Nossas Melhores Entrevistas em 2012

Os próprios artistas e bandas nos revelaram muito sobre seu som ao longo do ano. Confira algumas respostas que merecem destaque

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Desde seu surgimento em março, o Monkeybuzz sempre prezou por ouvir diretamente das bandas sobre sua música. Dessa forma, os leitores podem ter acesso não só ao que nossa equipe tem a dizer sobre o som, mas o que os próprios artistas pensam dele e o que está por trás de suas escolhas na hora de gravar e tocar.

De novos conhecidos a nomes já consagrados em outras épocas, conversamos com muita gente boa ao longo do ano e chegou a hora de relembrar os melhores momentos de nossas entrevistas. Você pode ver todas as outras que publicamos em nossa seção de artigos.

Tiago Iorc (março)

Tiago Iorc

“Não ligo para os rótulos. No fundo, independente dessa necessidade humana de rotular as coisas, sinto que a música tem sempre o mesmo objetivo: o de comover. Sendo assim, a música pode ser percebida de duas maneiras: ou ela comove, ou não. Levando em consideração que a percepção está em cada um, a única coisa que está ao meu alcance é fazer música com carinho e esperar que aquilo que me comove, comova também outras pessoas.”

Apanhador Só (abril)

Apanhador Só

“Fico feliz por sentir que o público tem sido cada vez mais curioso e estado disposto a curtir o que se propõe diferente, interessante, criativo, mais do que algo que repita alguma fórmula já criada, e tem muita banda, muito artista, fazendo justamente isso. Tem muita gente criando muita coisa legal, mas o problema é que não se consegue escoar muito dessa produção pro grande público, porque a gente ainda tá muito preso nas redes sociais pra chegar aos ouvintes. Tem muita gente no Brasil todo fazendo coisa muito boa, mas não tem o público que mereceria por culpa do sistema midiático que o país tem.”

Band of Horses (maio)

Band of Horses

“Quando começamos a trabalhar com o Glyn [Johns], com todo seu legado e o pedigree do Rock que ele tem, nós pensamos “vamos mostrar essas que são mais Rock’n’Roll para ele e, quando ele não estiver olhando, nós fazemos algumas do nosso jeito” (risos), mas nós nunca conseguíamos. É difícil perceber quais são as músicas boas e quais as ruins para um disco, é tudo especulação e uma questão de gosto. Talvez aquele cara ache que esta música é boa, mas em nosso coração a gente não acha que é uma música para o Band of Horses. Então, honestamente, o nosso conceito do que era bom ou não para o disco era o que concordávamos naquele dia.”

Grimes (maio)

Grimes

“Eu acho que a música eletrônica é extremamente humana e expressiva. Acho que qualquer “artificialidade” implica nela ser ainda mais humana, por que diferente de outros sons, a música eletrônica precisa de uma pessoa para que ela exista. É produto de inteligência humana. Acho que as pessoas que não conseguem encontrar emoção na eletrônica não estão acostumadas com ela e não reconhecem que ela está extremamente amarrada à humanidade.”

Saint Motel (agosto)

Saint Motel

“As letras sempre nos pedem algo. Normalmente, pedem uma bebida barata. É legal ver comentários no YouTube ou no Facebook em que as pessoas dizem coisas como “@#$%! Eu acabei de perceber que _ é sobre ___”, que normalmente é seguido de: “Isso é doente!”. Nós gostamos de entrelinhas e, frequentemente, porque a música é animada e aparentemente feliz, essa mensagem não é percebida.”

DVNO (novembro)

DVNO

“Estou envolvido com a cena francesa desde o início dos anos 90, então me faz bem estar associado com uma espécie de patrimônio quando você não se contenta com o que toca no rádio. Sou um grande fã da maioria dos novos selos franceses, como Marble, Bromance e Sound Pellegrino – eles estão mesmo levando a herança para outro nível, criando suas próprias tendências, suas próprias regras.”

Thiago Pethit (dezembro)

Thiago Pethit

“Eu sempre faço uma música porque eu quero dizer alguma coisa pra alguém muito específico, ou porque eu preciso entender uma coisa muito específica. São coisas reais, não faço música sobre um insight que eu tive na ioga quando meu corpo transmuta – não. Ela sempre surge com essa ideia de “carta”, digamos assim, ou pra alguém ou pra mim mesmo. Eu gravo ou mostro uma música com uma necessidade de ser entendido, de ser olhado pelas pessoas que vão pegar aquilo e ser desmascarado. Sei lá, acho que o meu trabalho todo é uma grande necessidade de compreensão. Não é de amor, eu não preciso ser amado pelas pessoas, eu preciso que elas me vejam e me compreendam e, se eu não tenho isso, eu não consigo lidar com o mundo.”

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