O Novo Alvorecer de Beck

Cantor está de volta com seu décimo segundo álbum, “Morning Phase”, e eis um pouco do se pode se esperar da obra

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Já vasculhamos a carreira de Beck em cinco músicas, já mostramos seu lado produtor e até mesmo assistimos a chuva de hits que se tornou seu último show no Planeta Terra 2013. O que tudo isso tem em comum é que estávamos olhando para o passado para contar quem foi ou o que ele representa na música contemporânea, mas é bem verdade que o músico raramente olha para trás na hora de compor, tanto que, em seus mais de 20 anos de carreira, um título como “músico mais criativo do nosso tempo” não foi ganho à toa.

E é disso que vamos que falar, de como o músico se preparou para seu novo álbum, Morning Phase, o décimo segundo de sua carreira e esperado para o próximo 25 de fevereiro, olhando para a frente, mas sem deixar seu passado de lado.

Beck

É verdade que seis anos separam esta nova obra de Modern Guilt (2008), porém o músico não esteve parado durante este período. Com um problema de saúde, Beck sofreu de uma lesão na coluna (que dificultava até mesmo o músico de empunhar sua guitarra) e desde então tem se recuperado.

Incansável, o músico não ficou parado durante estes anos e se envolveu em uma série de projetos (que vão desde galerias de arte e mixtapes de suas faixas favoritas até um álbum de covers), um disco em forma de partituras chamado Song Reader e a produção de alguns álbuns (como Mirror Trafic (2011) de Stephen Malkmus and The Jicks). Depois de tudo isso, Hansen ainda manteve fôlego e voltou a excursionar, passando até pelo Brasil, no festival já mencionado.

Pelo que nos foi mostrado até então, Beck segue por um caminho próximo ao do clássico Sea Change em seu novo disco, não tanto na temática ou mesmo na instrumentação, mas no quesito mais intimista e sincero da obra. Há muitas faixas mais serenas, downtempo e com clima daquelas baladonas que só o músico sabe fazer (mostrado inúmeras vezes, mas algo que Everybody’s Got To Learn Sometime prova categoricamente). Waking Light é uma bela e poderosa amostra disso.

Menos diversificado, o músico não se importa aqui em fazer suas fusões estilísticas, mas em encontrar o acompanhamento perfeito para sua lírica. Alguns temas orquestrados, como em Wave ou na faixa de abertura Morning, são partes importantes do disco (feito com boa parte dos músicos que participaram de Sea Change), e revelam muito do seu clima – segundo o músico contou em uma entrevista à rádio norte-americana NPR.

Faixas como Unforgiven (0:00), Morning (3:38), Don’t Let It Go (7:51) e Wave (11:03) podem ser ouvidas no player abaixo, todas retiradas de gravações ao vivo de recentes shows do músico. Apesar da baixa qualidade de áudio esses são ótimos aperitivos de como a obra vai soar e do quão intimista e próximo ela pode ser, ainda mais nas faixas em que há quase só voz e violão.

Enquanto o dia 25 não chega ou mesmo um streaming não aparece (possilvemente a ser lançado na semana que vem), vale a pena conhecer o que o músico mostrou até então, seja ao vivo ou através de singles, e entrar no clima de sua nova obra, que mais uma vez apresenta um Beck introspectivo e honesto, impulsionado por belíssimos arranjos orquestrados pelo músico – algo que pode agradar muito os fãs de Sea Change.

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ARTISTA: Beck
MARCADORES: Novo álbum

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts