Weekend: Ótimas melodias, Muito Reverb e Um Mar de Distorção

Com pouco mais de três anos de existência, a banda já acumula dois ótimos álbuns que passeiam entre as barulhentas terras do Post-Punk, Shoegaze e Noise Pop

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Loveless (My Bloody Valentine), Unknown Pleasures (Joy Division), Disintegration (The Cure) e Psychocandy (The Jesus and Mary Chain). Essas são as (confessas) influências do trio californiano que bebe das mais puras fontes do Post-Punk e Shoegaze para criar um híbrido entre estes dois seminais gêneros em busca de uma mistura que possa caminhar pelos reverbs, feedbacks e distorções trazendo ainda a urgência e o senso melódico do Indie Rock e, é claro, muitos barulhos e elementos do Noise Pop.

Por mais que essa salada de nomes e estilos possa o ajudar a imaginar (com certa precisão) a sonoridade do trio, só mesmo ao ouvir é que você vai entender a profundidade sonora da tríade. Vai ouvir não só o que o grupo é capaz de criar, mas também entender como suas influências conseguem permear suas faixas sem que haja aquela impressão de uma mera copia. Um dos primeiros singles lançados pelo grupo, ainda em 2010, mostra muito bem como esta aglutinação pode acontecer e como toda essa sopa de nomenclaturas e gêneros ganha forma.

Mesmo que essa seja uma mistura bem particular, esse tipo de sonoridade, na época em que o trio lançou seus primeiros singles, era bem comum. Muito Noise e a estética Lo-Fi dominavam a meio alternativo no fim da década passada (com bandas como Vivian Girls, Fresh & Onlys, Ty Segall, Girls e tantas outras que bebiam dessas fontes mais barulhentas), que se destacar em uma cena tão fervorosa não era uma tarefa nada fácil. Graças ao forte senso melódico e ao “apelo Pop” de Sports, disco de estreia da tríade, o grupo foi capaz de se estabelecer como um dos nomes a se prestar atenção e, mais que isso, já emplacar um bom álbum (incrivelmente maduro em muitos aspectos).

Um fato interessante que aconteceu com o Weekend é que ele sofreu o mesmo processo de “depuração de barulho” que outras tantas bandas da mesma época sofreram. Diminuir os nível de ruído e dar ainda mais importância à melodia e letra foi uma escolha que muitos tomaram nessa época. Felizmente essa mudança foi boa para o trio, que ganhou muitos pontos nesses aspectos, mesmo perdendo um pouco de sua urgência e apelo Noise e ruidoso, que foi um dos principais chamarizes à sua música quando soltou seus primeiros singles.

Seu EP lançado em 2011 e nomeado como Red, já trazia um pouco dessa mudança que mesclava o vigoroso som de outrora com tendências mais “limpinhas” – e de certa forma ainda mais próximas do Post-Punk.

Ao ouvir Jinx você pode sentir até onde essa mudança, que começara em Red, os levou. Conservando a potência do Noise, porém a mantendo em controle (pelo menos em grande parte do álbum), o disco segue um caminho coeso e maduro, em que funde novamente as mesmas tendências e gêneros, porém obtendo um resultado bem diferente. Se mais parcimonioso quanto ao barulho, o trio não economiza nas ótimas melodias e o tempero Pop nas letras e vocais para conduzir seu novo álbum.

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ARTISTA: Weekend
MARCADORES: Conheça

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts