The Strokes: Um Outro Lado de Cada Stroke

Casablancas, Hammond Jr., Fraiture, Moretti e Valensi mostram seu talento também fora do quinteto que os deu status e fama

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Com uma carreira que já soma mais de uma década, cada um dos membros do The Strokes tenta mostrar também um pouco de seu talento fora da banda. Rendendo pelo menos quatro projetos solos e mais um monte de participações especiais, vamos vasculhar o a carreira do quinteto nova-iorquino fora do grupo que os lançou.

Julian Casablancas

O membro mais lembrado (e exaltado) do grupo é também o que tem a carreira mais lembrada fora do quinteto. Ainda que nada sólida, a carreira solo de Julian rendou o interesse de muita gente em 2009, ano do lançamento de seu álbum de estreia (Phrazes for the Young), que em 2011 foi considerada, por alguns, como uma espécie de embrião de Angles (disco lançado em 2011 pelo The Strokes). A clara influência da New Wave e Synthpop, bem com a apropriação dos sintetizadores (tão marcantes na nova fase da banda nova-iorquina), são os principais motivos para as tais comparações.

Ainda que o álbum divida a opinião dos fãs, há muita gente que o considere melhor que os subsequentes álbuns de sua banda. Discussões a parte, este é um álbum mediano, porém uma obra que apresentou um novo Julian a quem estava acostumado a ver somente a faceta roqueira do músico. Alguns indícios davam conta de que ele estava novamente em estúdio (vide a declaração de Danielle Haim, que tocou bateria no álbum de estreia de Julian, dada no ano passado) e já preparava novidades de uma nova obra, porém nada mais foi anunciado.

Fora ao seu projeto, nos últimos anos Casablancas se envolveu em participações especiais em discos de gente como Daft Punk e Queens of The Stone Age, The Lonely Island, Danger Mouse e Sparklehorse, Digitalism e até mesmo em um tributo a Buddy Holly.

Albert Hammond Jr.

Às portas de lançar seu novo EP, AHJ (em 8 de outubro), depois de cinco anos desde seu último álbum solo, Albert tem um background consideravelmente mais extenso que seu amigo Julian. Com dois discos (Yours To Keep, de 2006, e ¿Cómo Te Llama?, de 2008) o guitarrista além de mostrar seus talentos no instrumento, mostrou também suas composições e sua voz nesses dois álbuns recheados de participações especiais e uma vibe mais amena de sua banda. Ainda que seguindo em algumas direções diferentes e experimentando com outros estilos é impossível não achar pitadas do Strokes aqui e ali nestes dois álbuns.

Seus novos passos na carreira solo mostram o músico trilhando neste mesmo caminho, ainda trazendo uma sonoridade pré-First Impressions of Earth ao seu Indie Rock usual. Com duas faixas anunciando o que está por vir, já deu para notar que em AHJ o músico pretende recorrer a uma atitude mais Rock & Roll, ainda que cometa alguns deslizes vocais e na produção. Nos resta agora esperar até outubro pra poder ouvir na íntegra o que será esta nova obra.

Albert Hammond, Jr – Rude Customer

Nikolai Fraiture

Se Julian e Albert tinham projetos que de alguma forma se assemelham com a vibe da banda, Nikolai segue pra um caminho quase oposto com seu projeto, o Nickel Eye. Com muito do que o músico considera suas principais influências, o primeiro disco de seu quarteto, The Time of the Assassins (lançado em 2009), tem muito da sonoridade de artistas como Neil Young, Frank Black, Leonard Cohen e The Kinks e hora ou outra esbarra na sonoridade Indie Rock sujinha do Strokes, mas no geral é um trabalho bem diferente (e muito completo). Sem dúvida um dos mais interessantes projetos originados do quinteto.

Fabrizio Moretti

Com Binki Shapiro e Rodrigo Amarante ao seu lado, em 2007 o baterista ítalo-brasileiro se lançou em projeto paralelo nomeado como Little Joy, uma das grandes sensações mundiais de 2008. Apesar de somente render um álbum, a homônima estreia foi amplamente aceita pela crítica e principalmente pelo público que encarava de frente a onda chill out, ao mesmo tempo em que os primeiros registros do que seria a Chillwave começavam a pipocar na Internet.

Fora a este projeto, Moretti aparece aqui e ali tocando bateria em projetos de gente como Devendra Banhart e Neon Neon (E note que no clipe de No One’s Better Sake aparecem Devendra na percussão e Nick Valensi na bateria).

Nick Valensi

Por último vem Valensi, que é o único membro do quinteto que não tem um projeto solo e deu declarações para a Pitchfork lá em 2011, quando a banda completava 10 anos, dizendo que não era um grande fã de projetos solos e que prefere se dedicar só a banda. A declaração foi mais um pouco de lenha para a fogueira que se tornou a polemica que girava em torno de Angles e as constantes brigas de seus integrantes na época.

Por mais que o músico não tenha o que mostrar fora da sua banda, além de colaborações dom Devendra e Regina Spektor, dentro dela fez coisas muito boas.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts