A graça do Pitchfork Festival, em Chicago, está na variedade de estilos e tamanhos de bandas dividindo o mesmo espaço, oportunidade cada vez mais difícil nos grandes festivais ao redor do mundo. Entre bandas iniciantes e figurões com mais de vinte anos de carreira, destacamos oito shows que ficarão na memória da grande maioria dos presentes nos três dias de evento.
Wilco
Um dia depois de liberar inesperadamente um novo álbum, Star Wars, Wilco tocou o novo disco pela primeira vez e na íntegra. Em seguida, emendou com alguns de seus maiores clássicos, com a emoção de estar tocando em sua cidade natal. Não há como o resultado disso não ser épico. Após um dia repleto de apresentações de (ótimas) bandas recém-surgidas, o contraste de experiência trazido pela banda foi grande.
CHVRCHES
A banda escocesa tem apenas um disco na bagagem, mas já conseguiu atingir um público bem grande ao redor do mundo. Isto fez com que ganhassem uma boa experiência de palco, bastante perceptível pela boa interação com o público, distribuição inteligente de faixas durante a apresentação e nível técnico impecável, principalmente da vocalista Lauren Mayberry. Um show Pop divertidíssimo e sem nenhuma cara de banda em início de carreira.
Sleater-Kinney
Mais um show em que a experiência falou mais alto. A naturalidade com que elas se apresentavam, mesmo depois de um longo hiato, demonstra o motivo de continuarem tão relevantes. Destaque para as faixas do álbum No Cities To Love, lançado neste ano, que foram muito bem traduzidas para os palcos e traziam uma energia ainda mais empolgante do que o restante do repertório consistente das americanas.
Ariel Pink
A imagem de Ariel Pink no palco é algo indescritível. A palavra “artista” surge na cabeça com uma frequência muito maior do que o normal ao tentar descrever este show. Show divertido, pesado, caótico e catártico. Um grande músico e uma grande personalidade.
Jamie xx
Alguns dos melhores produtores de música Eletrônica discordam da aura de Popstar que alguns de seus companheiros tem ganhado nos últimos anos. Eles defendem a ideia de que as pessoas tem que curtir a música e não ficar olhando para eles como uma banda, já que eles não farão nada de interessante além de olhar para alguns computadores e equipamentos. Jamie xx parece concordar com esta ideia e soube ser coadjuvante e deixar sua música Pop e dançante protagonizar a ensolarada tarde de domingo no festival.
The New Pornographers
Uma apresentação deliciosa, misturando nostalgia e novidade. O som de The New Pornographers soa extremamente atual, mas é executado com uma perfeição que deixa transbordar a experiência de uma banda com mais de quinze anos de estrada.
Mac DeMarco
É desnecessário destacar o carisma de Mac nos palcos. Nesta apresentação em específico, misturou bem suas faixas de discos anteriores com as de Salad Days e também com as de Another One, a ser lançado no início de agosto. Surpreendentemente, o músico subiu ao palco meio tímido, mas foi se soltando e terminou seu show pulando nos braços do público. Programa imperdível assistir à sua apresentação no Brasil no final deste ano.
Todd Terje
Responsável por um dos melhores álbuns do ano passado, Todd Terje veio acompanhado de sua banda, que trouxe um peso diferente para suas divertidas canções, tocando todas as faixas ao vivo. Cena curiosa foi chegar ao local do show alguns minutos após o início da apresentação, no final de terceiro dia de festival, com o público visivelmente esgotado, alcoolizado e mesmo assim dançando como se não tivesse que trabalhar/estudar no dia seguinte. Outro show imperdível que desembarca no Brasil neste ano.
