Arctic Monkeys e seus B-Sides

Revisitamos a carreira dos ingleses, porém olhando para faixas que não foram para seus discos e selecionamos os melhores lados B já produzidos pelos macacos

Loading

Em 2013, pouco mais de 10 anos desde a formação e primeiro show do Arctic Monkeys, é quase impossível achar um fã de música moderna que não tenha pelo menos ouvido falar neste quarteto de Sheffield que tem basicamente dominado as paradas desde o lançamento de seu ótimo debut, Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not, em 2006. É claro que os garotos mudaram muito desde então e levaram seu som para caminhos bem diferentes, mas esse não é foco deste texto.

Não estamos aqui para falar o que você já sabe da banda de Alex Turner e companhia e sim do que você possa talvez não conhecer: os B-Sides. Assim como o mais recente, 2013, a banda tem o costume de lançar seus singles (nesse caso os disquinhos de 7”) com um recheio, com um pequeno bônus que muitas vezes acabam se tornando melhor do que algumas das faixas que vão parar em seus discos.

Mas primeiro vamos retroceder no tempo alguns anos, mais precisamente para 2004, ano em que o primeiro disco demo da banda foi divulgado. Por mais que na época não tivesse um nome, ele foi posteriormente nomeado como Beneath the Boardwalk que tinha, já nesta época, versões de faixas como A Certain Romance, Dancing Shoes, Fake Tales of San Francisco, Mardy Bum, Riot Van, When the Sun Goes Down (na época conhecida como Scummy), Still Take You Homee Bet You Look Good on the Dancefloor, ainda em uma qualidade de áudio não tão boa assim, ma já contendo o esqueleto de muitas faixas que integrariam o debut do grupo.

Esses disquinhos, distribuídos em shows da banda, foram responsáveis por hypa-la já em seu primeiro ano de vida. De lá saíram faixas que marcaram bastante quem conheceu a banda naquela época. Me lembro que na época Choo Choo foi uma das primeiras músicas que ouvi daqueles garotos que tinham entre 16 e 17 anos e já se destacavam de forma assustadora na fervilhante cena inglesa.

Destas demos que infelizmente não foram parar em Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not ainda vale a pena destacar faixas como Bigger Boys and Stolen Sweethearts(faixa que apareceria no ano seguinte como parte do 7” de I Bet You Look Good on the Dancefloor, juntamente à ótima Chun Li’s Spinning Bird Kick), Cigarette Smoke (que mais tarde se tornaria Cigarette Smoker Fiona, no EP lançado em 2006), Knock a Door Run, Ravey Ravey Ravey Club e Wavin’ Bye to the Train or the Bus, também uma das primeiras faixas pela qual conheci a banda.

Vale a pena destacar também o 7” de When the Sun Goes Down, lançado uma semana antes do debut do grupo, que veio com versões (desta vez de estúdio) de Stickin’ To The Floor, 7 e a ótima Settle For A Draw.

Todos estes lançamentos fizeram crescer o nome de uma banda que ainda nem havia lançado seu primeiro álbum e que quando o fez se tornou um grande fenômeno sendo considerada como uma das bandas mais revolucionárias da década. Mas os garotos não pararam de produzir e três meses após o debut já havia mais um EP sendo lançado, o icônico Who The Fuck Are Arctic Monkeys?. Com mais quatro faixas que não haviam ido para o disco, esta pequena obra se destaca não só pela faixa título, mas também pela ótima No Buses.

A este ponto estamos ainda em 2006, quase chegando a 2007, ano em que a banda mostraria ao mundo seu segundo disco, Favourite Worst Nightmare. Mas antes de lança-lo, o quarteto deu sequencia a vibe de debut com mais algumas outras ótimas B-sides, como o single Leave Before the Lights Come On (lançado também em um 7” de mesmo nome com uma versão de Baby I’m Yours, cover de Barbara Lewis).

Já embarcando na nova fase, o grupo mostrou com o single Brainstrom o que seria seu segundo álbum e em meio as estas faixas Alex até encarou uma parceria com o rapper Dizzee Rascal em Temptation Greets You Like Your Naughty Friend.

Ainda em 2007, após o lançamento de Favourite Worst Nightmare alguns outros singles viriam e já naquela época indicariam um pouco do que estava por vir em Humbug. O 7” de Matador/Da Frame 2R por exemplo mostra uma banda com timbres mais pesados nas guitarras, por mais que as temáticas ainda estivessem bem alinhadas com os dois primeiros discos do grupo. No single para Teddy Picker mais dessas faixas, digamos, mais soturnas apareceram – uma delas, Bad Woman, com a participação de Richard Hawley. Já o single de Fluorescent Adolescent tinha canções mais calminhas como The Bakery e Too Much To Ask, o pode lembrar um pouco a vibe de balada Cornerstone, de Humbug.

Um fato interessante sobre esta último é que ele conta com a participação de Miles Kane em duas faixas (The Bakery e Plastic Tramp). Parceria que voltaria a se repetir com o disco homônimo do projeto The Last Shadow Puppets, encabeçado pelo duo Alex e Miles e pelo produtor James Ford e lançado em 2008.

Dois anos se passariam até que o publico visse outro single dos macacos e Crying Lightning veio, em 2009, como primeiro aperitivo do soturno Humbug. Com mais peso e cabelos, a banda resurgiu com lados B bem interessantes nesse período, Red Right Hand é um deles.

Dando sequência ao álbum produzido por Josh Homme, o quarteto ainda lançou naquele ano o single para Cornerstone, com ótimas B-Sides como Catapult e Fright Lined Dining Room. No ano seguinte mais faixas assinadas pelo líder do Queens of The Stone Age sairiam no single de My Propeller, porém essas com cara de sobras do material que não foi para o álbum.

No comecinho de 2011 já se anunciava o quarto disco dos macacos e com ele a promessa de mais alguns ótimos lados B, que de fato vieram – e aos montes. Don’t Sit Down ‘Cause I’ve Moved Your Chair veio com o primeiro single desta nova fase lírica de Alex Turner, que tinha acabado de terminar um relacionamento com Alexa Chung e o fruto desse fim pode ser visto por diversas vezes em Suck It and See.

Deste primeiro 7” se destaca a faixa IDST (If Destroyed Still True), considerada por alguns como a continuação de Brick by Brick, presente neste disco.

Repetindo a parceria com Richard Hawley, a banda gravou You and I, faixa que foi divulgada juntamente ao single de Black Treacle. Além deste, vieram mais dois ótimos B-sides da fase Suck It And See, como Little Illusion Machine (Wirral Riddler) (mais uma vez com a participação de Miles Kane) e Evil Twin, retirados dos singles de The Hellcat Spangled Shalalala e da faixa-título do álbum, respectivamente.

Quase chegamos ao fim das ótimas B-Sides do Arctic Monkeys, mas ainda faltam os de AM, mais novo lançamento do quarteto que está programado para ir às prateleiras daqui a poucas semanas, mais precisamente no dia 9 se setembro. Até agora foram divulgadas Electricity, juntamente ao single R U Mine?, lançado ainda no ano passado, e, é claro, 2013, lado B de Do I Wanna Know?.

Nossa pequena jornada pelas B-Sides dos macacos acaba por aqui, mas já com o anuncio de mais um deles. Stop The World I Wanna Get Off With You virá em um 7” ao lado do recém-lançado single Why’d You Only Call Me When You’re High, porém só será disponibilizado em formato físico no dia 2 de setembro.

Loading

MARCADORES: B-Side, Compilação

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts