Rock Progressivo: Um dos Estilos Mais Técnicos e Artísticos

Com um pé no clássico, estilo fez história nos anos 70, mas influencia bandas, como The Mars Volta (foto), até hoje com seu apelo técnico de execução

Loading

Um dos estilos mais complexos e técnicos, o Progressivo já marcou época e foi usado como influência para diversos estilos além do Rock e ainda assim, se figura como uma referência para várias bandas que vão misturando seus formatos para novos sons e revivais.

Do final dos anos 60 para o início dos anos 70, principalmente na Europa (Inglaterra em específico), algumas bandas começavam a misturar o estilo vigente da época, que era o Psicodélico, com estruturas mais técnica e até certo ponto livre, como o Fusion Jazz, mas ao mesmo tempo regrado como a música clássica. Um estilo com um pé no informal e outro no formal.

O Rock Progressivo também é muito chamado de Art Rock, ou vice-versa. Isso se deve ao fato de muitas bandas tematizarem seus álbuns, os transformando para além de apenas uma execução musical, e sim, uma encenação teatral artística pelo decorrer das faixas. Histórias, com personagens, com direito a uma narrativa e diálogos são comuns em bandas de Progressivo/Art Rock. No entanto, vale ressaltar que nem todo Progressivo é conceitual, e nem todo conceitual é Progressivo.

Desse modo, bandas como King Crimson, Jethro Thull e The Moody Bluessão colocadas em ambos os rótulos. Porém, ao se falar propriamente do Progressivo, são nomes como Yes, Rush, Genesis, Pink Floyd (com um pé no Psicodélico em início de carreira), e Emerson Lake & Palmer são então os principais nomes.

Em questão de estrutura do som, o Progressivo exige um esforço tanto do compositor quanto do ouvinte. É de costume que as faixas possuam uma duração “comercial”, mas observarmos algumas com longos minutos, podendo até mesmo passar de uma dezena de minutos. Além disso, quase que em todas as canções, observamos crescimentos e decrescimentos, construções e desconstruções que dão uma sensação de “subida e descida” no que diz respeito à parte instrumental. Desse modo, as bandas aproveitam para fazerem rupturas, que geram várias “partes” durante uma mesma faixa,algo como diversas partes com roupagem de “refrões” durante sua execução, o que nos remete ao molde de suites que são observadas nas óperas e operetas, o que mostra mais uma vez a influência clássica e erudita no Progressivo.Além disso, vemos uma mistura de diversas escalas, o que exige uma execução técnica e de bastante conhecimento de música dos instrumentistas.

Assim como todo estilo, o Progressivo também teve seu momento de declínio. Muito disso deve-se ao fato do boom do movimento Punk e do início mais expansivo do Hard Rock e Hair Metal por volta do final dos anos 70 e início dos anos 80. Entretanto, sua influência se manteve presente. O uso de sintetizadores, órgãos, teclados e efeitos sonoros (SFX) foram absorvidos por bandas futuras, como no New Wave, e seus compassos não tão comuns, por bandas de Math Rock e Mathcore – como Don Caballero e Protest the Hero e The Fall of Troy, respectivamente – e Metal que viria a formar o Metal Progressivo – representadas por nomes como Dream Theater, Tool e Opeth, além de um revival misturado com Indie Rock/Rock Alternativo, com representantes como The Mars Volta e Mystery Jets.

Com longo tempo de existência, o Progressivo se mostra um dos estilos mais complexos e bem trabalhados dentro do Rock, e desse modo, espelhou outro subgêneros a o utilizarem como referências e pontos para agregar novas roupagens ao seus sons. Mais um estilo importante e que sempre irá encher os olhos de ouvintes que apreciam uma música tecnicamente bem executada e cheia de contextos artísiticos temáticos para alem apenas dos acordes.

Discografia Básica:

RushMoving Pictures

GenesisNursey Cryme

YesFragile

Emerson, Lake & PalmerTarkus

Pink FloydAnimals

Discografia Atual:

The Mars VoltaFrances the Mute

Protest the HeroKezia

The Fall of TroyDoppelganger

Don CaballeroWorld Class Listening Problem

Mystery JetsMaking Dens

Dream TheaterOctavarium

ToolAenima

OpethDamnation

Loading

Autor:

Marketeiro, baixista, e sempre ouvindo música. Precisa comer toneladas de arroz com feijão para chegar a ser um Thunderbird (mas faz o que pode).