Nicolas Jaar: Acredite Sim na Tal da “Hype”

Sucesso de crítica em torno do músico nunca mostrou-se exagerado ao ouvirmos sua obra

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2017 começou bem agitado para Nicolas Jaar. Além de ter suas passagens confirmadas para o Brasil, onde se apresenta no Dekmantel Festival São Paulo, ele viu seu aclamado Sirens (2016) receber uma versão estendida, isso após uma temporada de elogios ao disco. São informações que fariam levantar a sobrancelha de qualquer um que acompanha música. No caso do produtor, contudo, reconhecimento e conquistas mostram-se altamente merecidos.

Janeiro marca também os seis anos de seu muito bem recebido primeiro disco, Space Is Only Noise. O aclame da crítica colocou de vez o moço, então com 21 anos, no mapa da música Eletrônica e inventiva desta década. “Uma grande viagem de sinestesias”, como saiu no Monkeybuzz cerca de um ano e meio depois:

“Músicas densas, sutis, relaxantes ao ponto de ajudar até alguém a dormir. A baseline não é complexa e os vocais sussurados dão ainda mais a sensação de um vento gelado. Tudo isso constrói uma atmosfera de detalhes difíceis de não se envolver. Cada música é como se contasse uma história, como se fosse feita para uma cena, uma trilha. Quem não é muito fã de efeitos sintéticos, se apaixona por Jaar” (Artigo, setembro de 2012)

Após ter essa estética iconizada por seu nome, ele embarcou na “sonoridade mais próxima de Rock & Roll que eu já realizei” com seu projeto Darkside, ao lado de Dave Harrington, que nos deu seu disco Psychic em 2013. Como a resenha publicada no lançamento, ele “cria um universo quase obscuro em torno de si”, com Jaar “conseguindo afirmar sua identidade musical e assegurando a capacidade que lhe projetou ainda muito jovem como produtor de sucesso”.

Poucos meses depois, já afirmávamos que “algo que se mostra preciso em toda a sua obra é a capacidade de demonstrar que seu som e inspirações já servem de pedras fundamentais para diversos músicos, produtores novos e que, sim, ainda iremos ouvir e vê-lo por muito tempo” (artigo, maio de 2014).

E o próximo capítulo continua a mesma história: Sirens, o disco hoje expandido, mostrou-se “surpreendente não só pelo seu forte discurso político e pelas escolhas musicais referenciais, mas também por conseguir conciliar a estética em um conteúdo pulsante” (resenha, outubro de 2015). Eleito um dos melhores álbuns de 2016, ele concluiu o processo de genialidade, precocidade e puro talento que era observado no músico e converteu tudo isso em um reflexo de sua maturidade como artista.

E é neste momento da carreira que Nicolas Jaar vem ao Brasil para a primeira edição do Dekmantel Festival, não mais como uma aposta certeira da música Eletrônica, mas como um produtor consagrado cujo valor foi posto à prova nos últimos seis anos e chegou aqui com todas as missões cumpridas – e, melhor ainda, com maior qualidade do que nunca. Se a tal da hype ronda seu nome, acredite, eis um daqueles casos em que o alarde é não só justificável, mas plenamente louvável.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.