Vanguart: “Vamos tocar o melhor show de 45 minutos da nossa carreira”

Banda retorna ao Lollapalooza Brasil com quatro álbuns no repertório

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“É um dos maiores festivais do Brasil, do mundo, a gente tá tocando pela segunda vez, o que é do caralho, e eu não tenho dúvida alguma que o show vem no melhor momento da banda até hoje – melhor momento de repertório, melhor momento de palco, inclusive tecnicamente, e ter quatro discos lançados para um show de 45 minutos é muito foda, porque você escolhe só o que funciona mesmo, é um show punch in the face”.

Quem estava no Lollapalooza Brasil em 2013 e viu Vanguart aquecer um fim de tarde com muita poesia no último dia do festival entende o que Helio Flanders diz sobre estar empolgado para o que o quarteto apresentará – desta vez – na abertura do evento (a sexta-feira, 23 de março).

Se naquela época, com dois discos lançados, o grupo colocou toda a plateia de fim de tarde para cantar, o clima deve ser ainda mais grandioso, mesmo com um show em outro momento do dia (às 13h45). Afinal, Vanguart deu ao mundo mais dois álbuns desde então: O recente Beijo Estranho (2017) e Muito Mais que o Amor, lançado naquele mesmo ano do festival.

“Eu me lembro que a sensação de tocar no Lolla em 2013 era ‘puta que pariu, porque não foi no ano seguinte?’(risos), porque o disco ia sair uns três meses depois”, conta o vocalista e guitarrista. “Uma das primeiras coisas que eu penso nesse Lolla de 2018 é que, porra, nós temos quatro discos, dá pra fazer o show”, continua.

Segundo ele, Vanguart já fez shows o bastante com o repertório de Beijo Estranho para preparar algo diferente no festival: “A gente teve tempo suficiente para absorver o disco novo até com um distanciamento, de poder aproveitá-lo melhor ainda, e dá tempo até de fazer um show best of ao invés de um show de álbum. Se tivesse saído no mês passado, puta que pariu, ia querer tocar o disco novo, né? (risos) Agora, vamos tocar o melhor show de 45 minutos da nossa carreira”.

Isso tem a ver também com o que a experiência de palco com seu repertório gerou na banda, tendo desenvolvido tanto a relação dos músicos com as faixas, quanto como elas floresceram ao vivo: “Tem canções que você acha que elas são incompreensíveis, e elas vêm e acontecem no palco, elas explodem”, explica Flanders, “tem músicas que não acontecem no palco, e tem músicas que acontecem o dobro”.

Outro fator interessante que deve incrementar a qualidade deste show no próximo Lollapalooza é justamente o público que deve estar lá, no início daquela sexta-feira, em uma sequência de vários nomes da nova música brasileira intercalados e sobrepostos (“Liguei pra Mallu e falei: ‘E aí, dueto?’, e ela: ‘vamo!’, mas aí vai ser no mesmo horário (risos)”) que compartilham ouvintes entre si, o que deve gerar uma experiência bastante animada para esses fãs – “Acho que a curadoria acerta ao colocar bandas que parecem pertencer a um mesmo mundo”, conta ele, “é muito legal ver um festival desse porte colocando não uma ou duas bandas brasileiras, mas dez, ou sei lá quantas tem, são muitas”.

“É louco como, com nossos dez anos de carreira, tinha gente que tinha dez anos quando começamos (risos)”, comenta Helio, “a gente está cada vez encontrando um público mais jovem, porque estamos naturalmente envelhecendo, e é justamente esse público jovem que chega cedo para ver os shows”. E o deste ano, mais do que nunca, promete.

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MARCADORES: Entrevista

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.