Mixtape: a Lisergia Sonora de TYV

Um dos integrantes da Gop Tun preparou uma trilha sonora exclusiva

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Fotos: Divulgação

Podemos definir que esclarecemos grandes dúvidas com o Bruno Protti, mais conhecido pelo codinome TYV. Na verdade, é uma entrevista, mas há tempos queríamos saber que diabos significa TYV.

A curiosidade nasceu enquanto era redigido o texto do balanço dos cinco anos do coletivo. Nem a busca do Google respondeu. Foi imaginado que seria uma gíria ou abreviação no estilo WTF para definir algo surpreendente ou surreal. O papo valeu para saber que não é nada disso, mas até que poderia. Acredite, não é das pirações mais doidas da reportagem do Monkeybuzz, até que faria algum sentido. Confuso? Vai dar para entender depois de ouvir a mixtape que ele preparou com exclusividade para o nosso Aquecimento.

Atração confirmada no Palco Gop Tun, a partir das 15h no sábado (dia 3 de março), TYV consegue fazer DJs sets tão viajantes que deixam a gente sem entender. Nem teríamos a ousadia de explicar algo para os leitores. Então, se alguém ouvir e soltar um WTF de cara, avisamos: é assim mesmo.

Ele também toca em formato live, com o qual deve se apresentar no bar Orfeu, em São Paulo, no dia 9 de março. No bate-papo, ele contou mais sobre o setup que utiliza nos lives, outras curiosidades e influências musicais de família.

Monkeybuzz: Qual é o significado de TYV? TYV: Não tem significado, é um apelido mesmo, mas a história talvez seja interessante. TYV era o nome que eu usava para assinar trilhas de desfiles e alguns outros projetos audiovisuais nossos. A idéia surgiu de uma brisa, por conta da geometria interessante das letras: elas vão “abrindo” da esquerda para a direita, como se fosse um zíper. Encerramos as atividades alguns ano depois. Então, passei a utilizar meu próprio nome. Porém, havia um outro DJ Bruno Protti na área… a galera confundia muito. Rolavam situações bem engraçadas, como alguém ir me assistir num club e eu não aparecer (porque era o outro Bruno Protti tocando). Até tentamos negociar o nome na época. Mas muita gente me já me chamava pelo apelido de TYV, então optei por ceder. O outro “Bruno Protti”ficou com o nome.

Mb: Como era seu envolvimento com música eletrônica antes de fazer parte da Gop Tun? TYV: Por parte de família conheci o rock, punk e a estética musical dos anos 80 (que é a minha preferida). Conheci a música Eletrônica frequentando raves e clubes da época com amigos. Fui entrando de cabeça na música em geral. Sempre crescendo meu interesse pela pesquisa musical, este é o fator exato que nos uniu.

Mb: Como você avalia a evolução da cena de festas independentes através do seu olhar, como um dos organizadores da Gop Tun nesses últimos cinco anos? TYV: Tenho orgulho de ter participado e contribuído. Sinto que foi criada uma base sólida por existir diálogo entre os coletivos e espaço para novos projetos e artistas, é muito importante isso para evolução continuar. Tem muita coisa boa para rolar ainda. Vejo não só São Paulo, mas o Brasil todo como o melhor lugar para estar hoje se você está procurando novidade, cena Eletrônica e artistas autênticos. O lance se expandiu de forma muito interessante para outras cidades. Tem sido mais divertido conectar e tocar aqui no Brasil do que no exterior, é uma opinião pessoal. Mas eu constatei isso nas duas últimas tours que fizemos por lá.

Mb: Quando e como surgiu seu interesse por discotecagem? TYV: Sempre gostei de fazer festa, criar uma atmosfera, criar uma boa bagunça para os amigos e tal. Eu vejo como se fosse inevitável acontecer tudo isso.

Mb: Quais são os seus discos preferidos da sua coleção? Quais são os garimpos prediletos? TYV: Tenho bastante disco na estante, porém, não me vejo como um grande “digger” ainda. Quando eu vou nas lojas, fico caçando discos que possa samplear e tal. Eu me inspiro muito na galera que manda muito na hora de achar as pérolas, então acabo pegando as manhas e achando as minhas também. Mas não é um dom como do meus amigos selvagens [Augusto Olivani e Millos Kaiser] e meu parceiro de Gop Tun, Gui Scott. Confesso ser mais do mundo digital quando se trata de discotecagem. Minha forma de tocar o audio é no estúdio.

Mb: Sobre seu projeto de live, quando você começou a fazê-lo? Qual é o setup e por que escolheu tais equipos? Tem previsão de quando deve se apresentar de novo em formato live? TYV: Meu primeiro live rolou na festa de um ano de Gop Tun, noite com Mano le Tough e Jacques Renault. Eu fiz com o Gabriel, ex-guitarrista do Hatchets, eu soltava alguns samples de faixas minhas da época no Lemur conectado via cabo de rede no meu computador controlando o Ableton Live, enquanto ele mandava uns riffs maneiros bem estilo Disco. Tudo em um formato bem livre, tenho saudade desse dia. Naquela época, rolaram alguns e foi legal, porém, eu dei uma pausa com a agenda corrida de festas a todo vapor, o lance de discotecagem estava super divertido também.

Então eu voltei com o live no final do ano passado em uma Gop Tun [edição da Goppinha]. Neste ano, eu quero fazer a maioria das gigs nesse formato. Eu me apresento live na sexta pós Dekmantel no Bar Orfeu. O setup será sem computador (mesmo achando o Ableton Live uma belezinha, mas está tudo bem mais interessante sem ele). O pessoal que vai estar comigo é a MPC live + drumatix + 0 coast + Roland d-05 + delay pedal

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