Modest Mouse: Sobre Ratos e Álbuns

Com o anúncio da produção do novo disco, relembramos os discos de estúdio da banda até o seu mais recente lançamento, de 2007

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Modest Mouse é o tipo da banda que, quando soltam alguma notícia ou qualquer nota, há de se esperar um grande falatório, seja sobre o assunto que for. Quem não se lembra do fatídico episódio de 2011, quando a banda teve de cancelar seu show no extinto festival SWU, mesmo já estando no Brasil, por problemas de logísitca. Ou quando o vocalista e guitarrista Isaac Brock anunciou que se juntaria a integrantes do Pixies e do Art Brut para a formação de um novo supergrupo, o Thriftstore Masterpiece.

Pois bem, todas essas notícias, ainda que animadoras, ficaram pequenas quando na semana passada a banda desmarcou seus shows para se dedicar à produção de seu novo disco, previsto para ser lançado no ano que vem. O fato animou bastante os fãs da banda, que não escutavam um disco novo desde que We Were Dead Before The Ship Even Sank, e portanto o Monkeybuzz dá uma passa rápida pelos cinco álbuns do grupo, para quem não conhece a banda muito bem e quer conhecê-la, ou para quem quer se lembrar destes discos e, assim, pensar no que pode ser esperado para esse próximo lançamento.

Quem conhece Modest Mouse apenas pelos seus últimos discos, se surpreende bastante com o som que eles faziam no final dos anos 90. This Is A Long Drive For Someone With Nothing To Think About é realmente um soco na cara daqueles que esperavam por um som mais Indie calmo e experimental. Lançado em 1996, o álbum apresentou ao mundo os vocais poderosos e dramáticos de Isaac, uma das marcas registradas da banda, lembrando algumas influências de Pixies (como não lembrar dos gritos de Hey, na segunda faixa deste disco do Modest Mouse, Breakthrough).

No ano seguinte, toda a porrada, gritaria e as incríveis e poderosas letras vistas no álbum de estreia foram revistas em um dos álbuns mais conhecidos e renomados da banda (se não o mais conhecido, de fato), The Lonesome Crowded West. O interessante deste disco é que começamos a ver o embrião do atual som do Modest Mouse se formar, ou seja, estilos um pouco mais diferentes que esse Indie-Rock Garagem começam a se atrelar, como Country Rock (Trailer Trash), Folk (Jesus Christ Was An Only Child), Punk (Shit Luck)

De repente, um choque! Quem estava esperando por um disco agressivo como se via até então, teve uma desagradável (mas de certa forma, agradável) surpresa. Uma das transições mais agressivas de seu som, foi vista com o lançamento de Moon & Antarctica, em 2000. Entretanto, é um álbum bem coeso e com uma experimentação bem interessante (experimentação, comparada ao seu som antigo). Cheio de ambientações e músicas psicodramáticas, o disco é uma boa pedida para se começar a escutar a banda, a começar pelas faixas Dark Center of The Universe, The Cold Part e What Are People Made Of.

Para os fãs que conheceram o conjunto mais recentemente, o disco “Good News for People Who Love Bad News” é provavelmente um dos seus favoritos, afinal é um dos álbuns mais vendidos do grupo. O álbum trouxe um Modest Mouse mais calmo, por assim dizer, mas não deixou de mostrar um pouco do lado agressivo visto nos primeiros discos (como podemos escutar bem em Bury Me With It). Vale a pena escutar o álbum, mesmo se você é um fã die-hard do Modest Mouse old school, em especial, faixas como The World At Large, Dance Hall e Bukowski* merecem sua atenção.

Por fim, em 2007, o mais recente álbum da banda foi lançado: “We Were Dead Before The Ship Even Sank”. Desta vez, eles resolveram explorar o curioso estilo que fizeram, resultante da fusão de tantos gêneros diferentes. Porém desta vez, parecem ter levado ao extremo, demonstrando isso através de faixas cada vez mais excêntricas, como a minimalista Little Hotel, a dramática e sádica March Into The Sea e a mais Pop Dashboard. Se ainda assim você não se sentir confortável em escutar este novo disco, considere que ele teve a participação de Johnny Marr, ex-guitarrista do The Smiths.

Sobre o novo e sexto disco do conjunto, o que sabemos é oriundo de algumas faixas que a banda divulgou no Coachella e, mais tarde, em uma apresentação na Califórnia As músicas parecem seguir o curso natural do que o Modest Mouse tem proposta até agora, então uma coisa é certa: o novo disco vai chamar a atenção bastante (seja isso bom ou mal).

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ARTISTA: Modest Mouse
MARCADORES: Redescobertas

Autor:

Produtor, pesquisador musical e entusiasta de um bom lounge chique