM parece não ser tão duradoura.

Entrando, no que pudemos ver nessa transição, é possível perceber algumas coisas que começaram com burburinho e têm grandes chances de estourarem em 2013. O ano passado foi marcado por produções cujo objetivo era misturar influências. Os produtores entenderam que gêneros poderiam ser criados e sensações misturadas. Nesse meio-tempo, o Moombahton ganhou espaço, ganhando suas vertentes em moombahsoul (com Deep House) e moobahcore (com Dubstep), o Deep House se envolveu com G House e fortaleceu a influência com Hip Hop – ouça: Kolombo – e o House se engraçou ao Soul de vez – escute: Parov Stelar. Pode-se dizer que 2013 é um ano em que essa técnica se amadurecerá não só com esses estilos, mas com produtores que entenderam o recado e vão correr atrás do prejuízo para fazer sons únicos em um liquidificador de gêneros.

Além desse comportamento, podemos traçar algumas apostas para esse ano. Como dito, o barulho está saturando, e o conceito está crescendo. O Dubstep está dando espaço ao Post-Dubstep (ou até àquele Dubstep “100 BPM”) e cada vez mais as pessoas estão entendendo que diversão não é consequência de música barulhenta. Joy O, Disclosure, Atoms For Peace, Matthew Dear, XXYYXX, Nicolas Jaar, Four Tet, e até o próprio Skrillex (em sua roupagem 2013) estão aí pra provar isso.

O Trap, gênero com influências do Dubstep, conquista seu espaço aos poucos nos ouvidos mais comerciais usando o Hip Hop como suporte.

Techno, depois de anos, volta em produções de Electro e, pelo que parece, vai ficar por um tempo (leia-se: tempo suficiente pra todos os produtores entenderem que está dando certo e cansarem a pista com overdose de techneira).

Por último, a volta – sem vergonha nenhuma – do R&B em produções sejam eletrônicas (com Hudson Mohawke ou AlunaGeorge), Hip Hop (com Frank Ocean), Soul (com o já renomado Jamie Lidell, presente no Sónar deste ano) ou Pop (agora com o futuro álbum de Justin Timberlake).

2013 começa com uma promessa enorme na cena Eletrônica. Esse é o momento certo para que os produtores mostrem serviço porque há muito a seu favor no ano que entra. Existe um público que hoje já está com mente aberta, já consome e quer entender cada vez mais sua música, gerando mais investimento na área e, consequente, espaço para atuação. Os produtores de eventos e investidores já perceberam isso e cada vez mais trazem festivais renomados para o país, sempre com nomes consolidados do Eletrônico uma vez que entendem que já existe e cada vez cresce o número de amantes do gênero. Essa reação em cadeia encoraja prodígios diariamente, o que estimula que surja sempre um nome novo com som incrível ou calouros demonstrando habilidade suficiente pra ter atenção dos veteranos. Temos mais onze meses pela frente com muita expectativa e, ao que tudo indica, vai ser bem cumprida.

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Publicitário que não sabe o que consome mais: música, jornalismo ou Burger King