The Flaming Lips: Quem te Ouviu, Quem te Ouve

Os 20 anos de “Transmissions from a Satellie Heart” nos relembram um ótimo disco, que agrada antigos fãs e quem conheceu a banda agora – gostando dela ou não

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Ao longo da discografia que The Flaming Lips construiu, até agora contendo quinze álbuns de estúdio, são muitas as esquizofrenias e bipolaridades entre uma obra e outra, quanto mais as lançadas em intervalos de uma, duas ou quase três décadas.

Há 20 anos, Wayne Coyne e sua banda deram ao mundo Transmissions from the Satellite Heart, seu sexto disco e propulsor de sua carreira a um público maior do que o atingido até então – isso por culpa de dois fatores: She Don’t Use Jelly, o primeiro hit de verdade do grupo, e sua aparição na série animada Beavis and Butthead, que impulsionou a carreira da música, só que um ano após seu lançamento.

E quem conheceu The Flaming Lips com o show que a banda fez no último Lollapalooza, no qual apresentou seu décimo-terceiro e mais recente álbum, The Terror e achou o som muito conceitual ou mesmo estranho, pode ficar confuso com a sonoridade (bem mais) amigável e popular que aquele disco revelou.

Não que ele seja uma obra aos moldes do mainstream ou algo assim, nem mesmo uma compilação de faixas Pop. Ainda assim, se comparado com The Terror, mesmo as músicas mais excêntricas podem parecer cantigas juvenis para embalar festinhas.

Por falar em “juvenis”, todo o disco tem uma energia muito latente, palpável. Ele nos lembra por que as guitarras e o Rock se tornaram ícones de jovialidade. Parte do frescor no som e do pique da banda vem com sua nova formação, já que Transmissions from a Satellite Heart marca também a entrada do guitarrista Ronald Jones (que “partiu pra outra” em 1996) e do baterista Steven Drozd (presente lá até hoje).

E, por menos “esquisito” que o disco possa parecer para quem conheceu a banda por conta de sua recente passagem pelo Brasil, ainda se trata de Wayne Coyne e suas pirações. Há um interessante bom humor nas letras, muitas distorções na guitarra e diversas surpresas. E é principalmente por isso que o disco permanece relevante para quem já curte a banda há muito tempo e uma experiência legal para quem teve um primeiro contato com The Flaming Lips em 2013, gostando da banda ou não.

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MARCADORES: Aniversário

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.