40% Foda/Maneiríssimo: “O menor selo mais divertido do Brasil “

Gabriel Guerra (Guerrinha), seu co-fundador, conta mais sobre seu trabalho

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Vinil, CD-R, digital – São múltiplos os formatos de lançamento do selo carioca 40%Foda/Maneiríssimo, e mais variados ainda são os sons que levam sua marca, descritos como “Trilhas Sonoras/House/Techno/Jazz bosta” na mesma irreverência que seu nome denuncia. E trata-se também de um dos nomes que agitarão esta primeira edição do Dekmantel Festival São Paulo.

Criado por Gabriel Guerra (Guerrinha) e Lucas Paiva em 2013, o 40% trabalhava para mostrar criações de amigos. Com o tempo e as coisas que ele traz, o selo amadureceu, abraçou o o vinil dentre seus diferenciais e mirou em uma qualidade maior para seus lançamentos. “A gente tenta fazer o máximo possível com musica divertida em geral, mas damos preferência para gente que sabe tocar/arranjar bem”, conta Guerrinha (que você conhece das bandas Séculos Apaixonados, da qual Paiva também faz parte, e Crusader de Deus), que continua: “nos desvirtuamos totalmente da ideia de faixas de club porque simplesmente não somos esse tipo de gente. Se você é um virtuoso do teclado ou da batera e curte Weather Report, você tem mais chance de fazer algo com a gente do que se você for um excelente DJ ou um cara que faz blip blip blop com os melhores sintetizadores do mundo”.

“Nós somos o menor selo mais divertido do Brasil”, comenta ele, “e isso não significa ser feliz/engraçado. Tem uma lacuna bem grande entre uma coisa”, e conclui: “Como todo mundo que faz música, somos bem miseráveis”.

Revirar o perfil do selo no Bandcamp é encontrar pequenas pérolas da Eletrônica contemporânea travestidas com a estética visual padrão do 40% assinadas por nomes que você não costuma ver por aí. “É muito difícil conseguir com que as pessoas saibam o que você está fazendo sem que você se torne um chato de galocha enchendo o saco”, diz Guerrinha, e ele afirma ainda que, por conta disso, a curadoria de festivais como o Dekmantel (“multirões de sacação”, nas palavras dele) é a chance do público de conhecer sons que o boca a boca nem sempre dá conta de levar tão longe.

Para ele, seguir o trabalho de um selo fora de eventos como esse é também a chance de “conhecer mais coisa nova, que é o combustível de quem gosta de música”, concluindo que “as melhores estão nos menores lugares, todos nós precisamos saber disso”.

Mesmo com o bom humor indo à frente do que um projeto de nome 40% Foda/Maneiríssimo faz, a curadoria se mostra séria, com o bom gosto e o um radar muito bem sintonizado no novo ditando as regras. Ouça, comprove e acompanhe.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.