1. Kendrick Lamar – To Pimp A Butterfly
Kendrick Lamar consagra a sua obra prima com a metáfora da transformação da larva em borboleta. Esta analogia, em primeiro lugar, serve como retrato de sua trajetória das ruas para a fama, e, em segundo, para a condição do negro na América. O que vemos em To Pimp a Butterfly é um músico muito à vontade manipulando com maestria sua inspiração, que nasce de diversas fontes. Kendrick tem uma noção ampla e se apropria de modo inteligente das condições em que está inserido. Seja na compreensão de seus conflitos pessoais, da desordem social que nasce da discriminação, das implicações políticas da produção musical, além da apropriação das vertentes musicais de todos os gêneros da música negra – do clima do Jazz, às batidas do Funk, além do Rap em si -, Lamar atua como um porta voz genial de sua época.
Texto por Roger Valença
2. Alabama Shakes – Sound & Color
Brittany Howard e banda conseguiram mais uma vez. Sound & Color é equilibrado, mas feito para desequilibrar. É impossível manter-se indiferente à mistura de Rock, Soul e Blues do disco, feito com um respeito imenso ao passado, mas que em diversos momentos nos faz questionar se já não o superou.
Texto por Lucas Repullo
3. Elza Soares – A Mulher do Fim do Mundo
Sabemos que a carreira de Elza Soares vai muito além deste trabalho, mas não há como não enaltecer sua coragem e desejo de reinvenção. Com músicos da cena contemporânea da canção brasileira, Elza aceita gravar composições inéditas e servir como veículo para um público jovem de classe média começar a entender as injustiças e durezas da vida. A Mulher do Fim do Mundo é um trabalho feito pra ouvir com força.
Texto por Carlos Eduardo Lima
4. Tame Impala – Currents
Toda banda que torna-se a maior referência de um determinado movimento ou estilo tem o desafio de manter-se relevante em um cenário em que as cópias já podem tê-la superado. Kevin Parker atualiza o som do grupo e comprova que ninguém ainda consegue, na Psicodelia atual, misturar tanta sensibilidade Pop e qualidade de produção quanto ele.
Texto por Lucas Repullo
5. Sufjan Stevens – Carrie & Lowell
Por ocasião da morte de sua mãe, Sufjan Stevens acaba por reviver toda a sua relação conflituosa com a mesma e, assim, produz um dos álbuns mais belos do ano. A busca pelo perdão é a tônica deste trabalho profundo e extremamente sensível. Aqui, Stevens revela o retrato de sua maturidade com o retorno à estética do Folk introspectivo, e, com ela consagra um álbum tocante e impecável.
Texto por Roger Valença
6. Mahmed – Sobre A Vida em Comunidade
O título do disco de estreia dos potiguares e o seu conteúdo são sintetizados em uma palavra: tranquilidade. Sua sonoridade calma, contemplativa e delicada do trabalho prova que é possível criar emoções sem palavras no disco mais escapista do ano.
Texto por Gabriel Rolim
7. Boogarins – Manual Ou Guia Livre de Dissolução Dos Sonhos
Bandas boas o Brasil não para de produzir. No entanto, é possível contar nos dedos de uma mão os nomes recentes da música brasileira que com apenas dois discos conseguem estabelecer uma identidade tão marcante e particular, representando uma sincronia com o melhor da psicodelia produzida hoje pelo mundo com o que de mais autêntico já vimos na produção nacional. O resultado é um dos discos mais marcantes, deliciosos e criativos do ano.
Texto por Lucas Repullo
8. Kurt Vile – B’lieve I’m Goin Down
Kurt Vile continua representando uma das formas mais puras e cruas da música. Tudo isso nos convence a sermos atraídos para sua jornada pessoal e extrair assim, reflexões profundas sobre nós mesmos.
Texto por Lucas Repullo
9. Tobias Jesso Jr. – Goon
Piano, voz e letras românticas. Foi com uma das fórmulas mais batidas da música que Tobias se apresentou ao público, embalou nossos momentos mais íntimos e ganhou um convite para compor com a artista de maior sucesso das últimas décadas.
Texto por Lucas Repullo
10. Battles – La Di Da Di
Profundos desconhecedores das barreiras da criatividade, o grupo nos surpreende ao expandir seu horizontes um pouco mais. Relevando os rótulos, Battles quebrou o silêncio ao produzir um disco sólido e, ao mesmo tempo, maleável às diferentes percepções.
Texto por Lucas Cassoli
11. Ryley Walker – Primrose Green
Um dos melhores exemplos de como passar magistralmente no “teste do segundo disco”. O compositor caminha pelas referências Folk dos anos 70, praticamente nos transportando, de acordo com sua vontade para a realidade desejada de forma natural e suave.
Texto por Lucas Cassoli
12. Björk – Vulnicura
Entre batidas eletrônicas, a cantora islandesa construiu um de seus trabalhos mais orgânicos, um disco denso e melancólico que revela a maturidade de uma artista brilhante para além da música.
Texto por André Felipe de Medeiros
13. Courtney Barnett – Sometimes I Sit And Think, And Sometimes I Just Sit
Se daqui algumas décadas nos perguntarem o que era o Rock de 2015, difícil encontrar um exemplo mais afiado e tão pouco diluído quanto as músicas da australiana Courtney Barnett.
Texto por Lucas Repullo
14. Jamie XX – In Colour
A espera foi recompensadora: o primeiro trabalho do produtor britânico é um passeio por gêneros musicais sem nunca deixar a música eletrônica de lado e deve ser ouvido em sua sequência original.
Texto por Gabriel Rolim
15. Kamasi Washington – The Epic
Saxofonista norte-americano nos guia em um mergulho pelo panorama do Jazz neste século, um verdadeiro passeio pelos meandros de um estilo que cada vez mais está firmando sua volta aos holofotes.
Texto por Nik Silva
16. Unknown Mortal Orchestra – Multi-Love
Ruban Nielson vive em outra era, tentando extrair as melodias mais viciantes e hipnotizantes que conseguir. Esperamos que continue por lá para podermos curtir tudo isso aqui em 2015.
Texto por Lucas Repullo
17. Lianne La Havas – Blood
Lianne amplia seu espectro sonoro neste segundo trabalho, incorpora elementos de música negra, dançante, contemporânea, abusa do seu charme etnicamente misturado e coloca sua voz a serviço dos bons sons.
Texto por Carlos Eduardo Lima
18. Wilco – Star Wars
Um gato, um filme, um álbum gratuito lançado de surpresa e um flerte Stoner Rock até então inédito marcam a tentativa (bem sucedida) que Wilco faz para equiparar-se às bandas mais relevantes de hoje.
Texto por Roger Valença
19. Cidadão Instigado – Fortaleza
Fortaleza é um álbum que exalta o poder criativo de seus integrantes e materializa a riqueza musical de Cidadão Instigado, e exprime, de fato, todo o calor, força e consistência que a banda possui.
Texto por Roger Valença
20. Floating Points – Elaenia
Orgânico como poucas obras soam atualmente, o aguardado disco do produtor surpreende pela sua fluidez e vontade intrínseca de fugir de padrões. É Jazz, Post-Rock, Eletrônico e extremamente livre.
Texto por Gabriel Rolim
21. Benjamin Clementine – At Least For Now
Grave, potente e aveludado são adjetivos que poderiam muito bem descrever os trejeitos vocais de Clementine, mas tais características servem de amparo, na verdade, à toda sua sensibilidade criativa.
Texto por Roger Valença
22. Sun Kil Moon – Universal Themes
Ainda na linha de seu excelente Benji, Kozelek agora lança um álbum ainda marcado pelas narrativas embaladas por um violão dedilhado, todavia de abrangência temática mais ampla que seu anterior.
Texto por Roger Valença
23. Father John Misty – I Love You, Honeybear
Sedutor, genial e cheio de personalidade, Joshua Tillman é o tipo de músico que não se vê com tanta facilidade hoje e este álbum só demonstra o domínio quase que completo de suas características.
Texto por Lucas Repullo
24. Thunderbitch – Thunderbitch
Brittany Howard expande seu domínio para além de sua Alabama Shakes e entrega uma persona roqueira e nostálgica com o mesmo nível de qualidade de seus trabalhos anteriores – ou seja, incrível.
Texto por André Felipe de Medeiros
25. Quarto Negro – Amor Violento
Grupo paulistano se prova com um segundo disco ainda mais roqueiro e potente, sendo relacionamentos e suas dores o principal combustível para as letras sentimentais e a instrumentação robusta.
Texto por Nik Silva
26. Florence + The Machine – How Big How Blue How Beautiful
As melhores qualidades dos dois discos anteriores foram reunidas em uma obra de força ímpar ao lado do carisma de Florence Welch. Belíssimo.
Texto por André Felipe de Medeiros
27. Beach House – Depression Cherry
Beach House parece a cada disco conseguir surpreender e extrair o que parecia impossível de um gênero tão particular quanto o Dream Pop.
Texto por Lucas Repullo
28. Lenine – Carbono
Eletrônico, conceitual, moderno e lírico. Assim é o novo álbum de Lenine, com participações sensacionais, cuidado e apuro na produção, resgatando tradições e incorporando-as no ideário de 2015.
Texto por Carlos Eduardo Lima
29. José González – Vestiges & Claws
Ouvir Vestiges & Claws nos faz pensar em como José González parece saber viver a vida – mesmo com seus altos e baixos – com muito mais sabedoria que nós.
Texto por Lucas Repullo
30. Supercordas – Terceira Terra
A psicodelia da banda carioca assume novos rumos neste novo trabalho, apontando direções inesperadas e conceito fechado para falar do homem, da natureza e das questões que concernem a ambos.
Texto por Carlos Eduardo Lima
31. Tulipa Ruiz – Dancê
Com produção de primeira, cantora reafirma sua relevância para a música popular brasileira de hoje em trabalho divertido com bom conteúdo.
Texto por André Felipe de Medeiros
32. Bomba Estéreo – Amanecer
É interessante como a banda faz ritmos latinos soarem internacionais e atuais, sem abrir mão das letras em espanhol.
Texto por Leandro Reis
33. The Internet – Ego Death
A costura entre R&B e Hip Hop tem um frescor único que dá ao disco uma data de validade indefinida capaz de atravessar algumas décadas.
Texto por Leandro Reis
34. Kid Wise – L’Innocence
O EP que precedeu o lançamento do álbum já trouxe um pouco da energia juvenil do grupo, que conta com uma visão madura sobre uma fase de incertezas.
Texto por Leandro Reis
35. Helio Flanders – Uma Temporada Fora de Mim
Vocalista do Vanguart cria identidade própria em seu primeiro registro solo ao apostar em linguagens bem diferentes das de seu habitual Folk.
Texto por Nik Silva
36. Villagers – Darling Arithmetic
Ao encontrar a paz em sua sexualidade, O’Brien exprime a essência de um período de redescoberta pessoal e de contato com a própria intimidade.
Texto por Roger Valença
37. Jessica Pratt – On Our Own Love Again
Com grande inspiração em Joni Mitchell, Jessica conseguiu fazer um álbum lindo, com canções leves e belas como a brisa, acústicas, bem produzidas, que valorizam sua bela voz.
Texto por Carlos Eduardo Lima
38. Oneohtrix Point Never – Garden Of Delete
Remodelando referências de seu passado, Daniel Lopatin procura em si a inspiração para um dos trabalhos mais ambiciosos e originais de 2015.
Texto por Lucas Cassoli
39. Ventre – Ventre
O disco passa a todo momento uma sensação confortável de que seus protagonistas estão vivendo o mesmo que todos nós, ouvindo o mesmo que nós, mas sabendo se expressar de uma forma muito mais bonita e intensa.
Texto por Lucas Repullo
40. Beirut – No, No, No
O novíssimo álbum de Beirut deixa de lado os instrumentos exóticos, a refestança do Leste Europeu e mergulha na melancolia à beira mar, com cheiro de passeio pela areia sob um céu cinzento armando chuva.
Texto por Carlos Eduardo Lima
41. Alex G – Beach Music
Se a sonoridade e atmosfera dos anos 1990 estão em alta, o jovem músico mostra que ainda é possível unir referências de época e criar algo novo.
Texto por Gabriel Rolim
42. Lucas Arruda – Solar
Lucas Arruda oferece ao ouvinte sua visão da música negra brasileira do início dos anos 1980, com arranjos esmerados, conhecimento de causa e zero de nostalgia. Canções belíssimas, bem tocadas, bem pensadas, tudo no lugar.
Texto por Carlos Eduardo Lima
43. Ian Ramil – Derivacivilização
Músico gaúcho faz uma crítica de nossa sociedade em uma obra ácida e bastante sagaz, abordando temas como Política e Indústria Cultural.
Texto por Nik Silva
44. Luiza Lian – Luiza Lian
Revelação do ano, Luiza tem uma voz poderosa e suas dinâmicas composições contam com estrelada banda formada por integrantes do selo RISCO.
Texto por Gabriel Rolim
45. Foals – What Went Down
Toda a urgência do som de Foals foi potencializada e lapidada aqui, sem perder a aura inconfundível que sempre rodeou a banda.
Texto por Lucas Repullo
46. Sara Não Tem Nome – Ômega III
Melodias pegajosas, voz irrestível e letras que capturam a essência da juventude colocam a mineira entre os nomes que ouviremos muito no país.
Texto por Gabriel Rolim
47. Earl Sweatshirt – I Dont Like Shit
O jovem rapper explora sonoridades perturbadas em um retrato agressivo dos pensamentos mais sombrios que já foram versificados em sua obra.
Texto por Lucas Cassoli
48. Christopher Owens – Chrissybaby Forever
Ensolarado e despretensioso, Owens parece finalmente ter encontrado a leveza em suas composições, e, com ela, uma nova sensibilidade artística.
Texto por Roger Valença
49. Jonathan Tadeu – Casa Vazia
O disco do compositor mineiro é um perfeito exemplo de como a sensibilidade poética e musical acompanha eternamente o estado de Minas Gerais.
Texto por Lucas Cassoli
50. Gaax- Campo dos Sonhos
Pérola do Lo-fi brasileiro, disco de Felipe Oliveira é uma coleção de canções Noise Pop com riffs marcantes em uma estética única e sincera.
Texto por Gabriel Rolim