Major Lazer abusa e vai do Funk ao Trap

Dupla faz Dubstep, ousa no Reggaetton e prepara intervenções para provar ser o show mais divertido do festival

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Fotos: Fernando Galassi / Monkeybuzz

Começando às 19h45 e disputando espaço com mais dois shows acontecendo simultaneamente (as rodinhas do Planet Hemp e o show sóbrio do Hot Chip), Major Lazer iniciou seus trabalhos como quem não iria fazer muita bagunça. O duo, ainda vestido com camisa e gravata, iniciou com Moombahcore do novo CD de Rihanna, Stay e não demorou muito para Diplo mostrar que ama o Brasil.

Em pouco menos de 30 minutos, o produtor já começou a se aventurar no que há de mais novo nas batidas de Funk carioca. De Créu ao repetitivo Ah lek lek – passando pela saudosa M.I.A. -, Major Lazer deu um ar diferente à tenda Perry. Antes sempre com os graves mais altos, distorções e muito BPM, agora todo espaço era coberto de mulheres dançando até o chão, pulos frenéticos e muitos sorrisos surpresos com o que Major estava fazendo.

A dupla é famosa pela diversidade de gêneros e pela bagunça musical que faz, e foi bem isso o show de domingo no Lollapalooza. Ia do Moombahcore para o Funk Carioca, do Trap ao Dubstep, do Electro ao Reggaeton. Para provar a aleatoriedade, Paris (Jay-Z), Make it bum dem (Skrillex), Sweet Dreams (Depeche Mode) e Drop it Like its Hot (Snoopp Dogg) estavam todos no mesmo set – e deram certo. O mais incrível é que não se tratava de remixes diferentes, a maioria das músicas encaixavam uma das outras na sua versão original, o que animava ainda mais o público.

Como de esperado, na segunda parte do set, Major Lazer abusou no Dubstep e foi ainda mais longe. Trazendo ainda mais influências da sua produção na América Central, o Reggaetton foi um gênero que causou surpresa rebolativa no domingo. Tudo isso aquecendo para as intervenções da dupla que ainda estavam por vir. A começar pela versão-latina de Corda do Carangueijo, que eles tocaram e obrigaram toda a Perry ir pulando de um lado para o outro. Original Don veio pra aquecer o concurso de garotas no palco para fazer o famoso twerking com Express Yourself. A zona teve seu ápice com duas fãs fazendo o passo de dança na frente da cabine enquanto Diplo jogava notas de dólares pra cima. Como não poderia faltar, Harlem Shake, do próprio selo de Diplo, teve seu espaço tendo a mesma receita de todos os vídeos, primeira parte a dupla pediu que todos ficassem parados e no drop vários pulos. E pra fechar toda a zona, Diplo e seus amigos tiraram suas camisas e convidaram todos os homens (e por que não mulheres?) a fazerem o mesmo. Resultado? Camisetas rodando no ar no drop de Jump. Não podia deixar de esquecer a euforia com Pon da Floor, mas isso já era certo.

A terceira parte do show contou com uma influência maior de Trap e Drum’n’bass. Get Free, em parceria com Dirty Projectors – ganhou uma versão diferenciada. O final da performance foi marcada pelos integrantes rodando a bandeira do novo disco, Free the Universe, como após da vitória de uma guerra.

Major Lazer decorou bem o palco, com balões pegando as iniciais do nome do projeto, o clima foi bem coerente com festa. Diplo mostrou sua habilidade no início do show em misturar sons regionais como em uma festa particular, sem muito compromisso, e logo depois avançou para um show de grave e tendências. Pra não ganhar todas as bananas, devo citar o som abafado (que também não só eu como as meninas que gritavam atrás de mim para que aumentassem o som no show do Hot Chip) também no Perry e a ausência das dançarinas profissionais, dos bonecos (como pude esquecer a presença do próprio Major Lazer no Palco junto com Diplo e Switch?) e de toda a bagunça que sempre acontece no palco com as intervenções, mas isso não fez com que abafasse o sucesso da atração. Major Lazer ganhou o título como show mais divertido do Lollapalooza 2013.

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Publicitário que não sabe o que consome mais: música, jornalismo ou Burger King