Benjamin é o segundo nome confirmado para próximo All Folks Fest

Festival dedicado ao gênero caipira terá nova edição em 29 de junho, com The Outside Dog como banda anfitriã

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Benjamin estará ao lado de The Outside Dog na quinta edição do All Folks Fest, festival que trará desta vez uma temática ainda mais caipira ao fazer uma grande festa junina no Centro Cultural Rio Verde.

Como foi anunciado ontem no blog do evento, além da música, o festival trará diversas atrações inspiradas nas folclóricas festas caipiras, como “pesca de CDs”, “acerte o Dylan/Cash”, correio elegante e comidas típicas.

Mas a música ainda é a atração principal da noite de 29 de junho e a escalação de Benjamin não poderia ter sido mais certeira. Velho conhecido de quem está atento ao que é feito dentro da estética Folk no país, o músico baiano respondeu algumas perguntas feitas pela equipe Monkeybuzz e pela produção do All Folks Fest, para sabermos mais sobre seu trabalho.

Monkeybuzz: Você optou pela estética folk porque combinaria mais com suas mensagens ou sua musicalidade naturalmente fluiu para esse lado (em outras palavras, “você escolheu o folk ou o folk escolheu você”)?

Benjamin: Eu não me lembro se em algum momento eu cheguei a racionalizar isso… acho que a coisa tomou esse rumo por eu tentar fazer da minha música uma espécie de reflexo do que vivo. Penso no momento criativo como o momento de uma verdade, que vem, bate, e você aceita, e a minha forma de captar isso da forma mais rápida era com o violão e a voz. Com esses elementos, eu não preciso entender o que vem pra mim; é um processo simples, uma locução, uma reação — como disse antes, um reflexo. Juntando esse reflexo com as referências que fui colecionando ao decorrer na vida, o resultado mais natural foi esse.

Monkeybuzz: Qual é a importância para você que aconteçam hoje iniciativas como o All Folks Fest para músicos independentes de um mesmo gênero?

Benjamin: Muito importante. Ainda falta muito pra as coisas se encontrem no ambiente produtivo e comercial do estilo de música que eu faço, e qualquer ação que facilite esse processo é muito bem-vinda. Eu acredito cegamente que a qualidade do que se produz pelos artistas desse gênero, assim como de qualquer outro, seja também um reflexo dessa movimentação; é por isso que uma coisa depende muito da outra.

All Folks Fest: Por que você escolheu a expressão mais intimista do Folk, ou seja, você e o violão? Quem são seus heróis-inspiradores nessa escolha?

Benjamin: Percebi que gostava de violões quando minha mãe me presenteou com um vinil do The Wall, do Pink Floyd. Nessa mesma época rolava, no sofá da minha avó, um violão antigo que os tios e avô usavam de vez em quando. Comecei e brincar com ele e com o disco Abismo de Rosas, do Dilermando Reis, e mais tarde eu só juntei isso ao Rock’n’Roll — eu acho que foi assim. Inclusive, acho que acabamos de descobrir o bojo da minha música: Dilermando Reis e rock and roll.

All Folks Fest: Suas gravações geralmente são feitas no calor do momento e, por isso, contêm um registro muito espontâneo e visceral. Você tem algum tipo de preferência pelas gravações lo-fi ou toparia a produção de um grande estúdio?

Benjamin: Falei antes a respeito do que faço ser um reflexo do que vivo, sinto, vejo… Seguindo o mesmo caminho, acredito que a forma com a qual esse “reflexo” chega nas pessoas deve ter a mesma textura, o que no meu caso tende a ser um pouco menos racional, menos erudita do que o habitual. Estou prestes a iniciar o processo de gravação do meu primeiro full-length, que também vai ser registrado por mim, sozinho, num lugar pequeno, simples, porque no final o que conta mais no resultado do que faço é o ambiente interior, e não a sala onde executo as músicas. Gravar num estúdio grande ou no quarto é só uma diferença comercial, uma formatação que o mercado impõe, pode ser que o resultado final do meu disco seja mais dentro dessa formatação, e pode ser que seja ainda mais marginal que o meu EP. Vamos ver.

All Folks Fest

29 de junho (sábado), às 22h.

Centro Cultural Rio Verde (Rua Belmiro Braga, 119, Vila Madalena, São Paulo).

R$ 20 até meia-noite (as entradas só serão vendidas na hora); R$ 25 após a 0h (O estabelecimento aceita todos os cartões e possui acessibilidade para deficientes físicos).

Censura: 18 anos

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.