Blur – Prazer em Conhecer

Grande headliner do Planeta Terra Festival 2013 mantém seu lugar na história do Rock com hits absolutos conhecidos e dançados por todos nós

Loading

Se você entrou aqui porque está fazendo seu aquecimento para o Planeta Terra Festival 2013, ou se clicou no link porque não conhece a banda o suficiente e percebeu que tá na hora, não espere uma lista de discografia que vai te tornar um expert no grupo mais conhecido de Damon Albarn. Na real, eu sugiro que você comece essa imersão no universo Blur justamente pelo seu The Best Of.

Por que? Pra você se dar conta de que, ao menos que tenha vivido em outro planeta nas últimas duas décadas, já conhece (nem que seja por “osmose”) muito do som dos caras e aí perceber que vale a pena ir atrás dos álbuns inteiros desses ingleses. Duvida? Ouve aí.

Blur existe desde 1989, mas minha primeira lembrança concreta da banda é de 1997 (até porque eu tinha acabado de deixar as fraldas em 89), quando eu e metade do planeta ficamos com vontade de sair pulando pelas paredes com a música e o clipe de Song 2, que ganhou pouco tempo depois uma vida extra como tema do game FIFA: Road to World Cup 98 e se mantém até hoje como um dos hits mais sensacionais e empolgantes já lançados.

Uma lembrança que sempre tenho quando lembro dessa música é Albarn, anos depois, comentando que foi ele quem matou o Britpop justamente com esse hit – pela sua pegada bem mais Indie Rock do que no estilo que marcou a década de 1990 com bandas como Oasis e Suede. Se ela e sua popularidade foi letal para o movimento como afirmou o músico, isso eu não sei, mas que ela já entrou pra história do Rock, disso não restam dúvidas.

Se Song 2 é a mais famosa de suas músicas, muitas outras faixas são também amplamente conhecidas – até porque Blur já não era qualquer banda quando lançou seu álbum homônimo no qual ela estava, o quinto de sua carreira.

Um dos maiores sucessos foi um hit que também buscava outras raízes para fora do Britpop. Girls and Boys (1994), com um pezinho na Disco Music e uma letra discontraída sobre romances livres entre gêneros, foi a primeira faixa da banda a entrar no Top 5 da Inglaterra e tem grandes chances de já ter sido dançada por você, já que também é presença certeira em baladas Indie ao redor do globo.

Parklife, o disco de onde saiu esse hit, foi uma virada no jogo na carreira da banda. Blur já não era mais uma banda que você já tinha ouvido falar, mas só aquele seu amigo mais estranho ouvia. Agora, indicações a prêmios de “banda do ano” (ou mesmo receber esse título) passou a ser algo comum em sua rotina. Daí, virar ícone do Britpop foi quase automático.

A pedra no meio do caminho pra sua consagração como grande nome do gênero foi também aquilo que ajudou a impulsionar sua popularidade: Oasis e a rivalidade criada/nutrida pela mídia sensacionalista inglesa. A competição entre as duas gerou um bipartidarismo na cena e tanta ação por parte tanto dos fãs, quanto dos haters, gerava grande exposição para a banda.

E enquanto alguns se preocupavam com as comparações entre os grupos e o bullying dos fãs, o que entrou mesmo pra história como relevante foi o potencial criativo de Albarn. Não tem como negar que a banda sempre girou em torno dele, um sujeito meio esquisitinho, de humor instável e com uma criatividade difícil de ser domada, tanto é que o próprio Blur não lhe foi o suficiente e ele entrou de cabeça em diversos outros projetos, sendo Gorillaz o mais conhecido deles.

Antes disso acontecer, e antes do hiato que a banda passou entre 2003 e 2008, deu tempo de criar mais hits que ainda vão embalar algumas gerações, isso além de se reinventar no álbum 13 (1999), produzido por um dos maiores da música eletrônica da época, William Orbit (nome por trás de trabalhos com Madonna, Beck e Kraftwerk, pra citar alguns). O resultado foi uma cara muito mais experimental, mas ainda com aquele “fator Blur” nas composições (e Coffee and TV permanece como um dos clipes mais icônicos da época).

O Blur que veremos nesta sábado no Planeta Terra Festival é uma banda de quase 25 anos de experiência, entre sucessos e fracassos, brigas e reconciliações, muito invencionismo e bastante reconhecimento. Acima de tudo, é um grupo que conseguiu seu espaço na história do Rock mundial fazendo o que realmente importa, que é boa música.

E a popularidade de seus hits não é nenhum exagero quando a gente para pra perceber o quanto essas faixas são ótimas. O fôlego dos músicos no palco pode não ser mais o mesmo de 1995, mas, com um repertório como o que Blur tem não é à toa que é esse o grande headliner da noite e qualquer expectativa de um momento histórico não precisa ser descartada.

Loading

ARTISTA: Blur
MARCADORES: Planeta Terra 2013

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.