Por onde andam nossas descobertas do SXSW?

Dois meses após o festival, analisamos mais atentamente as novidades que se destacaram no evento e contamos quais são seus planos para os próximos meses

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Hoje completam dois meses do início da nossa cobertura da edição 2013 do festival South By Southwest, que acontece anualmente em Austin, Texas e para onde os holofotes do mundo da música estão virados durante o mês de março. O evento conta com nomes consagrados de toda a parte. Artistas que estão voltando, bandas que acabaram de lançar novos trabalhos e obviamente, o foco do festival: novidades cheia de vontade de decolar. Como essa também é nossa especialidade, descobrimos bons nomes por lá.

A melhor maneira de descobrir novidades no SXSW (além de ficar de olho nas bandas que os grandes blogs estão falando e em quais shows os críticos americanos e os próprios artistas estão indo) é assistindo às apresentações que acontecem nos intervalos que ocorrem entre as que você planejou para assistir. Ou seja, se vai ver uma banda que toca às 7 e outra que toca às 11 no mesmo lugar, nada melhor do que ficar por lá e conhecer o recheio do sanduíche.

Nós fizemos muito isso e descobrimos muita coisa que chamou a atenção, mas que preferimos deixar amadurecer e ver aonde iam parar, antes de indicar a vocês. Agora, algum tempo depois, alguns já lançaram seus discos, anunciaram novos shows e outras novidades, enquanto outros continuam um pouco mais sumidos. Conheça algumas dessas novidades e fique atento ao site nos próximos meses, quando devemos falar mais ainda de todos.

Waxahatchee

Após vê-los figurando como convidados nas festas da NPR e do Pitchfork, assistimos ao ótimo show e a banda impressionou pela simplicidade e sinceridade. Já protagonizou nossa seção “Ouça” e já lançaram Cerulean Salt, disco de estreia.

O som noventista roqueiro e o tom sincero de suas composições se sobressaem em meio a tantas camadas e elementos sintéticos presentes na maioria das bandas de hoje.

Bom para quem ouve: Cat Power, PJ Harvey e até Stephen Malkmus ou Pavement.

Small Black

Não são tão novos assim, já que lançaram os primeiros trabalhos em 2010, em meio a onda inicial da Chillwave. Mesmo assim, não chegaram a se destacar tanto quanto seus companheiros de estilo como Toro y Moi, Washed Out ou Neon Indian. Portanto agora em seu segundo disco, Limits Of Desire, a banda busca maiores objetivos.

O show foi muito bom, mostrando que os rapazes do Brooklyn estão voltando de vez. Se isso for possível, poderíamos descrevê-los como um Chillwave mais cru e de construções simples. Nas novas faixas já deixaram um pouco da influência do movimento, que continua lá, só que agora emprestando mais do Dream Pop

Bom para quem ouve: Toro Y Moi, Washed Out ou Panda Bear.

Merchandise

A banda é uma mistura super curiosa que só é possível hoje em dia, com a facilidade que temos de nos influenciarmos pelos mais diferentes gêneros, das mais diferentes épocas.

Imagine se o Morrissey fosse convidado para ser o novo vocalista do My Bloody Valentine. Provavelmente o resultado seria parecido com o que ouvimos. A banda não é a melhor opção para ouvir como música de fundo durante os estudos ou trabalho, pois no momento do play, a música implora pela sua atenção e empolga.

Infelizmente, o show deles empolgou mais do que o trabalho de estúdio, mas ainda sim, vale muito ouvir Totale Nite, terceiro trabalho de estúdio da banda.

Bom para quem ouve: Morrissey e The Smiths, My Bloody Valentine e Primal Scream.

The Coathangers

Se Savages não contentou sua sede por garotas cheias de atitude, talvez as meninas da banda The Coathangers completem sua angústia. Nada de muito original, mas boas instrumentistas. As meninas fazem uma boa mistura de Noise Rock, Post-Punk, mas nada muito pesado: apenas boas guitarras e vocais que chegam a lembrar bons momentos de Karen O.

Como boas representantes da cena independente e do Punk “faça você mesmo”, elas costumam lançar faixas, EPs, singles com lados A e B com bastante frequência. Portanto vale ficar atento à página das meninas no Bandcamp.

Bom para quem ouve: Savages, Marnie Stern e Yeah Yeah Yeahs.

Majical Cloudz

Desde o final do ano passado, quando resenhamos o EP Turns Turns Turns do Majical Cloudz que estamos prestando atenção no grupo que mistura o minimalismo de James Blake e How To Dress Well com o vocal sofrido de Arthur Ashin no projeto Autre Ne Veut.

Este foi sem dúvidas um dos novos nomes mais falados do festival, fazendo um grande número de shows nas principais festas e tendo críticos influentes na plateia. Logo, seu primeiro LP, Impersonator a ser lançado no dia 27 de maio, deve dar o que falar e tem nos deixado curiosos.

Bom para quem ouve: How To Dress Well, James Blake e Autre Ne Veut.

Young Fathers

O inusitado trio de Hip-Hop vindo da Escócia não estava em nossos planos iniciais para o festival, mesmo com o ótimo EP TAPE ONE lançado no começo desse ano.

Por sorte assistimos à ótima apresentação, inclusive bastante comentada pelos fãs de Hip-Hop no local. Para aumentar ainda mais a ansiedade para o novo lançamento TAPE TWO a sair em junho, há um mês atrás eles soltaram a ótima I Heard, uma balada viciante que surpreende e mudou positivamente nossa expectativas em relação à banda.

Young Fathers – “I Heard”

Wampire

Majical Cloudz chegou perto, mas quem ganhou o título de maior nova hype do festival foi o Wampire. Dream Pop com muitos sintetizadores, toques de Psicodelia, roupas e bigode que seu pai usava nos anos 80.

O aguardado disco de estreia sai oficialmente no dia 14 de maio, mas já está disponível para streaming. Fique atento que resenharemos em breve.

Wampire – Spirit Forest

Bom para quem ouve: Ariel Pink, MacDemarco e Alex Calder.

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Autor:

Nerd de música e fundador do Monkeybuzz.