Novos Selos da Eletrônica e Seus Incríveis Artistas

Conheça as particularidades de cada assinatura com pouca idade que está fazendo barulho na cena eletrônica com seus últimos lançamentos

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Vivemos uma boa fase para a música. Com todas as facilidades que os últimos 15 anos nos proporcionou com internet, disseminação de conteúdo, atualização de softwares ficou mais fácil tanto produzir quanto descobrir coisas novas. Todo dia surgem artistas novos, cada ano que passa mais longas as listas de “revelações” ficam e com o tempo os jornalistas, críticos e amantes da música vão enlouquecendo. Não pelo lado negativo (eu espero), mas com tamanha possibilidade de escutar coisas novas, de se identificar com determinados sons, de aprofundar seus gostos e construir uma teia de interesses mais segmentada, inclusive na música.

Com a alta demanda, as gravadoras também se multiplicaram, produtoras e também, talvez a mais fácil e acessível, os selos. Surgiram aos montes, dos mais estranhos, bizarros ou inovadores sons, espalhando para o mundo sons até então regionais, fazendo com que todos tenham contato com novas misturas e novos nomes. Cada festival que passa, novos nomes estão presentes, cada festival que passa, outros nomes estão em voga, nessa semana o barulho está em cima de determinado artista, amanhã provavelmente surgirá um novo nome que você vai precisar dar atenção. Para te atentar a isso, criamos aqui uma coluna para juntar um pouco dos vários selos que estão merecendo destaque nos últimos meses. Foram selos distintos que trouxeram artistas novos no indie, R&B, experimental. Mas e no eletrônico?

Alemanha como o berço da música eletrônica, Techno, França com o Frech, Holanda com o Dutch, e os estereótipos ficaram para trás. Claro que cada país têm mais afinidade com determinados gêneros, mas hoje os selos estão se distanciando entre o mainstream e o underground, entre o comercial e o alternativo, cada vez mais segmentando um público que, de fato, não se mistura. Meu foco aqui não é falar nem apresentar as maiores e consolidadas com bookins imensos, então, partindo do pressuposto e talento de selos como Ed Banger, Spinnin Records, Kitsuné Maison ou Domino, vamos citar aqui alguns selos que têm sua importância sem focar tanto nessa conotação que foi falada acima:

OWSLA: Para começar, talvez um dos selos mais quentes da atualidade. Criada por ninguém menos que Skrillex, a assinatura abraça nomes que o produtor não só enxerga potencial como projeta suas vontades conceituais. Enquanto o produtor focou sua carreira em comercializar o Dubstep, com a OWSLA ele tem a oportunidade de espalhar projetos que trazem a veia do início de suas produções. Debutaram grandes nomes como Porter Robinson e Zedd e hoje têm novos talentos como The M Machine, Birdy Nam Nam e Kill the Noise.

Mad Decent: Sabe a lenda que tudo o que o Diplo toca vira ouro? A Mad Decent é uma prova disso. Nascida de forma despretenciosa nos anos 2000, o selo carregou consigo a responsabilidade de ser vanguardista, assim como o fundador. Vindo com influência filadelficas, já rasgou as caixas com Dubstep, apresentou o Funk carioca ao mundo e agora se aventura com Trap e Reggae. Tudo de acordo com o humor do Diplo, claro. Rusko, Crookers, Munchi, DJ Snake, Dillon Francis e Bonde do Rolê são alguns que participaram oficialmente disso. Fora? Eu poderia fazer uma lista de quem se promoveu usando a MD.

Hot Creations: Indo para outra vertentes, chegamos no selo independente londrino de Deep House, House, com muita influência Disco e Funky. O trabalho é tão minucioso quanto selos consagrados e reune produções, às vezes nem lançadas oficialmente, dos maiores nomes do gênero por todo o mundo. E quando eu falo isso, eu não exagero. A Hot Creations que abraça o Digitaria, projeto mineiro de Daniel Albinati e Daniela Caldellas, já entre os Top 100 da Beatport no estilo. Além da dupla, também são assinados os incríveis Greg Pidcock, Richy Ahmed, Robert James, wAFF e Miguel Campbell.

Bromance: Relativamente calouro no ramo, o selo de Brodinski já está fazendo barulho significativo na cena. O produtor reuniu suas produções e aliou a um EP de seu amigo Gesaffelstein para começar com força o trabalho que vem sendo elogiado por mérito próprio. Reune o que há de mais notável no Techno trazendo doses de Trap (uma das vertentes mais fortes do próprio Brodinski) e eletrônico, Bromance vai ganhando espaço e credibilidade, inclusive, entre os maiores. Artistas como (a já mencionada aqui no Monkeybuzz) Louisahhh!!!, Monsieur Monsieur, Jacques Lu Cont e Kaytranada já confirmaram lançamento de trabalho pelo selo. É questão de tempo para que a expansão chegue a tirar outros concorrentes do conforto.

ClekClekBoom: Com cinco anos de estrada, o selo francês começou para espalhar unicamente o som do DJ Sandrinho (sim, produtor de Funk carioca). Com o tempo e o talento dos que cercavam, o selo foi abrindo as portas para novos nomes com a proposta de fazer uma casa de sons culturais, em que a individualidade é apreciada e tenha o foco do som de rua. Reune artistas como Bambounou e French Fries.

Partyfine: Um artista com boas influências não faria um trabalho a desejar. Yuksek, como fundador da PartyFine, mantém seu padrão rígido de qualidade para espalhar nomes como The Magician e Crayon, além de produções próprias. Ainda novata, a Partyfine não construiu uma identidade própria musical e ainda permeia entre o Indiehouse e o Electro independente, o que traz ainda mais versatibilidade para o projeto.

Como vocês puderam ver (e escutar) tem muita coisa boa por aí com selos praticamente engatinhando. Vários artistas fora do circuito têm a mesma oportunidade de grandes projetos. No nome de cada selo contém o link direto para o Soundcloud com todos os artistas e remixes que assinaram. Assim você pode, a partir de agora, se comprometer em ouvir cada um e incentivar trabalhos que em um futuro breve pode estar ganhando pautas em grandes sites de música e espaço em festivais consagrados pelo mundo todo. Além de, é claro, presentear seus ouvidos com música de qualidade!

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Autor:

Publicitário que não sabe o que consome mais: música, jornalismo ou Burger King