Conheça VETO

Banda dinamarquesa de Electrorock tem cinco álbuns e recheia seu Indie Eletrônico com sintetizadores e pitadas de Electro

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Título simples pra algo tão brilhante. Este artigo está longe de ser imparcial, mesmo porque essa nunca foi sua intenção. VETO é uma banda dinamarquesa que conquista um espaço relevante na cena Indie Eletrônica a cada dia e, de longe, é o melhor grupo internacional na minha opinião. Não sei exatamente quando conheci o quinteto, mas lembro onde: vendo o canal Sony aleatoriamente, em uma de suas brilhantes sessões de “conheça”, me deparei com um dos clipes que mais impressionaram em toda minha vida, We are not your friends.

Em 2005, lançaram I Will Not Listen com quatro faixas, talvez a fase mais instável de toda a carreira de VETO. You are A Knife, From A to B e Nemesis, Babe: músicas que iniciam densas, arrastadas e delicadas e terminam intensas, agressivas e gritadas. No ano seguinte, There’s a Beat in All Machines foi para as lojas, assinado pelo selo Tabu Records. O primeiro álbum da banda manteve as quatro faixas presentes no EP previamente lançado e outras sete novas músicas, todas mostrando uma habilidade incrível de mesclar sintetizadores com a voz delicada (e forte ao mesmo tempo) de Troels Abrahamsen. A estreia foi marcada por uma densidade maior, um trabalho mais arrastado,

Intimista, conceitual porém não experimental, bonito e gostoso de se ouvir, tocável e atingível em suas mensagens. Viciante. Destaque para We are not your friends e It’s a test pt. 2.

Em 2008, o quinteto lançou Crushing Digits para quebrar com qualquer padrão que críticos estivessem estipulando ao gênero da banda. A obra tem dez faixas, além de cinco remixes de produtores como Tomboy e James Braun. Quem esperava mais uma dose de depressão, se deparou com o talento de Abrahamsen de “hitar” uma pista de Electro. A animação não foi forçada, muito menos a nova faceta do grupo. VETO mostrou que queria ser uma banda que consegue dar um show de música eletrônica ao vivo. Blackout ganhou clipe e status de melhor música do álbum.

Mas foi em Everything`s Amplified (2011), seu terceiro álbum, que VETO começou a ter uma identidade musical e um padrão sonoro. Foi com essas iniciais onze músicas que entendemos o quinteto como uma banda de Electrorock. O trabalho serviu exatamente como uma mistura perfeita entre o primeiro e segundo álbum, a densidade e a intensidade, o conceito e o barulho. Everything’s Amplified é possível enxergar a vontade de Troels de manter a estrutura da banda e, por isso, adequar suas limitações às produções do VETO, ou seja, mais influências do Rock (guitarras, bateria, baixo) para encaixar no eletrônico. Ouça também Slowres e Spun.

Em 2012, tivemos um álbum quase não falado. Com Four to the Floor como seu single, Sinus veio calado com seis faixas e muita (até demais) ousadia UK Garage. Talvez por isso chegamos em 2013 já com Point Break. De volta na sua área de domínio, com a influência do Rock, VETO acertou com mais seis faixas, uma pegada mais inglesa, mais parecida com seu primeiro álbum.

Um dos pontos que mais me chamam a atenção em VETO é justamente essa instabilidade. Nunca se sabe o rumo o qual a música dos caras tomará e certamente vai te fazer arrepiar, emocionar e irá agradar. É uma daquelas bandas que, mesmo quando acaba de se lançar um álbum novo, se tem a impressão que já se ouviu aquelas músicas antes. Que já conhece, que aquilo já fez parte da sua vida. A banda é feita por músicos de verdade e, por isso, os arranjos são muito bem feitos e originais. Pôde-se perceber, também, a preocupação visual de Troels. Seus clipes trazem sempre um enredo impactante, bem produzido e dirigido, muito similar às incríveis obras do Sigur Rós. Você pode nunca ter ouvido falar, mas a banda movimenta bastante a cena musical da Europa, principalmente ao estar presente na maioria dos maiores festivais de música do leste europeu. Esse é o grande problema. Dificilmente os dinamarqueses vem pras “bandas” de cá. Quem sabe com esse artigo e mais fãs e adeptos à música dos caras, VETO não aparece num line up para fazer nossa felicidade um dia?

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ARTISTA: VETO

Autor:

Publicitário que não sabe o que consome mais: música, jornalismo ou Burger King