Exclusivo: Aérea Negrot em Passagem pelo Brasil

Artista venezuelana bateu um papo exclusivo sobre carreira após Hercules and Love Affair e universo queer

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Fotos: Divulgação

Da mesma forma como as cantoras Toña la Negra e Olga Guillot, a venezuelana Danielle Gallegos está rodando o mundo entoando letras que saem das vísceras e do coração.

Aos 16 anos, quando ficou sem dinheiro em plena Amsterdam, ela resolveu cantar nas ruas. Surgia aí Aérea Negrot, artista performática inspirada nas rainhas do Bolero. Nascida e criada na Venezuela, Danielle tem o pai, a mãe e a avó dançarinos profissionais. Para se ter uma ideia, seu pai fez parte do corpo de dança de Latoya Jackson durante alguns shows na América do Sul. A dança está num nível muito alto no DNA de Negrot.

“Quando voltei para a Venezuela, um amigo disse que eu estava viajando para lá e para cá, como se fosse uma linha aérea. Daí juntou com o nome de duas cantoras que eu amo (La Negra e Guillot). Começou como uma brincadeira, mas é muito atual. É uma linha aérea cheia de drama”, afirma a cantora em conversa exclusiva com a reportagem do Monkeybuzz em São Paulo, num rolê à noite no bairro antigo do Bixiga. Veja no vídeo abaixo. Imagens: Danila Moura. Edição: Leandro Bevilacqua. Iluminação: Irmãs Lumièrra.

Sobre a cena Eletrônica da cidade, ela foi só elogios. “São Paulo é uma sopa efervescente de muitas culturas e coisas acontecendo. É impressionante ver tanta gente sair do padrão, que sai de casa com uma tanga vermelha, por exemplo. E é isso. Na Europa, a gente tenta cumprir com o padrão na rua, mas aqui eu gostei de ver as pessoas se destacarem na multidão. Eu vi isso na Sangra Muta, não é só underground, é uma comunidade de gente que se conhece e se quer muito, que vai mais pela arte do que pela cultura queer em si. Precisamos nos apoiar, conhecer o trabalho um dos outros. Além da experiência, eu sairei com uma impressão muito linda e especial da cidade. São Paulo é um diamante lapidado em formato de dodecaedro, com muitos lados. Não é só branco ou preto, de um lado ou dois, são muitos”.

A Sangra Muta é uma festa Idealizada pelo DJ e produtor Gezender, que acaba de lançar um EP pela Gigolô Records. Criada em 2016, a festa mantém uma identidade própria que se manifesta na música, nos visuais, na performance e na proposta de compor o seu staff apenas de mulheres e pessoas LGBT.

Até hoje, Aérea Negrot se apresenta em formato live, eventualmente, com o DJ Fata Kiefer ou o baterista Milton Fermat. Ambos eram parceiros do primeiro grupo musical que Aérea Negrot fez parte, La Familia Felíz. Tudo foi interrompido até o convite de Andy Butler, que a colocou na banda Hercules and Love Affair. Na mesma época, ela lançou discos pela BPitch Control, selo de Ellen Allien, como o elogiado Arabxilla.

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