Cinco Shows do Pitchfork Festival que Precisam Vir Ao Brasil

Selecionamos alguns nomes e critérios que nos fazem acreditar que ficariam ótimos em terras tupiniquins

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Kendrick Lamar

Shows de grandes nomes mundiais do Hip Hop estão cada vez mais raros por aqui. Vendo nomes como Danny Brown, Earl Sweatshirt, Schoolboy Q, Isaiah Rashad e outros, entendo de certa forma que seus shows ainda não são muito bem planejados, trabalhados e que utilizam boa parte do tempo de palco interagindo com o público de uma forma muito específica para os fãs daqui. Por isso, entendo que seria um investimento grande e que talvez não se pagasse em um show solo, apenas em festivais ou eventos do tipo.

Mesmo assim, Kendrick Lamar seria um dos nomes desta nova safra do Hip Hop que valeria o esforço. Apesar do repertório tão curto quanto alguns dos outros nomes citados acima, Kendrick é mais conhecido, seu disco inteiro é bastante popular por aqui e não só um único single ou um par de faixas. Ao mesmo tempo, Kendrick já evoluiu bastante desde o primeiro Pitchfork Festival que cobrimos. Agora, seu show tem um grande telão com filmes relacionados ao seu trabalho sendo mostrados e, ao invés de ter a companhia de um DJ como a maioria dos novos nomes, Kendrick já trabalha com uma banda completa, o que mostra o tamanho que seu trabalho atingiu em pouco tempo.

O show é ótimo, Kendrick é maduro no palco, tem presença, canta bem, a banda é excelente e é tudo que qualquer fã do disco good kid, m.A.A.d city poderia querer. A segunda metade da apresentação fica um pouco morna em comparação à primeira, já que o músico corajosamente toca todos os grandes hits logo de cara e preenche os espaços com muita conversa, interação e improvisação, mas após a catarse de faixas como Bitch Don’t Kill My Vibe ou m.A.A.d city (a melhor do show), esses detalhes não interferem na experiência completa, principalmente se já puderem contar com mais músicas de seu novo disco.

Grimes

Desde o lançamento de Visions, boatos sobre uma vinda de Grimes ao Brasil rondam sites de música. Com um novo disco a caminho, está na hora destes boatos se tornarem verdade.

A garota surpreendentemente evoluiu muito desde o não tão bom show do Picthfork Festival de 2012. Está mais confiante no palco, conhece suas próprias músicas, que partes são as preferidas do público e coisas do tipo. Suas novas faixas, numa pegada mais Pop do que as anteriores, agregam bem na mistura total da apresentação deixando-a muito mais dançante e divertida. Seria ótimo ver Grimes fazendo uma dobradinha de shows em algum festival e também em uma casa fechada.

Sharon Van Etten

Se você já deu play em Are We There, não preciso me alongar muito em explicar o quanto estas músicas ficam bonitas ao vivo.

O Pop Folk romântico de Sharon Van Etten é o tipo de show que precisamos ver com maior frequência por aqui. A barreira do custo de trazer bandas internacionais para o Brasil ainda faz com que o investimento fique muitas vezes restrito a nomes mais comerciais (apesar dela não estar totalmente fora deste grupo), portanto, fãs de nomes mais calmos como ela sentem falta de uma oferta internacional de shows assim. Tanto o novo álbum quanto os trabalhos anteriores de Sharon ficariam muito bonitos em algum Sesc com acústica impecável.

St. Vincent

Seu quarto e homônimo álbum, apesar de levar St. Vincent para um lado ainda menos Pop, aparentemente a elevou a um patamar de estrela Pop que não a acompanhava anteriormente. Desde o show que vimos no SXSW, percebemos uma Annie Clark com mais atitude, mais performática e com um palco muito bem produzido.

Ela tem variado bastante o repertório entre todos os seus discos, mas o foco é de fato seu mais recente trabalho. É impressionante vê-la transitando entre os vocais, performances corporais e a guitarra com a mesma naturalidade. Suas faixas estão muito bem trabalhadas ao vivo e é seria sem dúvidas, um ótimo show com o público brasileiro para acompanhar.

Cloud Nothings

Here And Nowhere Else foi a prova definitiva do talento de Dylan Baldi para produzir hits. Seu show é enérgico, potente e toda a banda tem uma precisão impressionante nos instrumentos.

Já vimos em outras apresentações um Cloud Nothings muito mais “sujo”, esta nova versão está muito mais Pop e agradável de acompanhar (não que a forma anterior não fosse espetacular), o que faria deste um show excelente para o público brasileiro.

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Autor:

Nerd de música e fundador do Monkeybuzz.