Entrevista: Câmera

Conheça mais sobre a banda mineira através das palavras de seu co-fundador Bruno Faleiro. Conversamos com ele sobre sua carreira até agora, a cena em que seu projeto está inserido e suas composições

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A banda mineira Câmera começou em 2009 quando os amigos André Travassos e Bruno Faleiro decidiram fazer música juntos, apesar dos 9000km que os separavam, já que André morava em Paris na época. Desde então, o projeto ganhou mais integrantes, lançou dois ótimos EPs e tornou-se presente nas playlists de admiradores de boa música por todo o país.

Conversamos com Bruno sobre a carreira da banda até agora, a cena musical de que fazem parte e suas composições. Aproveite o player abaixo para ouvir o EP Not Tourist enquanto acompanha a entrevista (aproveite e veja a resenha que fizemos do disco). Você encontra esse e outros trabalhos da Câmera para download em seu site oficial.

Monkeybuzz: A Câmera tem dois anos de vida e dois EPs lançados. Como vocês já avaliam esse começo de carreira? Bruno Faleiro, da Câmera: De maneira muito positiva. Como você disse, é um tempo curto e a gente já conseguiu produzir uma boa quantia de material. Não faz nem um ano que começamos a fazer shows e liberamos o Invisible Houses. Desde então, estamos conseguindo fazer uma média boa de shows, já soltamos o segundo EP, estamos nos divertindo, então está tudo certo.

Mb: Como foram as decisões de cantar em inglês e dar um nome em português para a banda? Bruno: Na verdade, nunca pensamos especificamente nisso. Cantar em inglês é uma escolha. Todos os integrantes da banda já tiveram alguma experiência em português antes, dessa vez preferimos compor em inglês.

Mb: No início, Bruno e André estavam “separados por 9000km” e, ainda assim, trabalhavam juntos. Como foi quando vocês tiveram a oportunidade de criar lado a lado? No que a proximidade enriqueceu o trabalho de vocês? Bruno: No início, o que rolava era uma grande expectativa. O Parma me enviava algumas ideias que ele estava compondo em Paris e eu começava a pensar em alguma coisa. Mas, sem dúvidas, a coisa começou a funcionar mesmo quando ele voltou de viagem e ganhou força quando o Matheus se juntou a nós.

Mb: No que a entrada do Matheus e do Gustavo contribuiu criativamente para o som de vocês? Bruno: Como disse, o Matheus se juntou a nós ainda na fase seminal da banda. Como trio, compusemos e gravamos o Invisible Houses todo. Com o disco pronto, o Koala começou a tocar com a gente nos shows e já começamos a compor juntos. A contribuição de todas as pessoas que fazem parte do Câmera é igualmente importante.

Mb: Como foi gravar o Not Tourist, em comparação ao Invisible Horses, agora com maior entrosamento entre vocês no estúdio? Bruno: No primeiro EP, gravamos os baixos e baterias no estúdio e o resto do disco em nossas casas, com a ajuda do André Moreno. Já o Not Tourist foi todo gravado no estúdio em uma máquina de fita analógica, pelo Euler Teixeira e o Koala. Além disso, no primeiro disco, como não tínhamos uma “banda completa”, não tocamos as músicas em shows antes de lançar o disco, como fizemos com as músicas do Not Tourist. Desta vez também tivemos a possibilidade de gravar passagens ao vivo, com todos os músicos ao mesmo tempo no estúdio, ainda com a presença sempre especial do Henriqueto Carlos, como no final de Into the Night.

Mb: Como vocês avaliam o cenário brasileiro do Rock que vocês fazem parte? Bruno: Com relação à produção, acho que estamos em um momento até bom. Existem várias bandas boas fazendo trabalhos consistentes, mas um ponto que sempre pode melhorar é a estrutura das casas e condições aos músicos. Belo Horizonte é um exemplo disso. Temos grandes bandas aqui e uma quantidade pequena de casas, eventos. Em vários casos, a solução é o “do it yourself”. Estamos em um momento único, com todas as possibilidades que a Internet oferece, e acredito que nunca se discutiu tanto sobre a música independente no Brasil. Tudo o que for pensado em prol da música é válido.

Mb: De onde vem a inspiração de vocês para compor? Bruno: Das músicas que ouvimos, dos filmes que assistimos, da cidade em que moramos, da cerveja que bebemos, dos nossos amigos, do Zé, das viagens, enfim, tudo o que vivemos e assimilamos de alguma forma é uma inspiração.

Mb: Muitas das letras de vocês trazem pequenas narrativas. De onde vocês acham que vem essa característica nas composições da banda? Bruno: A pessoa mais indicada para responder essa pergunta é o Parma, afinal, ele é quem escreve as letras. Mas não existe uma fórmula ou uma pré-disposição. Cada música é sempre vista de uma maneira particular, única. Em todos os instrumentos, a composição surge sempre do zero e com as vozes e letras não é diferente.

Mb: O que podemos esperar da Câmera para os próximos meses? Bruno: Podem esperar muita correria, shows, apresentações em novas cidades, músicas novas, novos vídeos… Estamos muito satisfeitos com tudo o que aconteceu em 2011 e esperamos que este ano seja ainda melhor.

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ARTISTA: Câmera
MARCADORES: Entrevista

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.