Mumford & Sons e a Missão de Pagar Sete Anos de Atraso em um só Show

Primeira vinda da banda ao Brasil precisa dar conta de saciar a sede dos fãs

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Acredite, Mumford & Sons fará o show mais perigoso do Lollapalooza Brasil 2016.

Eminem e Florence + The Machine são alguns cujos retornos ao país serão recebidos de braços abertos, Marina + The Diamonds precisa se redimir da gafe do cancelamento do ano passado, Planet Hemp terá que aguentar a bica de subsituir Snoop Dogg de última hora e eu poderia citar muitos outros “et ceteras”. Nenhum deles, porém, chega aos pés do quarteto britânico.

Com uma visibilidade sempre crescente em terras brasileiras desde 2009, Marcus Mumford e companhia encontrarão nesta sua primeira vinda ao país não apenas admiradores, mas algumas dezenas de milhares de pessoas que têm em suas almas versos entoados pelo vocal rouco do cantor desde Sigh No More. É uma dívida difícil de ser quitada.

A banda costumava travestir-se de nostalgia por fora enquanto mexia tanto por dentro com letras espirituais e arranjos espirituosos. Cada uma de suas músicas sempre conseguiu criar um conforto carismático, uma explosão emocional intimista em meio a timbres tão altos. Seja com guitarra ou banjo, Mumford & Sons é a banda da vida de muita gente justamente por narrar tão bem, e de forma tão empolgante, justamente o que é viver.

Amores (vários deles), otimismos, crenças, dúvidas e muita esperança são os ingredientes certeiros do som do grupo, que sabe agradar e comunicar tudo isso tanto ao público mais Folk quanto ao do Rock de grandes estádios. Mesmo assim, quando o quarteto entrar no palco, cada um ali presente vai se ver frente a frente não só com a banda, mas com todo esse tempo de ouvir as músicas e se identificar com elas. Será mais nostálgico do que o visual Bluegrass da capa de Sigh No More.

E é por isso que Jack Ü fará todo mundo dançar muito bem e Alabama Shakes deve arrancar muitos elogios de todos os que virem seu show. No caso de Mumford & Sons, entretanto, o lance é pessoal, já que, diferente das outras atrações do festival, é a banda que precisará dar conta de lavar tantas almas saudosas por seu som em uma hora e meia de show.

É ainda no começo da noite, mas um show com cara de final feliz.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.